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Economia

Motoristas de aplicativo trabalham mais e ganham menos, diz IBGE

Motoristas de aplicativo trabalham mais e ganham menos, diz IBGE

Pesquisa inédita reuniu principalmente motoristas, incluindo motociclistas, e aponta que maioria mantém informalidade e não contribui com a previdência

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta quarta-feira (25) uma pesquisa inédita na qual revela que 1,5 milhão de pessoas trabalhavam em plataformas digitais e aplicativos de serviços em 2022, incluindo principalmente motoristas e entregadores de comida. A maioria desses trabalhadores não contribui com a previdência, programa que possibilita a aposentadoria no âmbito da seguridade social.

Esse número representava 1,7% da população ocupada no setor privado, que chegava a 87,2 milhões no período da avaliação. No recorte por tipo de aplicativo, 52,2% (778 mil) exerciam o trabalho principal por meio de aplicativos de transporte de passageiros em ao menos um dos dois tipos listados na pesquisa (de táxi ou excluindo táxi).

Os “plataformizados”, segundo o IBGE, concentram-se nos níveis intermediários de escolaridade, tendo principalmente o superior incompleto ou apenas o ensino médio (61,3%). A população sem instrução e com fundamental incompleto é a menor entre os plataformizados – 8,1% do total.

Em um olhar mais aprofundado, 47,2% (704 mil pessoas) dedicavam-se ao transporte particular de passageiros (excluindo os de táxi) e 13,9% (207 mil) de aplicativos de táxi. Na região Sudeste, porém, há maior concentração de pessoas que trabalham com aplicativos de serviços gerais ou profissionais – 61,4% do total.

De acordo com a pesquisa – fruto de um Acordo de Cooperação Técnica com a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e o Ministério Público do Trabalho (MPT) –, a região Norte se destacou pela maior proporção de trabalhadores por aplicativos de transporte particular de passageiros, representando 61,2%, 14 pontos percentuais a mais que a média nacional.

Trabalham mais horas e têm maior proporção de informalidade

O estudo indicou que os trabalhadores de aplicativos trabalham, em média, 46 horas por semana no trabalho principal – uma jornada quase 7 horas mais extensa que a dos demais ocupados (39,5 horas), além de indicar que os motoristas são o grupo dos que mais trabalham na semana (47,9 horas). Somente uma parcela baixa, de 35,7%, contribui com a previdência – proporção menor entre os motociclistas, que chega a 22,3%.

“Se considerarmos o rendimento por hora trabalhada, os trabalhadores plataformizados apresentam, em média, rendimento hora inferior ao dos demais ocupados”, explica Gustavo Geaquinto, analista da pesquisa.

“Ao comparar os rendimentos de ocupados plataformizados e não plataformizados, é importante considerar que existem diferenças quanto ao nível de instrução e ao perfil ocupacional, havendo, por exemplo, maior participação de pessoas com menor nível de escolaridade e exercendo ocupações elementares entre os não plataformizados”, diz.

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