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Sinal de vida

Sinal de vida

Ontem. 01/11, pela tarde, no Palácio do Planalto, o presidente Jair Bolsonaro (PL) apresentou ao público a primeira reação após a derrota nas eleições presidenciais, que aconteceram no domingo, 30. 

Mensagem 

O líder do país quebrou o silêncio ao fim de um dia e meio de serem conhecidos os resultados. “Os atuais movimentos populares são fruto de indignação e sentimento de injustiça em como se deu o processo eleitoral. As manifestações pacíficas sempre serão bem vindas, mas os nossos métodos não podem ser os da Esquerda, que sempre prejudicaram a população: como invasão de propriedades, destruição de propriedade e fechamento do direito de ir e vir”, começou alertando no seu discurso, após agradecer aos cerca de 58 milhões de eleitores que votaram em si.

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Antes de Bolsonaro falar ao país, no Palácio da Alvorada, em Brasília, o ministro das Comunicações do Fábio Faria disse, disse que o líder do executivo não iria contestar o resultado das eleições.  Faria garantiu ainda que Bolsonaro iria falar, mas não sem antes reunir com os juízes do Supremo Tribunal.

Mutismo 

Fato é que o atual líder do executivo brasileiro, no poder desde 2018, esteve mais de 24 horas em silêncio após a divulgação dos votos apurados. Os resultados eleitorais resultaram num protesto realizado por caminhoneiros fãs de Bolsonaro, que, nesta terça-feira, já tinham bloqueado pelo menos 227 estradas por todo o país.

Barreiras 

A paralisação, que começou na segunda-feira, levantou algumas dúvidas sobre a segurança no país, tendo a Polícia Militar encerrado a Esplanada dos Ministérios, em Brasília, até ao Congresso Nacional, por forma a prevenir manifestações de apoiadores do atual presidente.

Manifestações 

Apesar de o presidente ter se mantido em silêncio, já na segunda-feira houve reações da família, como, por exemplo, da parte do filho Flávio Bolsonaro. “Vamos erguer a cabeça e não vamos desistir do nosso Brasil! Deus no comando!”, escreveu o também coordenador da campanha eleitoral de Bolsonaro numa publicação no Twitter, entre outras coisas.

Aceitando a realidade 

Pois bem! Após o pronunciamento realizado no Palácio do Planalto, Bolsonaro rumou para a sede do STF onde teve reunião com ministros da alta corte. Presente ao encontro, o ministro Edson Fachin relatou que o presidente Jair Bolsonaro (PL) utilizou o verbo “acabar” no passado durante reunião com integrantes da Corte, numa sinalização de reconhecimento da derrota nas eleições. 

Urbanidade 

Fachin foi questionado pela imprensa se Bolsonaro contestaria o resultado das eleições, e se esse foi um dos temas da conversa. De acordo com o ministro da Economia, Paulo Guedes, que também participou da reunião na Corte, o encontro ocorreu de forma tranquila e se tratou de uma “cortesia” do presidente. 

Convivas 

Participaram da reunião sete dos integrantes do Supremo. Além de Fachin, a presidente da Corte, Rosa Weber, e os ministros Alexandre de Moraes, Luiz Fux, Gilmar Mendes, Kássio Nunes Marques e André Mendonça. Dias Toffoli e Ricardo Lewandowski não estão em Brasília. Luís Roberto Barroso e Cármen Lúcia, por sua vez, foram embora e não ficaram para a reunião com Bolsonaro.

Referendo 

Em nota divulgada após a reunião com Bolsonaro, a presidência do STF afirmou que na conversa os Ministros do STF “reiteraram o teor da nota oficial divulgada, que consignou a importância do reconhecimento pelo Presidente da República do resultado final das eleições, com a determinação do início do processo de transição, bem como enfatizou a garantia do direito de ir e vir, em razão dos bloqueios nas rodovias brasileiras”.

Panos quentes 

Decano da Corte, o ministro Gilmar Mendes foi às redes sociais se pronunciar sobre a reunião entre Bolsonaro e o Supremo. Segundo o ministro, o momento é de “unir e pacificar o país”. “Em conversa com o STF, o Presidente da República reafirmou o compromisso inviolável de respeito à Constituição e aos resultados das urnas. É o momento de unir e pacificar o país”, escreveu em uma postagem no Twitter.

Cara de mané

A propósito do pronunciamento do presidente Bolsonaro no Palácio, dá para imaginar como se sentiu aquele caminhoneiro aliado de Bolsonaro quando assistiu ao primeiro pronunciamento público do presidente após o segundo turno das eleições. Frustrado, né? Não existe outro termo. 

Caraminholas 

O sujeito sempre seguiu tudo que seu mito mandou. Ouviu várias vezes o presidente afirmar que as urnas eletrônicas não eram confiáveis e que não aceitaria um resultado, segundo ele, inconfiável. Aí o presidente perde a eleição e some. Não diz uma palavra, dando a entender que vai partir para a guerra. A fábrica do ódio toma as redes sociais com chamamentos às forças armadas para dar golpe e destituir o presidente do Tribunal Superior Eleitoral, o ministro Alexandre de Moraes, diversas vezes atacado por Bolsonaro.

Bobão 

O crédulo eleitor do mito, então, se enche de ódio pela derrota eleitoral, pega o caminhão, dirige por quilômetros a fio, dorme na estrada e impede o trânsito. Corre risco de ser preso e de pagar multa de R$ 100 mil que provavelmente não dispõe no banco. E eis que o presidente — seu mito, seu herói — vem e diz que não tem nada com isso, que aquela forma de protesto nunca contou com seu apoio. “Dane-se!”, foi como  bateu no coração do profissional caminhoneiro o discurso do mito.

Consolo 

O máximo que o presidente concedeu ao seguidor humilhado foi dizer que entende os motivos do protesto, mas que nada tem com isso. Enfim, os caminhoneiros foram abandonados na estrada pelo presidente da República. Bolsonaro não quer ser responsabilizado por um movimento que sabe criminoso e que ele próprio incentivou. Afinal, “incitação ao crime” pode dar cadeia.

Você é problema seu! 

Como Bolsonaro já está cheio de investigações nas costas que podem resultar em prisão após deixar o cargo, ele resolveu deixar sobre os ombros de seus incautos seguidores a responsabilidade total pelos prejuízos que a paralisação das estradas causou ao país. Fez dois minutos de discurso, deu as costas e foi embora. 

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Vapt, vupt...

Integrantes do centrão já sinalizam que o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pode contar com uma base parlamentar bem mais sólida caso apoie ou não crie obstáculos à tentativa de reeleição do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).

Esperteza 

Eleito com a ajuda do governo Jair Bolsonaro (PL) e um dos principais aliados do atual presidente, Lira foi uma das primeiras autoridades a reconhecer a vitória de Lula no domingo (30), logo após o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) declarar que o resultado estava matematicamente definido.

Discurso 

Um dos principais recados que Lira passou foi que a “vontade da maioria manifestada nas urnas jamais deverá ser contestada”. O outro foi que era preciso desarmar espíritos e estender as mãos aos adversários para pacificar o país.

Fome e vontade de comer 

Integrantes do centrão e de outros partidos de centro e direita ouvidos pelo jornal Folha de são Paulo avaliaram que uma aliança seria benéfica tanto para Lula como para Lira, o que isolaria o bolsonarismo radical no Congresso a partir de 2023.

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