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Amazônia

Projeto de ONG quer plantar 400 mil árvores e restaurar 200 hectares de áreas degradadas no AC até 2025

Projeto de ONG quer plantar 400 mil árvores e restaurar 200 hectares de áreas degradadas no AC até 2025

‘Faça Florescer Floresta’ recebeu incentivo de uma empresa internacional para ampliar ações. Projeto trabalha com implantação de sistemas agroflorestais

Em uma parceria com a Nike, por meio da FISIA, distribuidora oficial da marca no Brasil, a ONG SOS Amazônia vai poder ampliar as ações do “Faça Florescer Floresta”, que recupera áreas degradadas e implanta sistemas agroflorestais (SAFs) em comunidades do Acre.

Inicialmente, a empresa fez parceria com a ONG pelos próximos três anos. O objetivo é restaurar 200 hectares por meio do plantio de 400 mil árvores até 2025.

Para se ter uma ideia, a primeira análise do projeto da Universidade Federal do Acre (Ufac) identificou que o estado tem 6.100 hectares em alerta de desmatamento até 22 de maio deste ano. O estudo é feito pelo Laboratório de Geoprocessamento Aplicado ao Meio Ambiente (LabGAMA) da Ufac.

Os alertas de desmatamento concentraram-se nos municípios de Feijó, Cruzeiro do Sul, Tarauacá e Rio Branco. O maior alerta do desmatamento identificado foi de 230 hectares em Feijó.

Em abril de 2022, o Sistema de Alerta de Desmatamento, do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), detectou 1.197 quilômetros quadrados de desmatamento na Amazônia Legal, um aumento de 54% em relação a abril de 2021, quando o desmatamento somou 778 quilômetros quadrados.

projeto 002 webA estimativa é envolver diretamente cerca de 200 famílias — Fotos: SOS Amazônia

O desmatamento detectado em abril de 2022 ocorreu no Mato Grosso (31%), Amazonas (29%), Pará (20%), Rondônia (16%), Roraima (2%), Maranhão (1%) e Acre (1%). Esse 1% do Acre equivale a 11 km² de desmatamento.

É justamente pensando em mudar esse cenário que o projeto “Faça Florescer Floresta” existe. O secretário técnico da SOS Amazônia, Álisson Maranho, diz que a intenção é focar nas áreas mais afetadas pelo desmatamento no estado. Outro ponto que a ONG também vai trabalhar é a restauração de nascentes de igarapés.

“A gente vai realizar esse plantio de árvores por meio dos plantios agroflorestais, envolvendo diretamente várias famílias. Uma pequena parte do projeto vai ser desenvolvida no Juruá, dando continuidade em ações que já temos lá nessa região, em Rodrigues Alves e Mâncio Lima, principalmente, já a outra parte vai ser nessa região do leste do Acre, que é a mais desmatada e que vai ser a região do projeto. Tem umas áreas mapeadas, mas a gente ainda vai finalizar esse processo, mas as pré-indicações iniciais são que o projeto deve ocorrer em Senador Guiomard, Xapuri, Capixaba e Brasileia”, explica.

A estimativa é envolver diretamente cerca de 200 famílias, ou seja, as ações devem ocorrer em 200 propriedades.

“A gente tem uma meta de plantar 400 mil árvores e restaurar 200 hectares, envolvendo duzentas famílias. A importância é de restauração, por conta do desmatamento que tem avançado muito nos últimos anos, então esse apoio vem de encontro a essa necessidade que temos de conscientização das famílias sobre desmatamento, restaurar áreas, nascentes de vários igarapés impactados com esse desmatamento com relação à qualidade e quantidade da água. Então, é um apoio muito importante para o nosso trabalho de restauração que beneficia não só essas famílias, mas toda a sociedade com plantio de árvores”, destaca.

Sistema Agroflorestal

O Sistema Agroflorestal (SAF) consiste em combinar o plantio de árvores ou arbustos com cultivos variados para consumo e comercialização. Essa diversidade aproveita melhor os recursos naturais, como solo, água e luz. Em todo o processo as comunidades são envolvidas, desde a produção de mudas até à comercialização dos produtos gerados, assim gerando renda e também proporcionando a preservação do espaço.

Só no ano passado, por meio desse projeto, foram recuperados 66 hectares de áreas degradadas com o plantio de mais de 105 mil árvores no modelo de sistemas agroflorestais, ou seja, o plantio consorciado de espécies florestais, frutíferas e de palmeiras, que depois integram à paisagem original.

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