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Economia

BC eleva expectativa do PIB de 2022, e mantém a de 2023; confira

BC eleva expectativa do PIB de 2022, e mantém a de 2023; confira

Banco Central espera estouro da meta de inflação pelo 3º ano seguido, segundo Relatório Trimestral de Inflação do quarto trimestre divulgado nesta quinta

O Banco Central (BC) divulgou nesta quinta-feira (15) as projeções para a economia neste ano e em 2023. A autoridade monetária espera crescimento de 2,9% no Produto Interno Bruto (PIB) neste ano, ante 2,7% da última projeção, mostra o Relatório Trimestral de Inflação do quarto trimestre de 2022.

Para o ano que vem, o BC manteve a projeção de 1%, acima dos 0,75% calculado no Boletim Focus, feito por mais de 100 economistas do mercado financeiro. 

O PIB é a soma de todos os bens e serviços feitos no país. É o principal medidor do comportamento da economia brasileira. Neste mesmo relatório, é esperada alta de 3,05% no PIB deste ano. 

“A alta na projeção do PIB refletiu, sob a ótica da produção, elevação na previsão para o setor de serviços, parcialmente compensada por recuo nas estimativas para agropecuária e indústria”, informou a instituição. 

O BC informou alertou que deve haver elevação dos gastos em 2023, em especial aos associados a transferências às famílias (Bolsa Família), o que, apesar de estimular o crescimento, deve aumentar o risco fiscal. 

“O resultado da expansão fiscal sobre a atividade econômica opera por diferentes canais. Por um lado, maiores estímulos fiscais, através de seus efeitos diretos, podem ajudar a sustentar a demanda agregada, especialmente no curto prazo”, informou o BC.

E acrescentou: “Por outro lado, estímulos fiscais adicionais, especialmente se impactarem a percepção de sustentabilidade da dívida pública, podem prejudicar as condições financeiras e o crescimento econômico”.

O comunicado se refere ao aumento de R$ 168 bilhões proposto pela PEC de Transição, que deve ser votada na Câmara dos Deputados na próxima semana. A medida eleva o gasto com o Bolsa Família, com investimento público e recompõe parte do Orçamento ministerial. 

Estouro da meta de inflação

Ainda segundo o relatório, cresceu de 46% para 57% a chance de estouro da meta de inflação no próximo ano. Caso se confirme a projeção, será o terceiro ano seguido em que o Banco Central não consegue atingir sequer o teto da meta estipulada. 

Definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta de inflação para o próximo ano é de 3,25% e será considerada formalmente cumprida se oscilar entre 1,75% e 4,75%.

O BC elevou de 4,6% para 5% a estimativa para o crescimento da inflação em 2023. A revisão também foi influenciada pelo possível aumento do gasto público. 

Para este ano, a instituição elevou sua projeção de inflação, medida pelo IPCA, de 5,8% para 6%. Sendo que a  meta de inflação para este ano é de 3,5% e será cumprida se oscilar entre 2% e 5%.

Neste ano, portanto, a chance estouro da meta é “próxima de 100%”, ante os 93% do último relatório. 

Inflação e juros

Em 2022, o Banco Central e o governo federal tiveram que lidar com pressões inflacionárias como a guerra na Ucrânia, que gerou alta de combustíveis, além de auxílios temporários criados para as eleições. Ainda há também resquícios da inflação gerada pela pandemia de Covid-19. 

Para 2023 o alerta fica por conta da PEC de Transição, que deve expandir o Orçamento em R$ 168 bilhões. 

Para conter o aumento dos preços, o BC manteve a taxa de juros em 13,75% na última reunião de 2022. Para 2023 os economistas do Boletim Focus esperam redução da taxa básica de juros para 11,75%. 

Neste momento, o BC já está ajustando a taxa Selic para tentar atingir a meta de inflação dos próximos anos, uma vez que as decisões sobre juros demoram de seis a 18 meses para terem efeito na economia. 

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