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Polícia

Júri popular condena a mais de 37 anos de prisão acusado de matar ex-atacante da base do Vasco-AC

Júri popular condena a mais de 37 anos de prisão acusado de matar ex-atacante da base do Vasco-AC

Wandresson Coelho foi condenado por homicídio qualificado e por integrar organização criminosa. O acusado assassinou o ex-atacante da base do Vasco-AC, Ygor Santos de Araújo, em março de 2022

A 1ª Vara do Tribunal do Júri da comarca de Rio Branco condenou Wandresson Tavares Coelho a mais de 37 anos de prisão por homicídio qualificado e por integrar organização criminosa. O acusado assassinou o ex-atacante da base do Vasco-AC, Ygor Santos de Araújo, de 21 anos, em 28 de março de 2022. O júri popular ocorreu nesta quinta-feira (30).

O Ygor de Araújo estava em uma motocicleta e foi levar uma prima em casa no Residencial Cabreúva. Já na volta, ele foi perseguido e abordado por dois motoqueiros, que o executaram com cerca de três tiros. Após o crime, a dupla fugiu do local.

O júri entendeu que Wandresson Coelho matou o ex-atacante por motivo torpe, para exaltar o nome da organização criminosa no qual ele pertencia, e recurso que dificultou a defesa da vítima. Ele não pode recorrer da sentença em liberdade. “Ademais, seria um contrassenso conferir ao acusado, que encontra-se custodiado até a presente data e agora condenado pelo júri popular, o direito de aguardar em liberdade o trânsito em julgado da condenação”, destacou a juíza Luana Campos.

O acusado passou por audiência de instrução em janeiro deste ano e foi pronunciado ao júri popular em maio. Segundo o processo, Wandresson Coelho declarou que nunca fez parte de facção, que não matou o Ygor e que só estavam lhe acusando porque a moto encontrada no local do crime era sua.

Ainda conforme o documento, o réu afirmou que no dia dos fatos estava em casa, que não foi no local do crime naquele dia, e que nem saiu de casa. Ele disse ainda que não era mais dono da motocicleta no dia dos fatos.

A reportagem não conseguiu contato com a defesa do acusado.

‘Matou covardemente’, diz promotor

Após a oitiva das testemunhas e interrogatório do réu durante audiência em janeiro, a promotoria entendeu que a vítima foi morta por engano após deixar uma parente em casa. Segundo o promotor Carlos Pescador, no dia do crime, o acusado estava em buscar de “matar por matar”.

“Ele matou covardemente um jogador de futebol com um futuro brilhante pela frente. Por engano, o que é pior. Negou, mas tudo prova que foi ele. Zero dúvida de que ele matou. [Ygor] era um menino correto, estava ajudando a tia, na ausência do tio, a ir e voltar do trabalho. Vítima limpa, sem nada, seria um grande jogador. Um absurdo. O Yago era um ótimo menino, correto, família, uma pessoa muito boa”, disse Pescador.

Denúncia

Na época do crime, a polícia já havia informado que o jovem tinha sido vítima inocente da guerra entre facções criminosas. Wandresson Coelho foi denunciado pelo MP-AC pelos crimes de homicídio qualificado e por integrar organização criminosa.

Conforme a denúncia, o acusado junto com uma segunda pessoa não identificada mataram o jovem com três tiros por motivo torpe e recurso que dificultou a defesa. A motivação foi considerada torpe porque, segundo o MP, o acusado e o comparsa tinham o objetivo de realizar ataque em área de domínio de organização criminosa rival à que integram.

Já o recurso que dificultou a defesa da vítima é porque os dois deram os disparos de arma de fogo enquanto o jovem estava na motocicleta.

A Associação Desportiva Flamengo do Acre lamentou a morte de Ygor, na época, que era do clube desde 2018, e informou que ele sonhava em ser atleta profissional.

“Nosso clube lamenta profundamente a perda repentina de nosso atleta. Antes de qualquer coisa, Ygor Santos era um grande ser humano, amigo, leal e companheiro. Ygor vivia o esporte, sonhava em ser atleta profissional, amava o futebol.”

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