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Amazônia

Governadores negociam direto com europeus ajuda para preservar Amazônia

Formado pelos estados do Acre, Amapá, Amazonas, Maranharão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins, o Consórcio da Amazônia Legal está negociando diretamente com a Alemanha, Noruega, França e Reino Unidos,

quatro dos sete países de maior economia do mundo, o G-7, a doação de recursos para executar projetos de preservação e desenvolvimento sustentável da região da maior floresta tropical do mundo, considerada internacionalmente como essencial para o equilíbrio climático do planeta.

Foi o que revelou nesta segunda-feira, 23, o jornal Folha de São Paulo, ao informar que depois que o governo Bolsonaro desistiu dos recursos do Fundo Amazônia, que vinham sendo doados pela Noruega e Alemanha para preservar a Amazônia, governadores dos nove se reuniram este mês com embaixadores dos quatro países europeus para discutirem o repasse dos recursos destes países diretamente para o Consórcio da Amazônia Legal.

Segundo o jornal paulista, os governadores amazônicos terão uma segunda rodada de reuniões com esses embaixadores dos quatro países europeus no próximo mês de outubro, quando pretendem ratificar sua posição de manter o Fundo da Amazônia e de outros programas de financiamento. “Deixamos claro que, enquanto estados e consórcio da Amazônia, temos personalidade jurídica para negociar (com os europeus)”, disse à Folha o governador do Amapá, Waldez Góes (PDT), atual presidente do consórcio amazônico.

O jornal paulista lembrou o que o presidente da França, Emmanuel Macron, disse nesta segunda-feira na Cúpula do Clima da ONU, que antecedeu a reunião da assembleia geral da entidade mundial, que se inicia nesta terça-feira, 24, em Nova York, nos estados Unidos. “O Brasil é bem vindo, eu acho que todos devem trabalhar com o Brasil, com os Estados da região. É bom que isso aconteça de forma respeitosa. As próximas semanas permitirão uma solução política que será um avanço”, afirmou Macron.

Itamaraty pressiona para presidente do consórcio amazônico não falar em reunião

Ao mesmo tempo em que revelava o compromisso dos quatro países europeus com a preservação e o desenvolvimento sustentável da Amazônia, a Folha de São Paulo denunciou que o Ministério das Relações Exteriores de Bolsonaro intercedeu para que o presidente do consórcio amazônico, Waldez Góes, tivesse seu discurso cancelado durante encontro organizado pela França, Chile e Colômbia para discutir o desmatamento na Amazônia, às margens da Cúpula do Clima nas Organizações das Nações Unidas (ONU). Com isso, não houve na reunião nenhuma fala sobre Amazônia por um representante brasileiro.

Segundo o jornal paulista apurou com fontes diplomáticas, o governador do Amapá foi convidado formalmente pelos presidentes Emmanuel Macron, da França, Sebastián Piñera, do Chile, e Iván Duque, da Colômbia, na segunda-feira passada (16), para participar do encontro que foi realizado na manhã desta segunda-feira.

“Mas segundo relataram fontes diplomáticas, o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, protestou contra o fato de um representante de governo estadual ser convidado para representar a Amazônia no encontro enquanto o governo federal não estaria presente. A Colômbia então teria passado a se opor ao convite para o discurso”. Isso acabou, segundo o jornal paulista, impedindo o presidente do consórcio amazônico de falar na reunião.

(*) Editor do site www.expressoamazonia.com.br.

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