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Amazônia

Cientistas descobrem maior conjunto de algas marinhas do mundo e estudam relação com desmatamento

Um estudo com imagens de satélite identificou o maior conjunto de algas marinhas do mundo. Publicada

nesta sexta-feira (5) na revista “Science”, a pesquisa de cientistas dos Estados Unidos mostra que uma enorme massa de algas marinhas - chamada de “Grande Cinturão de Sargaços do Atlântico” - vai do Oeste da África até o Golfo do México.

A equipe liderada por Mengqiu Wang analisou, entre outros dados, os padrões de consumo de fertilizantes no Brasil e as taxas de desmatamento da Amazônia. De acordo com os pesquisadores, que estudaram imagens do oceano produzidas por satélites durante 19 anos, a expansão dessas plantas aquáticas pode ter relação com o desmatamento de florestas da Amazônia e a intensificação no uso de fertilizantes agrícolas na região.

A hipótese, no entanto, ainda precisa ser confirmada por novas pesquisas.

Alimento para as algas

Rios como o Amazonas lançam no mar uma grande quantidade de nutrientes e, ao longo dos últimos anos, isso parece ter aumentado por causa dos fertilizantes e do desmatamento, fornecendo mais “alimento” para as algas especialmente na primavera e no verão.

A extensão espacial dos grupos de algas tem crescido substancialmente ao longo da última década, segundo estudo, e tem relação com dois nutrientes em especial: um deles é produzido pela ação humana e outro é natural.

“A evidência de um enriquecimento de nutrientes é preliminar e baseia-se em dados de campo limitados, além de outros dados ambientais. Precisamos de mais pesquisa para confirmar essa hipótese”, afirma Chuanmin Hu, pesquisador da Universidade do Sul da Flórida. “Por outro lado, com base nos dados dos últimos 20 anos, posso dizer que é muito provável que o cinturão se torne a nova situação normal [do oceano]”, completou Hu.

Desde os tempos de Colombo

Embora os sargaços sejam um tipo de alga conhecido desde os tempos de Cristóvão Colombo, observadas já no século 15, pouco ainda se sabe sobre o que leva as algas a se expandirem no oceano. O estudo dos cientistas americanos é pioneiro nesse sentido.

Desde 2011, os tapetes de algas da região estudada aumentam em densidade e em extensão, criando o cinturão de 8,85 mil km. Esse é, portanto, o maior conjunto de macroalgas marinhas do mundo.

As algas flutuantes do cinturão estão se aproximando cada vez mais da costa e chegam até praias do Atlântico e do Caribe. Portanto, acabam criando problemas econômicos e ambientais. Até pouco tempo atrás, os grupamentos de algas eram bastante limitados e descontínuos.

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