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Política

Ministros da Integração e do Meio Ambiente visitam áreas atingidas pela cheia no Acre e garantem R$ 1,4 milhão para ajuda humanitária

Ministros da Integração e do Meio Ambiente visitam áreas atingidas pela cheia no Acre e garantem R$ 1,4 milhão para ajuda humanitária

Ministro da Integração e Desenvolvimento Regional, Waldez Góes e ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, visitam áreas afetadas pelas cheias no Acre, depois seguem para o Amazonas

Os ministros da Integração e Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, a ministra do Meio Ambiente Marina Silva e o secretário da Defesa Civil Nacional, Wolnei Wolff, chegaram ao Acre neste domingo (26) para um sobrevoo pelas áreas atingidas pela cheia do Rio Acre.

Eles percorreram os bairros, conversaram com moradores e garantiram a liberação imediata de R$ 1,4 milhão para ajuda humanitária, na compra de cestas básicas e kits de higiene e limpeza.

“Nesse momento está dimensionado no valor de R$ 1.493 milhão pra atender essas primeiras necessidades de cesta básica, kit de higiene, kit limpeza, colchão. É um primeiro plano. A gente tá vendo que a cidade tem um cenário de guerra. Então a limpeza nesse momento ela é muito importante”, disse secretário da Defesa Civil Nacional, Wolnei Wolff.

ministro 002 webMinistros falam com a imprensa no aeroporto de Rio Branco — Foto: Aline Nascimento/g1

Quatro municípios acreanos decretaram situação de emergência: Rio Branco, Assis Brasil, Brasiléia e Epitaciolândia. No sábado, o governo federal reconheceu a situação de emergência em Rio Branco por causa dos estragos causados pelas chuvas.

Prevenção dos eventos extremos

A ministra Marina Silva, que é acreana, lamentou o momento em que vive o estado. “É um momento de tristeza, mas infelizmente é o que está acontecendo. Estávamos com viagem marcada para China, mas tivemos o problema de saúde do presidente Lula, que já está bem. Fiz questão de vir para cá me solidarizar. O plano é um plano móvel, vivo, começamos pelo o que emergencial e depois vamos para o estrutural. Por isso, é importante a vinda desses técnicos para aprovar os projetos”, disse.

ministro 003 webMinistros são recebidos por autoridades do estado — Foto: Aline Nascimento/g1

Ela defendeu um plano de prevenção dos eventos extremos das mudanças do clima. “Existem casos extremos que vai ter que pensar em remoção de população, não tem outra alternativa. Essas chuvas, elas estão acontecendo aqui no Brasil, elas estão sendo agravadas nos Estados Unidos, em todos os lugares do mundo em função da mudança do clima. E agora nós temos seca do Rio Grande do Sul, veja que alguns lugares o evento é chuva demais, em outros lugares é ausência da chuva,” afrmou.

“E só é possível em parceria com o governo estadual, municipal e governo federal, ninguém dá conta de um problema dessa magnitude sozinho, porque as grandes regularidades naturais foram mudadas em função das mudanças do clima. Além do emergencial, nós temos que fazer agora ajuda humanitária, a reconstrução junto com o entes federados. É preciso as medidas de médio e longo prazo pra que o nosso país vulnerável não tenha que ver a cada ano a sua população sendo penalizada e perdendo vidas”, disse.

O prefeito de Rio Branco, Tião Bocalom, disse que o momento é de união para reconstruir o que foi perdido.

“Claro que não é um momento fácil, graças a Deus, não tivemos nenhuma vítima fatal. Aquilo que é material a gente recupera. Juntos, estado e município vão correr atrás de preparar a recuperação, o recomeço dessas famílias. Continuamos firmes na luta, Rio Branco nunca teve um aumento tão grande dos igarapés como teve agora. São dois eventos diferentes”, disse.

Além do Acre, cinco estados do Norte e do Nordeste também sofrem o impacto das fortes chuvas que atingiram as regiões. Amazonas, Pará, Rondônia, Tocantins e Maranhão têm áreas em estado de emergência e famílias desalojadas ou desabrigadas.

O governador do Acre, Gladson Cameli, agradeceu o apoio do governo federal e da bancada. “Isso é a prova de que quando acontecem situações inesperadas por questões naturais no Acre, aqui não é questão de partido, é o momento de todos abraçarem a causa. Aqui, nós temos um único propósito, que é chegar, com a mão do estado de direito nas famílias que estão mais necessitadas,” declarou.

ministro 004 webComitiva visita bairros afetados pelas chuvas em Rio Branco — Foto: Aline Nascimento/g1

Sobrevoo em Rio Branco e visita em bairros

Do aeroporto, a comitiva seguiu em sobrevoo pela cidade de Rio Branco e desceu em bairros atingidos pela cheia do Rio Acre e transbordamento dos igarapés.

O ministro Waldez Góes ficou chocado com o cenário de destruição. “Prejuízo dos objetos, animais, prejuízo material é realmente chocante. Obviamente que graças a Deus não teve vida ceifadas, né? Como aconteceu no litoral paulista, em Manaus, e também no Maranhão”

E garantiu recursos para minimizar o sofrimento das famílias. “Eu estou aqui eu e a ministra Marina em nome do presidente Lula pra emprestar a solidariedade, mas como disse a própria ministra Marina, uma solidariedade também com resposta no assessoramento às prefeituras, ao governo do estado, na união de esforços, na garantia dos recursos para o auxílio humanitário, no que diz respeito à alimentação, à água, ao material de higiene pessoal e também já nos planos de trabalho de restabelecimento, limpeza, desobstrução de rua é restabelecimento, e construção daquilo que porventura tiver sido destruído em razão do desastre,” afirmou.

ministro 005 webMoradores relatam prejuízos com a cheia — Foto: Aline Nascimento/g1

Marina Silva voltou a dizer que o que acontece na Amazônia tem relação com as mudanças no clima. “Isso aqui tem a ver com a questão da mudança do clima, esses eventos são eventos extremos, tem a ver com queimada, com desmatamento. É isso que está fazendo com que a gente tenha chuvas que eram para acontecer em meses, acontecendo em algumas horas ou em algumas semanas. E aí não tem rio, não tem igarapé que dê conta dessa quantidade de água”, disse.

E cobrou políticas estruturantes. “O Ministério do Meio Ambiente vem alertando para a necessidade das políticas estruturantes há muito tempo. E essas políticas precisam acontecer de fato. Seja o saneamento básico, seja a retirada entulho, a retirada de parte desse material que é depositado dentro rios. Você tem uma grande quantidade de argila que faz com que o rio tenha cada vez menos uma calha que dê suporte à chuva torrenciais”, afirmou.

Nos bairros, moradores abordaram os ministros para cobrar providências.

Chorando copiosamente, a moradora do bairro Conquista, Janaira Oliveira, de 27 anos, conta que perdeu a casa com a força das águas. Ela tem três filhos e está na casa de parentes. “Não tenho mais nada, nada, não tirei nada, identidade, nem registro.Eu estava tirando os documentos para aposentar meu filho autista e foi tudo”, disse entre soluços.

ministro 006 webComitiva visita escola que serve de abrigo para atingidos pela cheia — Foto: Aline Nascimento/g1

Depois, a comitiva seguiu para a Escola Sebastião Pedroza, onde há 16 famílias (53 pessoas).

Municípios atingidos

  • Rio Branco - Na capital, já são mais de 32 mil pessoas atingidas, 1.050 pessoas desabrigadas (305 famílias), 2.180 desalojados (554 famílias). A Defesa Civil Municipal está com 24 abrigos em escolas na capital com famílias atingidas pela enchente e o Parque de Exposições está sendo preparado para a construção de mais abrigos. O nível do rio Acre neste domingo (26) é de 16,42 metros.
  • Epitaciolândia - Em Epitaciolândia, 170 famílias foram atingidas pela enchente até sábado (25). Em Assis Brasil, quatro bairros foram atingidos pela enchente e enxurrada. Pelo menos dois igarapés, sendo estes o Cascata e Da Onça, os quais cortam a cidade, transbordaram e atingiram mais de 400 pessoas, conforme levantamento realizado pela Coordenadoria Municipal de Defesa Civil do município e Gabinete do Prefeito.
  • Brasiléia - Na cidade de Brasiléia, conforme levantamento da Coordenadoria Municipal de Defesa Civil, com o Gabinete de Crise do Município, aproximadamente 800 famílias foram atingidas.

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