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Personagens

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Matérias divulgadas pela mídia nacional hoje, 23/01, segunda-feira, mostram que o ex-presidente Bolsonaro comia pastel na rua e picanha e camarão em casa. Tudo às expensas do cartão corporativo da Presidência da República. As notas fiscais das compras feitas com cartão corporativo no governo Jair Bolsonaro revelam um ocupante do Planalto diferente daquele que se mostrava em público, revela, por exemplo, uma reportagem do jornal Estado de S.Paulo de hoje. 

Enganando os Manés 

Diante das câmeras, Bolsonaro, numa tentativa de marketing com o apelo popular, aparecia comendo churrasquinho com farofa, cachorro quente e pastel. Mas na lista de despesas da residência oficial mostra que o cardápio era outro e bem mais refinado. Aparecem cortes nobres de carne, frutas e verduras de um famoso mercado gourmet, além de camarão e bacalhau. 

Só no discurso 

O cartão corporativo pode ser usado para esse tipo de despesa e os dados mostram que os presidentes consumiam esses alimentos. Bolsonaro foi o único, no entanto, que procurava passar uma imagem contrária. O então presidente disse 15 vezes em lives que não utilizava o método de pagamento. Ele não tinha costume de receber grupos de convidados ao longo dos quatro anos de governo para almoços ou jantares no Palácio da Alvorada, uma prática comum entre seus antecessores.

Chick perde! 

A reportagem ainda informa que, no dia 7 de junho de 2019, foram comprados 6,3kg de picanha maturatta, 15kg de filé mignon sem cordão e ainda peças de costela defumada, batata palha, potes de palmito e azeitona. Os pescados também aparecem na lista de compras da residência oficial. Em abril de 2019 foram adquiridos 4,2kg de camarão rosa, 7,2kg de bacalhau e 10,8kg de filé de robalo. No intervalo de um ano foram ao menos 14 compras de picanha, 47 de mignon e 15 de bacalhau. Essas despesas eram frequentes – às vezes mais do que uma vez na semana. 

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Conta salgada

Enquanto Jair Bolsonaro vê o cerco jurídico aumentar, aliados do ex-presidente também vêm enfrentando problemas nos tribunais. Ofensas pessoais e desrespeito a decisões judiciais nos últimos quatro anos levaram a dezenas de condenações e multas. Levantamento do GLOBO mapeou 36 decisões de primeira instância condenando bolsonaristas a pagar indenizações, além de ordens do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), estipulando o pagamento de milhões de reais aos cofres públicos.

Saldo

O apoiador de Bolsonaro com o maior montante de indenizações em tramitação na Justiça é Roberto Jefferson. Se somadas as decisões já proferidas, o valor das indenizações beira os R$ 500 mil. Entre os beneficiários está Moraes, que pediu a penhora da aposentadoria do ex-deputado federal à Justiça. Jefferson foi condenado em dois processos por danos morais por associar o magistrado à maior facção criminosa de São Paulo. A dívida de Jefferson com Moraes com juros e correção é de R$ 144 mil.

Crimes e castigos

Ele tem ainda a pagar uma indenização de R$ 300 mil favorável ao governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, por ofensas homofóbicas, outra de R$ 20 mil por ofensas à origem oriental e com cunho sexual contra o deputado Kim Kataguiri (União-SP), e uma terceira de R$ 10 mil para a ex-deputada Manuela D’Avila, por afirmar que ela “apoiaria o incesto” e “incentivaria o casamento entre pais e filhos”.

Cárcere 

O ex-presidente do PTB está preso e é investigado no inquérito do STF que apura a existência de milícias digitais. Ele ainda atacou a tiros policiais federais que foram à sua casa cumprir o mandado de prisão.

Discípulo

Outro que tem pendências monetárias com Moraes, que virou o inimigo número um dos bolsonaristas, é o deputado federal Otoni de Paula (MDB-RJ). Ele perdeu um processo por danos morais para o ministro por ter divulgado em suas redes conteúdos se referindo ao magistrado como “lixo”, “esgoto”, “cabeça de ovo”, entre outros xingamentos, e terá que pagar cerca de R$ 95 mil. O parlamentar já teve R$ 40 mil bloqueados de sua conta-salário.

Família Bolsonaro 

O ex-deputado Jean Wyllys, que durante os últimos anos foi um dos principais alvos dos ataques bolsonaristas, revidou na Justiça grande parte das afirmações que o associavam indevidamente a Adélio Bispo, autor da facada em Bolsonaro na campanha de 2018. Filhos do ex-presidente, o vereador do Rio Carlos Bolsonaro (Republicanos) e o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP). Os dois foram condenados pagar R$ 20 mil cada a Jean Wyllys após divulgarem vídeo que o ligava a Adélio. Ainda cabe recurso.

Exemplo paterno

O próprio ex-presidente foi condenado a pagar R$ 100 mil após ação movida pelo Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo, por conta dos diversos ataques de Bolsonaro à categoria. Ele recorreu da decisão, que segue tramitando.

Dívidas com famosos

Na lista de credores dos bolsonaristas estão também famosos, como os compositores Tom Zé e José Miguel Wisnik. Eles receberam R$ 65 mil da deputada Carla Zambelli (PL-SP) pelo uso sem autorização da música “Xiquexique” em um vídeo de apoio a Bolsonaro. O compositor Mano Góes, autor da canção “Milla”, também entrou na justiça contra a parlamentar, que foi condenada a pagar R$ 20 mil por usar a música também sem autorização. Zambelli recorreu da decisão e aguarda sua tramitação.

Na boca do caixa

Quem também tem uma longa lista de ações na Justiça contra apoiadores de Jair Bolsonaro é o youtuber Felipe Neto. Ele recebeu uma indenização de R$ 66 mil do deputado federal Carlos Jordy (PL-RJ), após o parlamentar o associar ao massacre em uma escola pública em Suzano, na região metropolitana de São Paulo, em 2019, que deixou sete pessoas mortas.

Inadimplência 

Outro com pendências processuais é o deputado Daniel Silveira (PTB-RJ). Ele foi condenado a pagar R$ 20 mil por danos morais ao prefeito Axel Grael (PDT), de Niterói, na Região Metropolitana do Rio, após afirmar em suas redes sociais que ele “deveria levar uma surra de gato morto até ele miar, de preferência após cada refeição”. Questionado sobre o não pagamento dessa e de outras indenizações, o deputado ressaltou que seus bens foram bloqueados pelo Supremo Tribunal Federal.

Palpos de aranha 

Além das indenizações, Silveira tem em aberto o pagamento de R$ 4,6 milhões por duas multas determinadas pelo STF por descumprimento de determinações da Corte. Na decisão, Moraes afirmou que o parlamentar desrespeitou medidas cautelares em 175 ocasiões. 

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