A chegada da nova reforma administrativa proposta pelo Governo do Acre à Assembleia Legislativa do Acre foi duramente criticada pelo deputado estadual Emerson Jarude (MDB) durante seu discurso na sessão desta quarta-feira (15).
A mensagem governamental foi entregue ontem e o parlamentar se dedicou a estudar o documento.
“Nos assusta muito os valores apresentados nesta proposta. É a maior criação de cargos comissionados da história do Acre. Nós precisamos nos unir para barrar essa reforma. Não existe motivo para destinarmos mais de 250 milhões por ano, não dá para assinar um cheque em branco para o Governo nomear quantos cargos ele bem entender, como está lá na reforma”, asseverou.
Jarude destaca que reconhece pontos importantes no documento, como a criação da Secretaria da Mulher, mas é injustificável a criação de novos cargos em comissão.
“Não aceito que usem causas importantes como a criação das pastas em defesa das mulheres, esporte e juventude, para maquiar o real interesse dessa reforma”.
Emerson Jarude lembra também que o ato do Governo é um retrocesso na transparência, além de retirar a autonomia do Poder Legislativo, já que um dos artigos autoriza que o estado nomeie quantos cargos quiser, além de poder criar novas secretarias extraordinárias sem a necessidade de votação dos deputados estaduais.
“Está lá na reforma um dispositivo que pode aumentar em até mais 30% o valor global -de R$250 milhões-, a bel prazer do governador.”, alertou.
O deputado fez um levantamento de onde o dinheiro poderia ser investido de forma que a população fosse beneficiada. A exemplo está a convocação de concursados em áreas importantes como a Saúde e Segurança Pública, que enfrentam sérios problemas.
“Com essa quantia daria para contratar 187 agentes, 36 delegados, 411 agentes administrativos, 146 enfermeiros, 56 médicos, 187 professores e 17 enfermeiros pagando o piso”, detalhou Jarude, lembrando que para todos esses cargos há concursos ou processos seletivos em aberto com cadastro de reserva aguardando a convocação.
“Me lembro que no passado o governador Gladson tinha como proposta diminuir a máquina pública e fazer esse dinheiro chegar à população, diferente do que está acontecendo e eu pergunto agora qual é a prioridade: aumentar cargos ou beneficiar a população? Porque os dois não dá para fazer”, questionou.
O deputado finalizou reforçando seu compromisso de ser porta-voz da população na Casa do Povo.
