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Jamaxi

Mais do mesmo 

Quem tinha esperanças de que Jair Bolsonaro fosse baixar o tom pode perdê-las agora. Jair Bolsonaro irá participar de uma demonstração de apoio dos militares ao seu governo nesta terça-feira (10), mesmo dia marcado para a votação da PEC do voto impresso no Congresso. De acordo com a jornalista Thaís Oyama, do portal UOL, um comboio militar - formado por veículos blindados, tanques e lança-mísseis - irá atravessar a Esplanada dos Ministérios e estacionará em frente ao Palácio do Planalto

Álibi 

“Lá, o comandante do comboio desembarcará para protagonizar uma cerimônia de entrega ao presidente do convite para presenciar o maior treinamento militar da Marinha no Planalto Central”, destaca um trecho da reportagem. O convite diz respeito à Operação Formosa, que será realizada na próxima semana. 

Demonstração de força 

A Operação Formosa, marcada para a semana que vem, terá, além de veículos anfíbios, aeronaves, carros de combate, veículos de artilharia, lançadores de foguetes e a participação de 2.500 militares. E pela primeira vez na história contará com a participação do Exército e da Aeronáutica. É Jair Bolsonaro mostrando seus músculos.

Remember 

A tentativa de demonstração de força de Bolsonaro faz lembrar o último ato público intimidatório da ditadura militar, tão cara ao presidente. Foi em 23 de abril de 1984, dois dias antes da votação da Emenda Dante de Oliveira que, se aprovada, reestabeleceria as eleições diretas para presidente. O Comandante-Militar do Planalto, general Newton Cruz, desfilou pela Esplanada dos Ministérios montado num cavalo branco. Chefiava um ameaçador comboio de seis mil militares e 116 tanques e carros de combate.

Inusitado 

Interlocutores da cúpula do Exército classificam de “totalmente inusitado” o desfile de blindados que a Marinha irá realizar nesta terça-feira em Brasília para entregar um convite a Jair Bolsonaro que poderia ser enviado até por email. “É a primeira vez que vemos isso. Da parte do Exército, ninguém participará. É totalmente inusitado. Coisa da Marinha com o Braga Netto”, disse um militar. 

Subindo o tom 

Bolsonaro há tempos vem fazendo ameaças ao Supremo Tribunal Federal e, nas últimas semanas, subiu ainda mais o tom, dirigindo ataques a ministros da Corte e ao Tribunal Superior Eleitoral, além de afirmar que poderia adotar medidas “fora das quatro linhas da Constituição” e ameaçar, por reiteradas vezes, o pleito do ano que vem.

Agenda cancelada 

Na última quinta-feira (5/8), o presidente do STF, ministro Luiz Fux, cancelou uma reunião com Bolsonaro. Em discurso contundente, disse que “diálogo eficiente pressupõe compromisso permanente com as próprias palavras, o que, infelizmente, não temos visto no cenário atual”.

Reação 

Sobre a demonstração de força a partir do exibicionismo das Forças Armadas, o Partido Socialismo e Liberdade (PSol) utilizou as redes sociais, na tarde desta segunda-feira (9/8), para afirmar que entrará com mandado de segurança para impedir desfile de veículos militares blindados.

Coro

A reação ao exercício de força das Forças Armadas não ficou restrita ao PSol. O senador Randolfe Rodrigues, vice-presidente da CPI da Covid, criticou Jair após a notícia de que um comboio militar - formado por veículos blindados, tanques e lança-mísseis - atravessará a Esplanada dos Ministérios e estacionará em frente ao Palácio do Planalto nesta terça-feira.

Obra completa

Pelo Twitter, Randolfe disse que a tentativa de golpe pode levar Bolsonaro à cadeia. “Colocar tanques na rua não é demonstração de força, e sim de covardia”, afirmou o parlamentar. “Quer tentar golpe Sr. @jairbolsonaro? É o crime que falta para lhe colocarmos na cadeia”, acrescentou.

Bom senso 

Por seu turno, o governador do Maranhão, Flávio Dino (PSB-MA), também usou suas redes sociais para criticar Jair Bolsonaro e Walter Braga Netto: “Esse desnecessário passeio de veículos militares pela Esplanada é uma provocação e tem cara de ameaça. Evento deveria ser cancelado. Nação precisa de serenidade e paz”, disse Dino. 


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Sons 

Os ruídos entre Rodrigo Pacheco (DEM-MG) e Arthur Lira (PP-AL) não se restringem à “agenda bolsonarista”. Um dia antes de a MP do Ambiente de Negócios caducar no Senado, o presidente da Casa acatou 69 emendas ao texto e o devolveu para a Câmara. Lira ignorou tudo e, com apoio dos líderes de bancada, colocou em votação o original aprovado por ele e seus colegas. A interlocutores, o presidente da Câmara tem reclamado da forma como o Senado trata as matérias recebidas dos deputados: com lentidão e ainda apontando “jabutis”.

Lista

Além da MP, a lentidão do Senado em projetos sobre o reconhecimento da educação como atividade essencial na pandemia e as novas regras do licenciamento ambiental, por exemplo, também têm incomodado Arthur Lira.

Lado B

No entorno de Pacheco, senadores reclamam da forma como o presidente da Câmara têm “tratorado” pautas importantes, sobretudo na volta dos trabalhos após o recesso.

Marca

Citado como presidenciável, Pacheco busca conferir “personalidade”, segundo um aliado dele, à gestão na presidência.

DNA

Pacheco disse que a decisão de Lira feriu a soberania do Senado e chegou a convidar o presidente da Câmara para um papo na sexta-feira, 6, mas desmarcou a conversa.

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Um colega de Pacheco avalia que o estilo mineiro prevaleceu: o presidente do Senado costuma reagir somente quando a corda está para arrebentar.

Um por todos

Luiz Fux sempre foi apontado como um magistrado afeito ao “corporativismo”. Quem conhece bem o presidente do STF diz que foi justamente essa característica, acima de qualquer outro motivo, que o levou a comprar a briga de Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes contra Bolsonaro.

Dentro

O diretório municipal do PSDB em São Paulo diz que vai participar de todos os atos nas ruas contra Jair Bolsonaro, independentemente se de esquerda ou de direita. A decisão contraria orientação do comando nacional do partido. Alvos da esquerda e do MBL, organizadores dos atos, tucanos têm sido as visitas inconvenientes nas manifestações. 

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