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Saúde

Com mais de 1,4 mil notificações de dengue, Rio Branco decreta situação de emergência

Número de casos suspeitos da doença nas três primeiras semanas epidemiológicas deste ano foi quase seis vezes maior que no mesmo período em 2020, quando foram registrados 257 casos. Decreto assinado pelo prefeito Tião Bocalom deve ser publicado ainda nesta terça-feira (2)

Assim como havia antecipado nessa segunda-feira (1) em entrevista ao Jornal do Acre 1ª Edição, o prefeito Tião Bocalom decretou situação de emergência em Rio Branco após a cidade registrar quase seis vezes mais casos suspeitos de dengue nos primeiros dias do ano. O documento deve ser publicado ainda nesta terça (2).

Conforme o decreto, nas três primeiras semanas epidemiológicas do ano, que correspondem ao período entre 3 e 21 de janeiro, foram registrados 1.494 casos notificados de dengue. O que representa um aumento de 481% em relação ao mesmo período de 2020, quando foram registrados 257 casos suspeitos.

O documento aponta ainda que somente na semana epidemiológica 3, que vai do dia 17 a 21 de janeiro houve registro de casos suspeitos da doença em cerca de 100 bairros da cidade.

A prefeitura informou que no último Levantamento de Índice Rápido do Aedes aegypti (LIRAa), feito de 4 a 9 de janeiro, a capital acreana registrou o índice de infestação predial de 8,86% dos imóveis pesquisados, sendo que o aceitável pelo Ministério da Saúde é e até 1%.

Ainda de acordo com o documento, 88% dos focos de mosquito são encontrados nos domicílios, como em caixas d’água, reservatórios a nível de solo, lixo doméstico ou em terrenos baldios. O alto índice de infestação e aumento dos casos de dengue indicam, segundo o decreto, um cenário de epidemia.

“Esse decreto foi assinado na segunda à tarde e está sendo publicado hoje [terça] e já passa a valer exatamente porque a situação da dengue disparou. Infelizmente, desde o mês de dezembro ela já vinha numa crescente e no mês janeiro, nas últimas três semanas, ele disparou. Então, a gente precisa, com esse decreto, que as pessoas entendam que, realmente, agora a situação é emergente e que a gente precisa tomar o máximo de cuidado”, disse o prefeito.

O decreto tem validade de 180 dias. Neste período, a prefeitura autorizou a contratação temporária de pessoal para atender a situação e autorizou a Secretaria Municipal de Saúde a requisitar pessoal e equipamentos de outras secretarias para desenvolver as ações de eliminação dos focos de proliferação do mosquito.

O documento determina que as equipes de agentes de controle de endemias e agentes comunitários de saúde intensifiquem as medidas de prevenção e controle do mosquito junto à população.

E autoriza que os agentes de controle de endemias, agentes comunitários de saúde e auditores fiscais sanitários possam adentrar em lotes vazios ou em locais cujas residências estejam fechadas para monitoramento, tratamento e eliminação de possíveis focos de infestação de larvas do mosquito.

“Nosso pessoal da Vigilância vai para rua, vai poder orientar as pessoas, e com esse decreto a gente pode fazer as campanhas publicitárias para que a gente possa conscientizar mais as pessoas. Se não ajudar, vamos ter problemas seríssimos, porque a dengue também mata e mata talvez até mais do que a Covid-19. A dengue hemorrágica por exemplo, já tivemos seis casos esse ano e duas pessoas morreram. Então é aí que a gente chama atenção das pessoas”, afirmou Bocalom.

Fumacê

Para tentar conter o avanço dos casos na capital acreana, Bocalom afirmou que servidores da Secretaria de Saúde Municipal e da Sesacre já iniciaram o processo de borrifação em toda cidade utilizando inseticida que ajuda no combate ao mosquito Aedes Aegypti.

Contudo, o prefeito destacou que é necessário a ajuda dos moradores no combate ao mosquito evitando água parada nos quintais, limpar e tampar sempre as caixas de água, vasos de planta, retirando sempre lixo e entulhos.

“A sociedade precisa ter um carinho e olhar diferenciado para isso, senão vamos ter problemas seríssimo com a dengue. Já estamos tendo, hoje está o dobro do que é aceitável. Nossa Secretaria de Saúde Municipal junto com a Saúde Estadual pegaram os carros e estão passando com o fumacê na cidade, os agentes de endemias juntamente com os agentes comunitários estão indo nas casas, mas peguei isso aqui há 30 dias e o negócio estava bagunçado e não se arruma em 30 dias. A população precisa ajudar e é isso que peço. Todo mundo precisa ajudar ou o mosquito acaba com a gente”, pediu.

Casos de Covid-19

A capital acreana registra o maior número de casos de Covid-19 do estado. Segundo último boletim da Secretaria Estadual de Saúde, divulgado nessa segunda (1), Rio Branco tem 22.014 casos confirmados da doença e 548 pessoas perderam suas vidas em decorrência da infecção.

Em março do ano passado, a então prefeita Socorro Neri decretou situação de emergência em Rio Branco após a cidade registrar os três primeiros casos confirmados do novo coronavírus.

De lá para cá, assim como todo estado, a capital vem enfrentando uma série de desafios no combate à doença, e tem publicado vários decretos de restrições para tentar frear o avanço da pandemia.

Nessa segunda, com quase 100% de ocupação de leitos destinados ao tratamento da doença, aumento de mortes e casos de Covid-19, o governo colocou todo o estado na fase de emergência, representada pela cor vermelha.

Com isso, todos os servidores públicos devem trabalhar em regime de trabalho remoto, ressalvados os casos necessários à garantia da manutenção dos serviços considerados essenciais e imprescindíveis à população. As aulas das redes públicas e privadas estão proibidas na forma presencial.

Não podem funcionar os seguimentos considerados não essenciais como: feiras, feiras livres, shoppings, cinemas, clubes, academias, bares, restaurantes (apenas por delivery), centros culturais, clínicas de estética e igrejas. A aglomeração de pessoas em espaços públicos também está restrita.

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