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Polícia

Bebê com síndrome de Down chega morto em UPA no AC, médica suspeita de abuso sexual e aciona PM

Menino de 5 meses não resistiu e morre na noite dessa quinta-feira (8) na UPA da Cidade do Povo. Familiares que acompanhavam vítima negaram qualquer crime à polícia.

Um bebê de cinco meses deu entrada na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Conjunto Habitacional Cidade do Povo, em Rio Branco, na noite dessa quinta-feira (8), após sofrer parada cardíaca.

A equipe da unidade tentou reanimar o menino, que tinha síndrome de Down, mas ele acabou não resistindo e morreu. Segundo informações policiais registradas no Centro Integrado de Comando e Controle (CICC), ao examinar a criança, a médica constatou uma dilatação no canal anal, possivelmente fruto de abuso sexual.

Os familiares foram questionados sobre a suspeita da médica e todos negaram que alguém havia feito algo com o bebê. A família informou ainda que mora em Plácido de Castro, no interior do Acre, e que chegou na capital na noite anterior para fazer exames na manhã de quinta.

Ainda no interrogatório, os familiares informaram à polícia que após uma vacina que o bebê tomou nessa quinta, ele ficou “diferente” e que acreditavam que poderia ter agravado seu quadro, uma vez que possui síndrome de Down e cardiopatia.

A polícia questionou ainda quantas pessoas residem na casa em Plácido de Castro e a família relatou que, além do bebê, mais cinco pessoas, incluindo a mãe, pai, filhos e a avó. Eles disseram ainda à polícia que nenhum dos moradores tem histórico de abuso sexual ou passagem criminal. No conjunto Cidade do Povo, em Rio Branco, eles estavam hospedados na casa de uma mulher, mas não foi informado se seria parente ou amigo.

Uma equipe da Delegacia de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP) esteve na UPA. O corpo da criança foi levado para o Instituto Médico Legal (IML) para os devidos exames cadavéricos.

O G1 entrou em contato com o delegado Leonardo Ribeiro, que está com os casos da semana da DHPP, mas ele informou que ainda não recebeu nada sobre o caso.

Médica ficou em prantos, diz gerente

O gerente geral da UPA da Cidade do Povo, Calixto Ferreira conversou com o G1 e disse que a médica que atendeu a criança ficou muito abalada depois de perceber o suposto abuso e entrou em prantos. A reportagem não conseguiu falar com a médica.

“A médica já estava saindo do plantão dela quando aconteceu essa situação. Os profissionais da nossa unidade fizeram o que estava ao alcance deles e quando a criança entrou em óbito, foram fazer os procedimentos de rotina e a médica foi examinar e quando chegou nas partes íntimas, ela percebeu que algo tinha acontecido, não estava normal. Aí, foi quando ela acionou a polícia. Conversei com a médica, uma profissional de excelente qualidade, dedicada, ela fez o que pode. Inclusive estava muito abalada emocionalmente, porque ela está querendo ser mãe. Ela estava em prantos, isso abalou muito ela”, contou o gerente.

O diretor do IML, Ítalo Vieira, afirmou que devem ser feitos todos os exames necessários para elucidação do caso e que o prazo para sair o resultado do laudo é de 10 a 30 dias. Segundo ele, somente após esses resultados é que é possível dar mais informações.

“Essa criança deu entrada na unidade em situação grave, em parada cardiorrespiratória, foram feitos procedimentos de reanimação, mas sem sucesso e durante o exame físico a médica identificou alguma alteração e achou por bem encaminhar ao IML para melhor avaliação. O procedimento é a entrada do corpo, feito a necropsia, e havendo necessidade, será solicitado exames laboratoriais, exames de imagens, todos os procedimentos adequados para a elucidação. A previsão do laudo é sair em até 10 dias, mas dependendo dos exames solicitados, esse período pode ser um pouco maior, até 30 dias.”

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