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Política

Nova composição da Câmara de Rio Branco deixa Bocalom sem opositores e cientista alerta: ‘fiscalização silenciada’

Nova composição da Câmara de Rio Branco deixa Bocalom sem opositores e cientista alerta: ‘fiscalização silenciada’

Únicos três vereadores que faziam oposição a Bocalom deixaram parlamento mirim para assumir mandatos como deputados estaduais. Suplentes empossados declararam apoio ao prefeito

Com a saída de três vereadores para o cargo de deputado estadual, o prefeito Tião Bocalom não tem mais que se preocupar com oposição na Câmara Municipal de Rio Branco. É que os suplentes que assumiram as vagas deixadas pelos únicos opositores no parlamento mirim declararam que vão fazer parte da base aliada do prefeito.

Os ex-vereadores Michelle Melo (PDT), Emerson Jarude (MDB), Adailton Cruz (PSB), que atuavam como opositores à gestão de Bocalom, foram eleitos em outubro de 2022 para o cargo de deputado estadual e foram empossados no início deste mês na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac).

Com isso, Elzinha Mendonça (PSB) ocupou a cadeira de Adailton, James do Lacen (PDT) foi para o lugar de Michelle, e João Marcos Luz (MDB) passou a ocupar a vaga de Emerson e se tornou líder do prefeito Tião Bocalom na Câmara.

O cientista político Israel Souza analisou a falta de oposição dentro da Câmara de Vereadores e alertou para a falta de fiscalização e denúncia com relação à atuação do prefeito.

“Dado que a atuação do legislativo, além de criar leis é também fazer fiscalização a respeito daquilo que o Executivo anda fazendo, a ausência de uma oposição prejudica essa parte da sua atuação. Então, o prefeito vai agir livremente contando que todos aqueles que estão na Câmara, e que deveriam fiscalizar, na verdade vão corroborar ou silenciar sobre tudo quanto ele vem fazendo. Então, teremos uma Câmara de Vereadores que estará silenciada na sua atuação a respeito de fiscalizar e denunciar aquilo que, porventura, o prefeito vier a fazer de errado”, ressaltou.

O especialista também considerou o fato de partidos de esquerda não estarem presente entre os parlamentares na Câmara de Rio Branco.

“É importante considerar nessa reflexão o fato de que o PT, que deveria encabeçar uma oposição, não está presente na Câmara e também na Aleac. O fato de o PT ter ficado muito enfraquecido em todo o estado, o que significa dizer que, mesmo com a atuação dele no âmbito da sociedade civil, dos movimentos sociais e sindicatos, perde muito esse papel que ele poderia fazer no lugar de uma oposição dentro de uma Câmara de vereadores,” analisa.

Outro ponto abordado na análise do cientista é com relação à base dos apoiadores de Bocalom e que isso deve fazer com que ele tenha folga dentro do parlamento mirim.

“Então, Bocalom tem tudo para caminhar livremente nesta segunda etapa de seu mandato, o que pode ser muito ruim, porque aí temos que, simplesmente, acreditar e esperar que ele aja com boa vontade e honestidade. Bem, em termos de política, é sempre importante mantermos controle e não apenas a boa vontade e a boa fé”, concluiu.

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