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Polícia

Peruano suspeito de atuar como ‘coiote’ de imigrantes do Brasil para o Peru é preso no interior do Acre

Homem foi preso na noite dessa segunda-feira (15), entre as cidades de Assis Brasil e Brasileia, no interior do Acre. Após o flagrante ele foi levado para a Polícia Federal

Um homem de naturalidade peruana, suspeito de atuar como coiote no transporte de imigrantes de Brasil para o Peru, foi preso na noite dessa segunda-feira (15). A prisão ocorreu na BR-317, entre as cidades de Brasileia e Assis Brasil, no interior do Acre.

Com o suspeito ainda foram apreendidos dólares, soles peruano e uma quantia de R$ 60 mil em espécie. O flagrante foi feito pelo Grupo Especial de Fronteiras (Gefron).

O flagrante ocorreu quando a guarnição, que está na fronteira desde o domingo (14), quando um grupo de haitianos ocupou a Ponte de Integração na tentativa de atravessar a fronteira. A guarnição fazia buscas em veículos que transportavam imigrantes da capital acreana Rio Branco, para Assis Brasil, que tinha pelo menos 400 haitianos acampados na ponte, até essa segunda.

“O Gefron está atuando desde o domingo, quando foi declarada mais essa crise humanitária em Assis Brasil e nós começamos a observar o fluxo constante de imigrantes, vindos do aeroporto e migrando para a cidade de Assis Brasil. Quando começamos a observar, identificamos um nacional peruano que acompanhou um voo de São Paulo e vinha organizando tanto a hospedagem, como a passagem clandestina desses nacionais haitianos, são várias nacionalidades na verdade”, disse o coordenador do Gefron, delegado Rêmulo Diniz, em entrevista a CBN Amazônia Rio Branco.

Além do dinheiro, o coiote também tinha vária bolsas com alimentos. O delegado disse que o suspeito levava as pessoas pelo rio e por ramais.

“Esse coiote como é conhecido, faz esse trabalho de conseguir atravessar todos esses nacionais pela fronteira, uma vez que está fechada. Então eles passavam por ramais e pelo rio, burlando a fiscalização da ponte”, acrescentou.

A apreensão da quantia em dinheiro também configura o crime de evasão de divisas, uma vez que a passagem para outro país como o Peru não permite a entrada de tais valores sem qualquer declaração na Receita Federal, informou a polícia.

O Gefron informou que a Polícia Federal verifica outras provas como passagens e a vinda do suspeito de São Paulo, acompanhado de aproximadamente 80 haitianos, além de mensagens e também demais anotações em documentos apreendidos.

“Agora estamos atuando de forma bem direta com as forças federais e estamos passando informações para eles, já que é uma operação de competência da Polícia Federal e dos órgãos federais já que se trata de imigração”, pontuou.

O material ilícito, dinheiro, celulares e documentos foram encaminhados para a PF onde foi feito o flagrante e deve apurar o possível crime de imigração ilegal. Segundo o Gefron, pessoas de pelo menos oito nacionalidades estão em Assis Brasil.

Imigrantes na fronteira

O número de imigrantes haitianos que ocupam a Ponte da Integração que liga a cidade acreana de Assis Brasil à cidade peruana Iñapari chegou a 400. O grupo, que antes era de 300 pessoas, começou a se concentrar no local nesse domingo (14) na tentativa de passar para o lado do Peru e de lá seguir viagem para o Equador e México.

Na segunda-feira (15), o prefeito do interior do Acre, Jerry Correia, em entrevista ao Bom dia Acre, disse que a situação ainda é crítica pediu intervenção federal.

“Nós como prefeitura continuamos dando assistência a eles; são homens, mulheres, muitas crianças e mulheres grávidas. Improvisamos com lonas as tendas, mas choveu muito no dia de ontem [domingo,14], essas pessoas ficaram na chuva. Servimos 350 refeições no almoço e na janta servimos 400 refeições. Hoje pela manhã, a situação é igual, eles permanecem na ponte. Nós insistimos ontem que, pelo menos, as mulheres e crianças voltassem para os abrigos, mas não voltaram. E hoje pela manhã, a prefeitura de Iñapari está servindo o café da manhã”, disse o prefeito.

coiote1 webCom o coiote, foi apreendida a quantia de R$ 60 mil — Foto: Arquivo/Gefron

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