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Polícia

Júri popular de acusado de matar namorada e jogar corpo em cisterna é marcado para junho em Rio Branco

Júri popular de acusado de matar namorada e jogar corpo em cisterna é marcado para junho em Rio Branco

Rodrigo Duarte Gomes deve ser julgado no dia 14 de junho por homicídio qualificado, feminicídio, furto e ocultação de cadáver. Júri vai ocorrer na 1ª Vara do Tribunal do Júri

O júri popular de Rodrigo Duarte Gomes, acusado de homicídio qualificado da namorada, Rosiane Martins Cavalcante, de 26 anos, foi marcado para o dia 14 de junho, na 1ª Vara do Tribunal do Júri, em Rio Branco . Além de matar, Gomes é acusado de jogar o corpo de Rosiane dentro de uma cisterna.

O julgamento deve começar às 8h30 no Fórum Criminal do Tribunal de Justiça do Acre (TJ-AC).

O cadáver da jovem foi achado no dia 6 de setembro de 2020 dentro de uma cisterna na casa dela, no bairro Eldorado, em Rio Branco. A família relatou para a polícia que o último contato com a jovem tinha sido dois dias antes. A vítima tinha um fio enrolado no pescoço e teve o rosto coberto pela blusa que vestia.

Em fevereiro desse ano, a 1ª Vara do Tribunal do Júri da Comarca de Rio Branco pronunciou Rodrigo Gomes ao júri por homicídio qualificado, ocultação de cadáver, feminicídio e furto. Na época, além da pronúncia, a juíza Luana Campos, titular da vara, determinou que Rodrigo Duarte fosse mantido preso preventivamente.

caso 002 webRosiane Cavalcante foi morta e jogada dentro de uma cisterna com fio enrolado no pescoço — Foto: Reprodução

Audiência

Em outubro de 2021, a 1ª Vara do Tribunal do Júri realizou a primeira audiência de instrução do caso. Além do acusado, foram ouvidas também seis testemunhas de acusação e defesa.

Após a audiência, a Justiça informou que, por falta de conexão com o presídio de Cruzeiro do Sul, onde Gomes está preso, não foi possível realizar a oitiva do réu. Por isso, o interrogatório dele foi remarcado para o dia 15 de outubro de 2021 por videoconferência.

A juíza Luana Campos recebeu denúncia contra os dois em abril do ano passado e deu um prazo de 10 dias para que respondessem às acusações por meio de advogado. No mesmo documento, a magistrada converteu a prisão temporária de Gomes em preventiva e expediu mandado de prisão contra ele. Ele está preso.

Denúncia

Conforme a denúncia do MP, Rosiane era garota de programa e mantinha um relacionamento amoroso com o acusado, que dizia aceitar a profissão da jovem, mas, na verdade, tinha ciúmes dela. A dupla foi denunciada pelo MP-AC no dia 13 de abril de 2021 e a juíza aceitou a denúncia no dia 15 do mesmo mês.

Na denúncia constava que o outro acusado teria mandado conversas de aplicativo para Rodrigo Gomes afirmando que seriam provas de uma traição por parte de Rosiane e instigando-o a tomar providências contra ela. Foi quando os dois foram até a casa da jovem para confrontá-la sobre a suposta traição e ela acabou morta por estrangulamento. Depois, eles a jogaram na cisterna.

Após matar a mulher, o acusado ainda teria feito uma mudança com as coisas dela. Rosiane revendia produtos de beleza, roupas, lençóis, perfumes e essas coisas foram achadas com o suspeito.

caso 003 webSuspeito de matar mulher e jogar em cisterna que foi solto após polícia se atrapalhar é recapturado no interior do AC — Foto: Arquivo/PC-AC

Companheiro recapturado

Cinco meses após ser solto da Delegacia de Flagrantes de Rio Branco, após a polícia se atrapalhar com uma decisão judicial, Rodrigo Duarte Gomes, foi localizado e recapturado, no final de março de 2021 em uma comunidade ribeirinha do município de Porto Walter, às margens do Rio Grajaú, interior do Acre.

Desde que foi solto por engano em Rio Branco ele era procurado, mas conseguiu fugir da capital para Cruzeiro do Sul e de lá foi para zona rural de Porto Walter. Ao tomar conhecimento do paradeiro de Gomes, a polícia montou cerco na área, que é de difícil acesso, e conseguiu localizar e prender o homem.

Além da suposta participação na morte da jovem, ele também tinha um mandado de prisão em aberto pelo crime de roubo.

Depois que foi preso pela morte da jovem em setembro de 2020, o homem já tinha conseguido fugir da delegacia de Divisão Especializada em Investigações Criminais (Deic), após fazer um buraco na cela. Ele também tinha fugido em maio de 2020 do Complexo Penitenciário de Rio Branco, quando oito presos deixaram a unidade após fazerem um buraco na cela.

Saiu pela porta da frente

O suspeito, que cumpria um mandado de prisão temporária pela morte da jovem, tinha sido levado para a Defla, em Rio Branco, depois de danificar, pela segunda vez, uma cela da delegacia da 1ª Regional. Ele chegou a passar por audiência de custódia pelo crime de dano ao patrimônio, onde o juiz decidiu pela liberdade provisória.

O MP também se manifestou pela liberdade provisória no caso do crime de dano. No entanto, a polícia soltou o homem sem considerar que ele estava preso temporariamente pelo crime de homicídio contra a jovem.

Na época, o delegado-geral de Polícia do Acre, Josemar Portes, informou que a Corregedoria iria apurar se houve algum tipo de erro por parte da polícia. Ao g1, o corregedor, delegado Fabrízzio Sobreira, falou que todos os envolvidos foram ouvidos, que o procedimento estava em fase de decisão final quanto à possível responsabilidade de servidores.

Ainda na época, o TJ afirmou que a decisão de liberdade provisória na audiência havia sido com relação ao crime de dano ao patrimônio e não da prisão temporária pelo crime de homicídio. Segundo a Justiça, a delegacia deveria ter consultado o sistema para checar se o suspeito cumpria alguma outra medida.

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