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Amazônia

Estado garante direito de indígenas registrarem nome original de seus povos na documentação civil

Estado garante direito de indígenas registrarem nome original de seus povos na documentação civil

Pressões religiosas externas à cultura original, constrangimentos políticos e sociais, sobretudo o preconceito, são alguns dos motivos que levam muitos indígenas brasileiros a rejeitar suas raízes étnicas e adotar nomes e sobrenomes em língua portuguesa, deixando de acrescentar o nome de seu povo ao registro de nascimento e demais documentos.

Após diálogo de representantes do Estado com o cacique Joel Puyanawa, foi reconhecida a necessidade de a população indígena resgatar esse direito tradicional. A partir desse entendimento, uma equipe da Secretaria de Estado de Assistência Social e Direitos Humanos (Seasd) e da Defensoria Pública do Estado do Acre (DPE/AC) promoveu, na semana passada, em celebração ao Dia dos Povos Indígenas, uma ação emancipadora no município de Mâncio Lima, realizando a emissão de alteração no nome de 490 pessoas do Povo Puyanawa.

indigenas 002 webO uso de nomes na língua portuguesa e a ausência do nome do povo é comum entre indígenas do Acre. Fotos cedida

Andréia Guedes, técnica de referência para assuntos indígenas da Seasd, relata: “Com base na experiência obtida, foi identificada, como de extrema necessidade, a realização de uma ação futura de conscientização dos profissionais que trabalham com documentação civil, buscando não somente acrescentar o nome de origem da pessoa, como também resgatar a autonomia e autoestima de povos que por séculos sofreram a negação de direitos e o preconceito constante”.

A técnica ressalta que muitos indígenas relatam que a falta do sobrenome causa situações constrangedoras, principalmente na busca de acessos a benefícios sociais.

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