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Política

Perpétua diz que governo estadual perdeu o controle do Acre para criminosos

A luta campal e o derramamento de sangue nas ruas do Acre, principalmente em Rio Branco, a Capital, com o registro

de pelo menos sete atentados ocorridos no último final de semana e com pelo menos duas mortes num intervalo de três horas no sábado (27), levaram a deputada federal Perpétua Almeida (PC do B) a tomar a decisão de pedir intervenção do governo federal no sistema de segurança do Estado. Para a parlamentar acreana, o sistema de segurança pública do Acre perdeu a luta para os bandidos, principalmente as chamadas facções do crime organizado.

Além dos crimes contra a vida, há ainda os crimes contra o patrimônio, roubos de veículos e invasão de imóveis, além dos chamados “arrastões” dentro de ônibus de praticamente todas as linhas da Capital. A deputada está trabalhando com prazos: “se o Governo do Estado não resolver nos próximos dias, até o retorno dos trabalhos no Congresso, se não houver uma solução, ou pelo menos não melhorar, eu vou pedir intervenção na Segurança Pública do Acre”. “Não tem explicação para isso. Você poderia até dizer: ah, o Gladson em seis meses não consegue fazer milagre. É verdade, também acho que não, mas piorar não dá”, acrescentou,

Perpétua Almeida é integrante da Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados e reafirmou a necessidade de uma ação mais efetiva do sistema de segurança nas fronteiras do Acre com países como o Peru e a Bolívia, que são apontados como os maiores produtores de drogas da América Latina e através dos quais o crime no Brasil é abastecido com armas e munições. O Acre tem pelo menos mil quilômetros de fronteiras abertas com os dois países, tanto na região de Brasiléia e Assis Brasil, na divisa com o Peru e a Bolívia, e no Vale do Juruá, cuja selva, a partir do município de Mâncio Lima, faz fronteira com o Peru e por onde há autênticos corredores de drogas pelos quais transitam muitos traficantes.

“Assaltos, invasão de casas, arrastões nos ônibus, tudo isso é um horror. Há o registro de pelo menos um arrastão de ônibus por semana. Nada disso será resolvido se se não tratar os problemas das fronteiras. Isso tudo que está acontecendo de facção no Acre é para alimentar o crime Por que tem tanta arma hoje circulando no Acre?”, perguntou. E respondeu: “pela facilidade de passar com drogas e armas pelas fronteiras”.

Perpétua Almeida admitiu que vem enfrentando dificuldades para chegar até ao ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Morto. As relações com o ministro devem ter ficado ainda mais azedas com a descoberta de que os homens que “haquearam” os telefones de Moro e outras autoridades tiveram acesso ao jornalista norte-americano Glenn Edward Greenwaldt, através da ex-deputada Manuela D’avila, a ex-candidata a vice-presidente nas eleições de 2018 e que é amiga e companheira de PC do B de Perpétua Almeida. O jornalista norte-americano é o editor do site The Intercept, que vem divulgando os diálogos nada republicanos entre o então juiz Sérgio Moro e o procurador da República da Lava Jato Deltan Dallagnol.

politica 5Vice-governador, Rocha deve se pronunciar sobre pedido da deputada - Fotos: Reprodução

De acordo com Perpétua Almeida, além desses problemas, Sérgio Moro não demonstra interesse por problemas de estados como o Acre. “Em sete meses de governo Bolsonaro, Moro se preocupou mais em ir aos Estados Unidos que visitar o Acre e sentir de perto o drama dos acreanos”, apontou a deputada. “Tenho insistido na Comissão de Segurança Pública e cobrado muito mas, em sete meses, não temos respostas porque o ministro não está nem aí para o Acre mesmo, está nem aí para gente. Eles não foram tão rápidos para descobrir o hacker só porque era o celular dele? Por que não coloca essa mesma pressa, essa mesma competência para resolver o problema da Segurança Pública do Estado?”, pontua Perpétua Almeida.

De acordo com Perpétua Almeida, no governo de Gladson Cameli, houve piora em relação à segurança pública no Acre. “O que me impressiona é que o vice-governador é da área da Segurança Pública. Passou o tempo inteiro dizendo que ia resolver o problema da Segurança Pública no Acre, o governador Gladson também. Eles ganharam a eleição com esse discurso de que iriam resolver. O que estamos vendo? É piora.

Almeida diz que, embora saiba que, o pedido de intervenção só pode ser feito pelo governador Gladson Cameli ela o fará mediante as prerrogativas do mandato, no formato de Indicação Parlamentar. “Vou pedir mesmo’, disse.

Assessor de Rocha diz que ele vai se pronunciar sobre pedido da deputada

A reportagem tentou entrar em contato com o vice-governador Wherles Rocha, que age dentro do governo como uma espécie de secretário de segurança pública informal, a quem foi dada, pelo governador Gladson Cameli, a incumbência de tratar do assunto. Um assessor do vice-governador disse, por telefone, que Rocha estava no dia de hoje [ontem], segunda-feira (29), na região de Plácido de Castro e que, ao retornar, no início da noite entraria em contato com a reportagem para tratar do assunto.

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