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Saúde pública

Saúde pública

O registro de óbitos de 9 crianças em menos de 2 meses, por conta da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), suscitou questionamento acerca da omissão do governo no atendimento público do setor saúde. No último dia 8, o bebê Théo Dantas, de apenas 10 meses faleceu em decorrência da doença. Ele aguardava uma vaga na UTI, porém os 9 leitos de UTI, voltados para a pediatria, disponíveis no Pronto Socorro estavam ocupados.

Averiguação in loco 

Tendo como pano de fundo esse cenário, uma comissão da Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), formada pelos deputado Edvaldo Magalhães (PCdoB), Jenilson Leite (PSB), Daniel Zen (PT), Neném Almeida (Podemos) e Jonas Lima (PT), esteve na manhã de ontem, (12) no Pronto Socorro de Rio Branco para verificar in loco a questão da falta de leitos pediátricos de UTI.

Retrato do caos 

Pelo relato dos parlamentares, a situação encontrada é caótica. Faltam medicamentos básicos como dipirona injetável, dramin injetável, sulfato de magnésio, sulfato de salbutamol [aerolin]. Todos medicamentos utilizados para estabilizar os pacientes.

Ação imediata 

O deputado comunista Edvaldo Magalhães cobrou ação do governo buscando melhora no sistema: “O problema é gravíssimo. Nós encontramos profissionais dedicados e angustiados. Ausência completa de medicação básica e mães e pais desesperados. Nós não temos outra coisa a fazer a não ser colocar isso como prioridade das prioridades na ordem do dia da Assembleia Legislativa. O Estado precisa agir rápido, com pulso firme para que as crianças não continuem morrendo. É essa a situação que estamos vivendo neste momento no Estado do Acre. O momento é de urgência, não dar para aguardar”, disse Magalhães.

Omissão 

Já o deputado Daniel Zen (PT) afirmou que o cenário visto “é de cortar o coração”. “A ausência de medicamentos considerados básicos como o medicamento antivômito, como o dramin, medicamento para dor e febre como a dipirona, que são básicos para este problema. É uma gripe muito forte que ataca os pequenos. A quantidade de leitos e de profissionais, que pese a dedicação dos profissionais que estão trabalhando, a quantidade de leitos é pequena. O Estado demorou para tomar decisões tocante a reabertura de leitos no Into”, disse Zen.

Providências 

Por seu turno, o deputado federal Léo de Brito (PT) cobrou ação do governo: “Indignação, não tem outra palavra usar diante da grave situação que está acontecendo na saúde pública do nosso estado. Crianças morrendo pela negligência dos gestores públicos. Isso não pode ficar assim. Como pai e agente público registro minha solidariedade às famílias dessas nove crianças que morreram nos últimos dois meses, ao mesmo tempo em que peço rigorosa investigação dos órgãos fiscalizadores. Esse é meu papel como deputado federal, vou acionar os órgãos competentes e exigir as devidas providências e investigação”. 

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Atitude 

Contrapondo-se a situação, ainda neste domingo, 12, o governo do Acre decidiu pela criação de um comitê emergencial para acompanhar o surto dos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (Srag). Além da participação de membros do Estado, a proposta é que representantes de outras instituições integrem a comissão.

Transparência

“O governo do Estado é o principal interessado em saber o que realmente aconteceu e a prova disso é a criação deste comitê. Queremos o acompanhamento de outros órgãos para trabalharmos de maneira transparente e esclarecer os fatos à sociedade”, afirmou o secretário da Casa Civil, Jonathan Donadoni. 

Encaminhamento 

Uma nova reunião será realizada nesta segunda-feira, 13, para a formulação do comitê e a sua criação deverá ser publicada no Diário Oficial da próxima terça-feira, 14. “Mesmo cumprindo agenda fora do país, o governador Gladson Cameli está acompanhando essa situação de perto e nos pediu empenho e agilidade nesta apuração”, informou José Rosemar Messias, chefe do Gabinete do Governador.

Adjunto 

A secretária de Saúde, Paula Mariano, reforçou não só o empenho do Estado, mas também dos profissionais da rede pública hospitalar para que a população seja bem atendida. A gestora classificou a criação do comitê como necessária para que o ocorrido seja esclarecido à população. 

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Sinal de alerta

Em reportagem do seu correspondente no Brasil, Jack Nicas, o mais importante jornal do mundo, o The New York Times, publica com destaque em sua página inicial: “Novo aliado de Bolsonaro no questionamento das eleições: os militares”. Começa assim: “Faltando quatro meses para uma das votações mais importantes da América Latina em anos, um confronto de alto risco está se formando. De um lado, o presidente, alguns líderes militares e muitos eleitores de direita argumentam que a eleição está aberta à fraude. Do outro, políticos, juízes, diplomatas estrangeiros e jornalistas estão soando o alarme de que Bolsonaro prepara o cenário para tentativa de golpe”.

O ovo da serpente 

A reportagem registra ameaças recentes à democracia do comandante da Marinha e do general Ministro da Defesa, a última feita horas depois da reunião em que Bolsonaro pediu ao presidente Joe Biden ajuda americana para evitar a eleição de Lula. O Times dá voz ao ministro Edson Fachin, presidente do Tribunal Superior Eleitoral: “Esses problemas são criados artificialmente por aqueles que querem destruir a democracia brasileira. O que está em jogo no Brasil não é só uma urna eletrônica. O que está em jogo é manter a democracia”.

SOS

A imprensa nacional fez divulgar neste final de semana que, de acordo com a agência norte-americana de notícias, a Bloomberg, Bolsonaro teria pedido ajuda a Biden para vencer o ex-presidente Lula (PT), líder em todas as pesquisas eleitorais, na eleição de outubro. O colunista do Portal UOL, Jamil Chade, confirmou a informação com duas fontes da diplomacia brasileira. 

Retrato 

De acordo com fontes anônimas da Bloomberg, Bolsonaro teria retratado Lula como um perigo para os interesses dos EUA. Biden, no entanto, teria destacado a importância de preservar a integridade eleitoral do Brasil e mudado de assunto em seguida. 

O outro lado

Se de fato Bolsonaro, em reunião com o presidente Joe Biden, referiu-se a Lula como um esquerdista radical, refratário aos interesses americanos, dispensou-se de dizer que ele, Bolsonaro, seria justamente o oposto caso fosse reeleito. O que mais ele disse a Biden ao implorar a ajuda americana para nem tão cedo desocupar o Palácio da Alvorada, esbarrou na indiferença do presidente dos Estados Unidos que, segundo a agência de notícias Bloomberg, preferiu mudar de assunto.

Constatação 

Só chefes de republiquetas seriam capazes de se comportar diante de Biden, ou de qualquer outro mandatário de Estado poderoso, como Bolsonaro se comportou, e até eles sabem que haveria canais mais adequados e seguros para se obter esse tipo de ajuda.

Interpretação 

O presidente Richard Nixon, forçado a renunciar para não ser deposto e preso, gravava todas as conversas que tinha na Casa Branca. Se Biden assim faz dentro ou fora da Casa Branca, ignora-se. Vladimir Putin, presidente da Rússia, certamente o faz. O que fez Bolsonaro configura crime de responsabilidade na opinião de três ministros do Supremo Tribunal Federal ouvidos por este blog no último final de semana. Nem a Casa Branca, nem o governo brasileiro desmentiu o que a Bloomberg apurou.

Complacência 

Crime de responsabilidade, de acordo com a Constituição, é motivo para que se abra um processo de impeachment contra quem o cometeu. Arthur Lyra (PP-AL), presidente da Câmara, coleciona mais de 100 pedidos de impeachment contra Bolsonaro. Da gaveta onde eles repousam, nenhum jamais saiu ou sairá. Lyra e quase todos os deputados estão no bolso de Bolsonaro. 

Realidade

Em troca de salários polpudos, mordomias e prestígio, os militares, hoje, batem continência à Bolsonaro e muitos apoiam seu plano de melar as eleições. Do meio do governo para cá, passou-se a dizer que Bolsonaro tornou-se refém do Centrão. Aconteceu o contrário. Depende do dono da caneta mais cheia de tinta da República a liberação de dinheiro para o pagamento de emendas parlamentares ao Orçamento. Na prática, o Centrão foi que virou refém de Bolsonaro, e por isso não o despreza.

Nomes 

No dicionário dos políticos em geral, inexistem as expressões “afronta à soberania nacional”, “constrangimento”, “humilhação” e “vergonha”, todas perfeitamente aplicáveis à negociata sugerida por Bolsonaro a Biden. Falta também a expressão “negociata”.

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