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Polícia

Jovem baleado por PM durante surto perdeu um rim, quebrou duas costelas e segue intubado em hospital no Acre

Jovem baleado por PM durante surto perdeu um rim, quebrou duas costelas e segue intubado em hospital no Acre

Antônio Dieferson, de 27 anos, teve o pulmão perfurado e duas costelas quebradas. PM-AC disse que ele ameaçava a mãe na noite de sábado (2), jogou um martelo no policial e foi baleado

O jovem Antônio Dieferson, de 27 anos, atingido por disparos durante uma ocorrência da Polícia Militar de Feijó, interior do Acre, no último sábado (2), perdeu um rim e segue internado no Hospital do Juruá, em Cruzeiro do Sul, onde passou por cirurgia. O rapaz tem problemas mentais e é dependente químico.

A informação foi repassada pela mãe do rapaz, Maria Luísa Pluma, em entrevista à Rede Amazônica Acre nesta segunda-feira (4).

Em 2015, o g1 contou a história de Antônio Dieferson, quando a mãe, desesperada, acorrentou o filho para evitar que ele roubasse e usasse drogas.

Na noite de sábado, a PM-AC disse que foi acionada para atender uma ocorrência em que um homem teria batido na mãe. Segundo a polícia, uma equipe foi até o local local e o envolvido estava com uma faca de mesa e um martelo nas mãos.

Ao tentarem dialogar, o rapaz arremessou o martelo na guarnição, quase atingindo os policiais. Um PM então atira em Antônio Dieferson na região do tórax. Ele foi para o hospital de Feijó e, posteriormente, encaminhado para Cruzeiro do Sul.

“Não dava para segurar esse menino? Atirar? Logo com tiro de fuzil. Qual a intenção desse policial? Matar. Que policiais são esses que não são preparados?”, criticou a mãe do rapaz.

Ainda segundo a aposentada, por conta dos problemas mentais, o filho segue sedado para evitar retirar os equipamentos. “Corre o risco dele tirar a sonda, tiraram um rim dele, teve um pulmão perfurado e duas costelas quebradas. Nenhuma autoridade dessa entrou em contato comigo, ninguém ofereceu ajuda porque o menino está na UTI e nem onde dormir eu tenho”, lamentou.

Maria Luísa Pluma acrescentou que o filho estava sem tomar os remédios. O rapaz iniciou o tratamento no Hospital de Saúde Mental do Acre (Hosmac) em 2013. “Ele toma vários remédios, está tudo atrasado porque não estão mandando buscar. Nem o diazepam ele estava tomando. Como vai melhorar? Vai surtar, vive surtando”, revelou.

Abordagem

No último sábado (2) durante o dia, a polícia acabou sendo chamada, para tentar conter o homem que estaria inclusive sendo violento com familiares.

À noite, quando pela segunda vez, a polícia foi acionada pelo mesmo motivo, policiais tentavam dialogar com o jovem. Ele acabou tentando atingir um dos policias com uma faca quando foi atingido e caiu no meio da rua.

Um vídeo gravado por populares mostra toda a ação do homem e também da Polícia Militar. Após ferido, Antônio Dieferson foi levado para o hospital de Feijó, estabilizado e no domingo (3), foi transferido para o Hospital do Juruá, em Cruzeiro do Sul, onde passou por cirurgia.

Em nota, a Polícia Militar disse que foi acionada para atender uma ocorrência de briga generalizada. “Ao se aproximarem do local todos os suspeitos se evadiram, apenas um indivíduo ficou na rua, ele estava com um pedaço de madeira na mão e ameaçava os policiais. O indivíduo conseguiu adentrar no terreno onde mora e lá de dentro proferia palavrões e xingamentos ao policiais e atirava pedras, chegando a atingir o supercílio de um dos componentes da guarnição policial”, diz a nota.

Os militares então conseguiram acalmar o homem. Porém, à noite foram acionados novamente porque o mesmo homem estaria ameaçando a mãe. “Os militares foram ao local e o envolvido estava com uma faca (tipo de mesa) e um martelo nas mãos. Ao militares tentarem dialogar o homem arremessou o martelo na guarnição, quase atingindo os policiais.

Durante diálogo tentando acalmar o envolvido ele tentava se aproximar da guarnição que tentava manter uma distância segura para conversar com o indivíduo. Em determinado momento estava muito perto da guarnição e arremessando objetos, um dos militares usou o armamento de choque para cessar a ação do homem que partiu e direção aos policiais, não sendo suficiente o armamento de choque o militar utilizou arma de fogo em seguida que deu fim a tentativa de agressão por parte do infrator”, destaca a nota.

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