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Saúde

Com mais de 5,7 mil casos, Juruá registra mais da metade de infecções por malária no AC

Estado apresentou redução de 30% dos casos em 2021, comparando com o registrado no ano passado

Doença comum no estado do Acre, a malária costuma atingir principalmente a regional do Juruá, onde se concentra o maior registro de casos da doença no estado com 5.775, entre janeiro a outubro deste ano.

Dados epidemilógicos divulgados pela Secretaria Estadual de Saúde (Sesacre) apontam que o estado teve uma redução de 30% dos casos, comparando o período de janeiro a outubro deste ano. Porém, a concentração dos casos está na regional do Juruá que apresenta situação de alto risco.

As cidades de Cruzeiro do Sul (3.637), Rodrigues Alves (1.246) e Mâncio Lima (892) foram as que registraram os maiores números. Em todo estado, em 10 meses, foram 9.315 casos no ano passado, contra 6.537 neste ano. Pelo menos metade está em Cruzeiro do Sul.

Além disso, o boletim também apresentou redução de 62% nas internações no mesmo período. Em 2020 foram registradas 71, enquanto neste ano foram 27.

Dos 22 municípios do estado, dez apresentam situação de médio risco, ao registrarem juntas apenas 730 casos, sendo elas: Senador Guiomard (20), Tarauacá (186), Porto Walter (209), Marechal Thaumaturgo (64), Rio Branco (1), Acrelândia (63), Porto Acre (29), Plácido de Castro (34), e Bujari (123) e Capixaba (1).

Outras nove aparecem no boletim com baixo risco. Sendo que deste grupo apenas Brasileia teve mais casos, 25 neste ano. Já Xapuri não teve nenhum caso, Sena Madureira aparece sem atualização. Manoel Urbano teve dois casos e Santa Rosa do Purus, Jordão, Feijó, Epitaciolândia e Assis Brasil tiveram apenas um caso.

O que é malária?

O Ministério da Saúde define a malária como uma “doença infecciosa febril aguda”, causada por “protozoários transmitidos pela fêmea infectada do mosquito Anopheles”.

Qualquer pessoa pode contrair a malária. Quem apresenta várias infecções da doença pode atingir uma imunidade parcial, com poucos ou quase nenhum sintoma. Até hoje, a imunidade total não foi observada. Não há vacina aprovada contra a doença.

No Brasil, a maioria dos casos de malária se concentra na região amazônica - Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins. As outras regiões do país têm poucas notificações, mas a doença não pode ser negligenciada devido à alta letalidade.

Queda

Desde setembro o boletim já apontava queda. Na época, o técnico do Programa Estadual de Controle da Malária, Dorian Jinkins, disse ao g1 que o resultado dessa queda é devido às ações envolvendo parcerias entre Ministério da Saúde, Estado e municípios.

“O governo vem investindo pesado nas ações, recentemente através da Sesacre. O governo distribuiu 33 microscópicos para combate em ações em 12 municípios, que foi um total de investimento de mais de R$ 293 mil também, para completarmos nossas ações, recebemos 25,9 mil unidades de mosquiteiros impregnados para estarmos distribuindo em localidades com maior número de casos”, disse.

Jinkins destacou também que os trabalhos de capacitação não pararam durante a pandemia.

“As ações continuaram sendo feitas, de forma precavida, mantendo distanciamento social. A gente fazia reuniões virtuais e isso gerou um bom resultado nos números e recentemente começamos a fazer visitas em municípios, para estarmos mais perto dos municípios, diagnosticando situações e resolvermos no próprio município para que ele possa caminhar com as próprias pernas”, finaliza.

Sintomas da malária:

  • febre alta;
  • calafrios;
  • tremores;
  • sudorese;
  • dor de cabeça, que podem ocorrer de forma cíclica.

De acordo com o ministério, muitas pessoas também sentem náuseas, vômitos, cansaço e falta de apetite, principalmente antes da fase aguda.

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