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Marcas do que se foi

Marcas do que se foi

Depois que o ex-deputado federal Roberto Jefferson (PTB) estrelou o espetáculo dantesco no último final de semana, quando agrediu de maneira abjeta a ministra do STFG Carmém Lúcia e após, ao ter seu regime de prisão domiciliar revogado, atirou e jogou granada nos policiais federais que foram cumprir ordem para reconduzi-lo ao regime de prisão fechada, o presidente Jair Bolsonaro (PL) negou no domingo, 23, que existam fotos dele com o ex-deputado federal. “Não tem uma foto dele comigo”, disse. 

As fotos não mentem 

Apesar da afirmação, registros de Jefferson ao lado de Bolsonaro estão sendo publicados nas redes sociais. Pelo menos três fotos de diferentes visitas do deputado ao Palácio do Planalto foram compartilhadas por internautas.

Atenção especial 

A afirmação de Bolsonaro foi feita em transmissão ao vivo ao lado de Tarcísio de Freitas (Republicanos), candidato ao governo de São Paulo. Na sequência, o presidente leu a publicação que fez no Twitter na qual repudia as falas de Jefferson contra a ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF). Na nota, Bolsonaro informa que determinou a ida do ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, ao Rio de Janeiro para acompanhar o “andamento deste lamentável episódio”.

Quem é você?

Também na transmissão, o ministro das Comunicações, Fábio Faria, afirmou que Jefferson nunca foi coordenador da campanha de reeleição de Bolsonaro. Faria fez o comentário em resposta ao deputado federal André Janones (Avante-MG), que declarou nas redes sociais que Jefferson é “um dos coordenadores informais da campanha”.

Chega pra lá 

A propósito de Roberto Jeferson, apoiador engajado do presidente Bolsonaro, a granada que ele lançou neste domingo sobre policiais federais também teve efeito bombástico na campanha de Bolsonaro. A ordem no quartel general bolsonarista é tentar desvincular completamente o presidente Bolsonaro de qualquer relação com o ex-deputado federal e presidente de honra do PTB.

Cordão umbilical 

Ocorre que o governo se viu ligado de forma umbilical ao episódio. Não por acaso, o ministro da Justiça foi escalado para acompanhar o caso de perto. Torres acabou se deslocando para Juiz de Fora (MG), que fica a cerca de 50 quilômetros da cidade do ex-deputado, Levy Gasparian, e lá permaneceu. Há grande receio de como o ataque com granada e tiros lançados pelo ex-deputado contra policiais repercutirá entre os eleitores.

Link 

Uma das evidências do curto-circuito está na justificativa do pedido da ida de Torres ao Rio feita por Bolsonaro e que acabou não acontecendo. Coordenadores da campanha afirmam que o ministro foi convocado para ir ao local para “repudiar” o ataque de Roberto Jefferson à PF. Já a assessoria de imprensa do ex-deputado, que se encontrava em prisão domiciliar, afirma que Jefferson exigiu a presença do ministro para negociar sua entrega à PF.

Bandido de estimação 

Pressionado, Bolsonaro gravou um vídeo no qual diz que o “tratamento dispensado a quem atira em policial é o de bandido” e que Jefferson foi preso. Faltou combinar com aliados de primeira ordem, como o deputado federal Otoni de Paula (MDB-RJ). O parlamentar foi às redes sociais dizer que falou com a assessoria de Bolsonaro e que o presidente havia tomado a decisão de “mandar as Forças Armadas proteger o nosso Roberto Jefferson”. 

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Contraponto

Após as ações do ex-deputado Roberto Jefferson contra agentes da polícia federal em cumprimento de mandado de prisão neste domingo (23/10), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se manifestou sobre o caso. Lua também criticou às ofensas do ex-parlamentar a Cármen Lucia, que repercutiram nos últimos dias.

Ousadia 

O candidato petista à presidência da República disse que o presidente Jair Bolsonaro (PL) teve a “petulância” de mandar um ministro para proteger o ex-deputado Roberto Jefferson, que atirou contra policiais federais neste domingo. 

Referência 

O petista se referia ao pedido do presidente para o ministro da Justiça, Anderson Torres, acompanhar a rendição de Roberto Jefferson. Nas redes sociais, Bolsonaro repudiou a reação de Jefferson, até então seu aliado, e o chamou de bandido. 

Tratamento vip

“Bolsonaro é muito agressivo. Ele teve a petulância de mandar o ministro da Justiça lá para proteger um cidadão que tinha se recusado a se entregar para a PF que cumpria o mandado de um juiz. Ou seja, é um absurdo”, disse Lula durante participação no podcast DL Show.

Pesos e medidas 

Na entrevista, Lula destacou que, primeiro, Bolsonaro “ofendeu os ministros da Suprema Corte” para, em seguida, enviar o ministro da Justiça até a casa do ex-deputado a fim de proteger “o aliado” que “se comportou como um bandido” ao atirar nos agentes da PF.

Sei nem que é!

O petista ironizou a declaração de Bolsonaro que tentou desvincular a imagem dele a de Jefferson ao dizer que “não tem foto” ao lado do presidente do PTB. “[Bolsonaro] agora está com vergonha [do ex-aliado]. Agora [ele] vai dizer: ‘eu nem conheço, aquela fotografia é que ele passou perto de mim e tiraram’. Não, ele só não é cabo eleitoral do presidente, como é sócio e defensor do presidente, de todas as malandragens”, completou Lula, ressaltando que, caso Roberto Jefferson “estivesse comprando livros em vez de armas não teria feito a bobagem que fez”.

Por que Jefferson foi preso? 

A ordem de prisão aponta o descumprimento de medidas cautelares por parte de Jefferson. No despacho, Moraes pediu prisão, busca e apreensão e proibiu entrevistas. A decisão ocorreu depois de Jefferson xingar a ministra Cármen Lúcia, do STF, e a comparar com “prostitutas”, “vagabundas” e “arrombadas” em uma publicação na internet. Ele estava proibido de usar as redes sociais, justamente por outra ordem de Moraes. A gravação foi publicada no perfil da filha de Jefferson, a ex-deputada federal Cristiane Brasil (PTB), que teve a conta suspensa hoje.

Água na fervura 

A campanha de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vai explorar a ligação de Roberto Jefferson com Jair Bolsonaro (PL) nas inserções de rádio e TV e na propaganda eleitoral nesta última semana da corrida eleitoral.

Escavacando 

A peça divulgada nas redes sociais fala em “violência bolsonarista” e cita a prisão do ex-deputado federal e presidente do PTB, que resistiu à ação da Polícia Federal e feriu dois agentes. O vídeo cita ainda que Jefferson foi “condenado por corrupção”, mas omite que o caso que tirou os direitos políticos dele até o fim de 2023 foi o escândalo do mensalão. Após o episódio deste domingo, Bolsonaro também tenta fugir da associação com o ex-deputado.

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