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Jamaxi

Recomeço 

O ex-governador e ex-senador Jorge Viana (PT) concedeu entrevista à jornalista Maria Meirelles, do Jornal Opinião, na última sexta-feira, manifestando determinação em participar do pleito eleitoral no ano vindouro. Analisando a atual conjuntura econômica e política do Acre e do país, JV debitou responsabilidades ao governo Bolsonaro e ao governador Gladson Cameli (PP) sobre as mazelas advindas da pandemia da covid-19, inflação, preço dos alimentos, gás de cozinha e da gasolina, tópicos que ora afligem o acreano e a comunidade brasileira. 

Na pista

Instado a comentar sobre eleições de 2022, Jorge deixou claro que será candidato no pleito, revelando que sofre pressão do Partido dos Trabalhadores para lançar sua candidatura ao Senador Federal, relevando, no entanto, que ainda não decidiu se concorre à Câmara alta ou ao governo do estado. 

Cautela

“Não estou me lançando a nada. Estou sendo cobrado, mas ainda conversando com muita gente, visitando municípios, indo com calma e ouvindo as pessoas. Pois acho que antes de pensarmos em liderar e ter um mandato, temos que consertar muita coisa”, refletiu.

Recomeço 

Mesmo fazendo autocríticas de alguns pontos da gestão no período em que seu grupo político governou o Estado, Jorge discorre que ao longo dos 20 anos em que o projeto geriu o Executivo Estadual, fez muito pelo Acre e sua meta agora e fazer uma inflexão para recomeçar o processo de mudança.

Frutos

“Nossa história deixou pelo menos dois legados: deixou trabalho feito e lideranças. E estou convidando essas lideranças para que possamos oferecer para a população alguma segurança de dias melhores que possa significar esperança de termos emprego, prosperidade, políticas sociais”, disse.

Lógica 

A pressão para a candidatura ao senado federal imposta pelo PT nacional a Viana tem uma lógica que remete ao cenário nacional. Em campos opostos do espectro político, o presidente Jair Bolsonaro e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) têm uma estratégia em comum para as eleições de 2022: aumentar a bancada no Senado para a construção de uma base de apoio forte

Governabilidade 

O plano de Bolsonaro e também de Lula é ter um grupo que possa, em alguns casos, reverter decisões da Câmara e, pelo menos, aprovar propostas com maioria simples, numa eventual administração do governo federal. E é aí que está inserida a pressão para que JV concorra ao Senado Federal. 

Mudança de rumos 

No espectro político ligado aos bolsonaristas, nomes que vinham sendo preparados para disputar os governos estaduais passaram a ser cotados para o Senado. Entre eles estão o coronel Alfredo Menezes, liderança do Amazonas que é rival do senador Omar Aziz (PSD-AM), hoje inimigo do governo na CPI; o deputado José Medeiros (Podemos), no Mato Grosso; e o ministro do Turismo, Gilson Machado, em Pernambuco.

Alternativas 

Integrantes do núcleo ideológico mais radical do bolsonarismo também passaram a ser considerados para tentar uma vaga ao Senado. Em São Paulo, o deputado estadual Gil Diniz (sem partido), próximo ao deputado Eduardo Bolsonaro, diz que a deputada federal Carla Zambelli tem chances de ser candidata. Há ainda o ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles e a deputada estadual Janaina Paschoal (PSL), que tem feito movimentos de reaproximação com o presidente.

Barriga verde 

Em Santa Catarina, estado que deu 65,8% dos votos a Jair Bolsonaro no primeiro turno de 2018, o empresário Luciano Hang é uma opção, assim como o deputado federal Daniel Freitas (PSL). Procurado, Hang disse que se tornou ativista político desde a eleição passada, que está focado nos negócios e tem até os primeiros meses de 2022 para se decidir.

Cenário carioca 

No Rio, os evangélicos Otoni de Paula (PSC), que é deputado federal, e o prefeito de Duque de Caxias, Washington Reis (MDB), buscam o apoio da família Bolsonaro para a candidatura. No Rio Grande do Norte, a disputa se dá entre os ministros Fábio Faria (Comunicações) e Rogério Marinho (Desenvolvimento Regional).

Prioridades 

A imprensa nacional cita, ainda, que entre os petistas, a eleição para o Senado está à frente da de governador na lista de prioridades. A ideia é lançar nomes de expressão como os atuais governadores do Ceará, Camilo Santana, e do Piauí, Wellington Dias. Aliados no campo da esquerda também são incluídos na estratégia de construir uma forte base de apoios a um eventual novo governo Lula. Nesse último grupo, estão o atual governador do Maranhão, Flávio Dino (PSB),  o deputado Alessandro Molon (PSB) no Rio e o ex-governador e ex-senador Jorge Viana no Acre.

Menos fisiologismo

Ainda são citados o deputado Paulo Pimenta, no Rio Grande do Sul, e o ex-prefeito de Recife João Paulo, em Pernambuco. Em 2018, com 54 cadeiras em disputa, o PT elegeu só quatro senadores. O cientista político Carlos Melo afirma que é mais difícil para os presidentes terem controle do Senado porque os eleitos, em geral, pertencem a uma elite política, com a presença de ex-governadores e ex-presidentes, e menos suscetível ao fisiologismo. 


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Mico 

Foi um fiasco a manifestação convocada pelo Movimento Brasil Livre (MBL) e o Vem Pra Rua. Na Avenida Paulista, onde, no último dia 7, cerca de 140 mil pessoas ouviram o presidente chamar de canalha o ministro Alexandre de Moraes do Supremo Tribunal Federal, apenas seis mil gritaram “Fora Bolsonaro”.

Perfilados 

É verdade que o governo federal tem a força da máquina e do dinheiro a seu favor e que o MBL e o Vem Pra Rua não têm nada. Mas é verdade também que grande parte da gente atraída pelos dois movimentos para derrubar a presidente Dilma em 2016 segue ao lado do presidente da República no pior momento que ele vive.

Prestígio 

Ciro Gomes, aspirante a candidato do PDT à vaga de Bolsonaro, esteve lá, bem como o governador João Doria (PSDB), o ex-ministro Luiz Henrique Mandetta (DEM), os senadores Simone Tebet (MDB-MT) e Alessandro Vieira (Cidadania-SE) e os deputados Orlando Silva (PC do B-SP) e Marcelo Ramos (PL-AM).

Pacote 

Mas isso não significa que militantes e eleitores desses partidos compareceram. “Para proteger a democracia brasileira temos que juntar todo mundo”, discursou Ciro. “Temos que estar juntos para formar uma grande frente democrática”, repetiu Doria. Um boneco gigante inflado mostrou Bolsonaro e Lula enganchados.

Adjunto 

Não basta que o boneco desapareça para que a “grande frente democrática” se torne possível. Ou se faz o entendimento entre todos que se opõem ao presidente ou ele poderá se reeleger ou tentar dar um golpe. O entendimento não passa necessariamente pela supressão de candidaturas já postas.

Alvo 

Pelo menos quatro candidaturas parecem irremovíveis: Lula, Bolsonaro, Ciro e Doria. Dessas, três querem Bolsonaro fora já, via impeachment, ou daqui a pouco mais de um ano pelo voto. O que impede um acordo entre os três para que se pouparem de ataques mútuos e concentrem fogo em Bolsonaro, o inimigo comum?

Fato 

Há uma variável que marca todas as eleições presidenciais brasileiras desde o fim da ditadura militar de 64: o PT tem lugar garantido no segundo turno. Mas há outra desde que por aqui foi introduzida à reeleição: o candidato à reeleição se reelege. Bolsonaro vai de mal a pior, mas não está morto.

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