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Economia

Bolsonaro culpa servidores por demora no reajuste de policiais

Bolsonaro culpa servidores por demora no reajuste de policiais

Presidente crítica campanha salarial de outras categorias do funcionalismo ao indicar que PF, PRF e Depen não terão aumento acima do geral

O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta segunda-feira (30) que o “grande problema” para não conceder reajuste aos policiais rodoviários federais acima do esperado para a média do funcionalismo são os servidores que não “admitem” a reestruturação dos policiais “sem dar um aumento até abusivo para o outro lado”.

“E digo a vocês publicamente, PRF (servidores da Polícia Rodoviária Federal): o grande problema não é o nosso lado, são colegas, outros servidores, que não admitem reestruturar vocês sem dar aumento até abusivos pro outro lado”, afirmou.

Em meio às negociações para reajuste de servidores, o presidente tentava dar um aumento específico para a Polícia Federal e para o Departamento Penitenciário Nacional (Depen). Ele, no entanto, citava dificuldade de negociação com outros setores. Na semana passada, afirmou que “tendência” era dar um reajuste de 5% para todos os servidores. Bolsonaro já citou ameaças de greves e críticas de outras categorias.

Depois de afirmar que o governo “acendeu uma luz vermelha” com as despesas, ele afirmou nesta segunda-feira que não pode dar um aumento “para quem quer que seja” sem exigir uma “dotação orçamentária para tal” e que não ia “incorrer em crime de responsabilidade”. 

“Pessoal da PRF, somos o primeiro governo que tem teto de gasto. Eu não posso dar um aumento para a PRF, para a PF, pra Receita, pra quem quer que seja, sem exigir uma dotação orçamentária para tal. Nós somos escravos da lei, não vamos buscar alternativas, subterfúgios, e incorrer em crime de responsabilidade para atender quem quer que seja”, disse.

Na sexta-feira, a reportagem mostrou que o governo vai cortar cerca de R$ 14 bilhões no Orçamento a fim de abrir espaço para o reajuste salarial dos servidores públicos e acomodar o aumento de despesas obrigatórias. O bloqueio será acima dos R$ 8,2 bilhões previstos no boletim de acompanhamento de receitas e despesas, divulgado na semana passada pelo Ministério da Economia.

A ideia inicial era atender, agora, apenas o aumento dos gastos obrigatórios, como o plano safra e pagamento de precatórios. Mas o governo decidiu aumentar o bloqueio de uma vez e já incluir o valor necessário para conceder um reajuste de 5% a todos os servidores, o que deve exigir espaço no orçamento de R$ 6,3 bilhões.

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