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Jamaxi

Terceira via 

A pouco mais de um ano das eleições de 2022, os eleitores que não pretendem votar no presidente Jair Bolsonaro nem no ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva — em torno de 40%, segundo as pesquisas de opinião — ainda aguardam a definição do nome que vai representar a chamada terceira via na disputa. 

Vitrine 

Entre as forças políticas de centro, o PSD, partido do Senador acreano Sérgio Pètecão - que concorrerá ao governo do Estado no ano que vem e coloca-se a disposição daqueles que negam a administração do pepista Gladson Cameli -, está bem avançado nessa discussão. Em breve, o partido deve ter entre os seus quadros o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (MG), que cogita deixar o DEM para concorrer ao Planalto.

Trunfo 

Em entrevista ao jornal Correio Braziliense, o ex-prefeito de São Paulo e presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, diz confiar que Pacheco, caso confirme sua pré-candidatura, passará a ser mais conhecido nacionalmente e subirá na preferência dos eleitores. Segundo ele, o preparo intelectual, a habilidade política e o discurso conciliador que o senador tem adotado o levarão ao segundo turno da corrida presidencial.

Vaticínio 

Durante a conversa, Kassab garantiu que o PSD nunca teve qualquer tipo de vínculo com o chamado Centrão — bloco partidário que negociou cargos em troca de apoio a Bolsonaro e que assume cada vez mais o controle do governo. O político diz, também, que o presidente dificilmente será reeleito, em razão dos erros do governo federal na condução da pandemia e dos “desgastes gerados por polêmicas e confusão” em torno da segurança das urnas eletrônicas.

Simancol 

“O brasileiro fica estarrecido quando ele vem com ameaça à eleição — beira o ridículo. Nosso sistema (de votação por meio da urna eletrônica) é confiável e seguro. Ele é presidente da República, foi eleito democraticamente; não pode vir e ameaçar, por motivos realmente inexplicáveis, a realização da eleição”, crava Kassab. 


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Bom senso 

O Banco do Brasil e a Caixa Econômica resolveram deixar a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) e já avisaram a decisão ao ministro da Economia, Paulo Guedes, e ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, conforme apurou o Estadão/Broadcast. O motivo da saída se deve a um manifesto que a Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp) pretende publicar na terça-feira com um pedido de harmonia entre os três Poderes. A Febraban é signatária do documento. 

Pomo da discórdia 

O entendimento dos bancos públicos, de acordo com fontes, é que a instituição, que representa o setor no País, é privada e está se posicionando de forma política, o que ambos, controlados pelo governo, discordam. A informação sobre o desembarque de BB e Caixa da Febraban foi antecipada pelo colunista Lauro Jardim, de O Globo. 

Posição contrária 

Os dois bancos teriam encaminhado nota à Febraban, comunicando a saída da entidade caso o manifesto seja publicado. Segundo relatos colhidos pela reportagem, ambos se posicionaram contra a adesão à iniciativa, que foi votada na instituição e teve concordância da maioria. O assunto tem sido discutido há uma semana. 

Reação 

O manifesto não cita o presidente Jair Bolsonaro, mas traz críticas implícitas à gestão de Paulo Guedes e foi encarado pelos bancos públicos como uma claro ataque à política econômica. Isso porque no texto, obtido pelo Estadão/Broadcast, as entidades que o assinam pedem “medidas urgentes e necessárias” para o Brasil superar a pandemia, voltar a crescer e gerar empregos para, assim, “reduzir as carências sociais” que “atingem amplos segmentos da população”. No governo, quem liderou o movimento de ruptura dos bancos públicos com a Febraban foi o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, que mantém grande proximidade com Bolsonaro.

Beligerância 

A relação dos bancos públicos com os privados já estava ruim na Febraban, ao ponto de uma associação nacional dos bancos públicos estar sendo cogitada. O manifesto da Fiesp, intitulado “A praça é dos três Poderes”, foi assinado por diversas entidades da sociedade civil. Juntas, destacam no documento, que veem com “grande preocupação” a “escalada de tensões e hostilidades entre as autoridades públicas”.

Lucidez 

“O momento exige de todos serenidade, diálogo, pacificação política estabilidade institucional e, sobretudo, foco em ações e medidas urgentes para que o Brasil supere a pandemia, volte a crescer, a gerar empregos e assim possa reduzir as carências sociais que atingem amplos segmentos da população”, afirmam as entidades, no manifesto.

Bom senso 

O documento pede ainda a harmonia como “regra” entre o Legislativo, o Executivo e o Judiciário. Nenhum dos poderes, defende, é “superior em importância”, nenhum “invade o limite” dos outros e um “não pode prescindir” dos demais. “Em resumo, a harmonia tem de ser a regra entre eles”, afirmam as entidades no manifesto, que defende como “primordial” que todos os ocupantes de cargos relevantes da República “sigam” a Constituição.

Explicações 

Por conta da decisão anunciada pelos bancos estatais, o presidente da Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara, deputado Aureo Ribeiro (Solidariedade-RJ), disse ontem, domingo, 29, que vai apresentar um requerimento para ouvir o ministro da Economia, Paulo Guedes, o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, e o presidente do Banco do Brasil, Fausto Ribeiro. 

Razões 

O deputado quer entender a decisão dos bancos de deixar a Federação Brasileira de Bancos (Febraban). “Quando você politiza essa questão dos bancos, é muito triste, a gente começa a ficar preocupado. Quero entender, de fato, o que está acontecendo, não dá para a gente ficar nessa economia ideológica”, afirmou Aureo Ribeiro.

Premência 

O requerimento será apresentado nesta segunda-feira como prioridade, segundo o parlamentar. A ideia é que o convite seja aprovado ainda nesta semana e uma audiência única com os três seja marcada dentro de 15 dias.

Problemas 

O presidente da Fundação Palmares, Sérgio Camargo, foi acusado de assédio moral, discriminação e perseguição ideológica em processo no Ministério Público do Trabalho (MPT). A ação é baseada nos depoimentos de 16 servidores e ex-funcionários da Fundação que alegam ter passado por humilhação e terror psicológico.

Raiz

De acordo com matéria divulgada pelo Fantástico, da TV Globo, neste domingo (29/8), a investigação começou a partir de denúncias do movimento negro no Brasil, que pressiona pela saída de Camargo desde que ele assumiu o cargo.

Capitão do mato 

No documento da ação protocolada no MPT, existem exemplos de frases que ele usava com os funcionários. Segundo os depoimentos, ele chamava as pessoas aos gritos e falava coisas como “esses homens que têm esses cabelos altos e são das periferias são todos malandros” e “cabelo típico de aparência de esquerdista”. Sérgio Camargo, que é negro, desde que foi lançado por Jair Bolsonaro ao cargo de presidente da Fundação Palmares, teve desentendimentos com o movimento negroReprodução/ Facebook

Paranoia 

Além disso, segundo a reportagem, ele costumava exaltar a “necessidade de se cassar esquerdistas” e que um dos diretores que ele contratou era um “direita-bundão”, por não ter coragem de mandar esquerdistas embora. De acordo com o MPT, a situação provocou doenças mentais na equipe que trabalhou com ele. Os relatos incluem desenvolvimento de ansiedade e síndrome do pânico, além dos servidores concursados que solicitaram a saída da Fundação Palmares.

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