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Idas e vindas

Idas e vindas

Momentos antes de se filiar ao PSDB, numa concorrida solenidade na tarde de ontem, quarta-feira-feira (30), em Rio Branco, o ex-secretário de Meio Ambiente da Capital, Normando Sales, disse que o ato não constitui afastamento ou rompimento com o prefeito Tião Bocalom (PP). “Primeiro que a história política do Bocalom foi toda construída dentro do PSDB. Hoje, sou eu que estou retornando. Amanhã pode ser ele”, disse Sales.

Condições 

Indagado sobre o assunto, o presidente regional da sigla, Manuel Pedro Correia, o “Correinha”, concordou com a possibilidade, mas fez uma condicionante: “Desde que não seja para brigar com o governador, que nós apoiamos”. Como se sabe, o governador Gladson Cameli e o prefeito Tião Bocalom, embora filiados ao mesmo partido, o PP, são, politicamente falando, como água e vinho, não se misturam.

Polos 

Exemplo disso foram as rugas entre ambos, em pleno palanque com a presença do presidente Jair Bolsonaro (PL). Durante a visita presidencial ao Acre, no início do mês passado, Bocalom reclamou no ouvido do governador em ralação às vaias que recebia no local, posto que identificou na platéia uma claque que apoiava o governador e apupava sua figura durante sua fala ou mesmo quando era citado seu nome. Em resposta, de volta ao microfone, Gladson Cameli disse que não tinha o controle das manifestações e que o prefeito deveria era tapar os buracos das ruas da Capital. 

O pomo da discórdia 

Para rememorar, as rugas entre os dois não nasceram agora. Guardam na memória as eleições de 2018. Naquele ano, quando Gladson disputava o governo, Bocalom deixou de apoiar a candidatura do cruzeirense em detrimento da candidatura do coronel Ulysses Araújo. 

Ironias 

Dois anos depois, na disputa pela Prefeitura da Capital, Cameli deu o troco e apoiou a candidatura à reeleição da então prefeita da Capital Socorro Neri – então no PSB, partido de oposição a Cameli - em detrimento de Bocalom, correligionário do governador. Por ironia do destino, hoje Ulyssese Neri servem ao governo de Gladson e caminham com o projeto de reeleição de Cameli, enquanto Bocalom estará no palanque do Senador Sérgio Petecão (PSD), contendor de Gladson em 2022.

Divórcio 

Consta que no início da semana Sales buscou audiência com Bocalom para entregar em mãos sua carta de desligamento da Secretaria de Meio Ambiente do Município e não foi recebido pelo alcaide. Normando Sales sempre foi homem de estrita confiança e estratégias de todas as campanhas das quais Bocalom participou, período que remonta aos últimos 20 anos. Ao que parece, o casamento chegou ao fim. 

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Nova casa 

O ex-deputado e ex-secretário de agricultura Lourival Marques assinou ontem à tarde ficha de filiação no MDB, partido pelo qual vai se candidatar a uma vaga na Assembleia legislativa.  A cerimônia de filiação contou com a presença do vice-governador Major Rocha, do deputado Flaviano Melo e outros líderes do partido, como o professor Carlitinho Cavalcanti e o ex-deputado Chagas Romão. Também estiveram presentes a mãe de Lourival, a professora e escritora Edir Marques e a esposa Mariana.

Anfitriões 

Lourival disse que havia recebido muitos convites de outros partidos, mas que sua escolha foi feita com muito zelo e critério. Que a decisão foi tomada ouvindo seus apoiadores e sua família, ressaltando as lições que aprendeu com o pai, o saudoso desembargador Lourival Marques, de quem herda o nome e da mãe Edir. Lembrou que recebeu o convite para o MDB por iniciativa do ex-deputado Adalberto Ferreira, junto com João Correia, Aldemir Lopes, Vagner Sales e Chagas Romão. 

Processo decisório 

Lourival revelou que essa unidade dentro da direção do MDB o fez pensar muito e renovar a esperança de fazer o melhor pelo Acre. Que amadureceu a ideia em viagem a Marechal Thaumaturgo, no Juruá, onde tem apoiadores e onde recebeu centenas de votos, tendo certeza de que o ingresso no MDB seria a medida mais correta a ser tomada. 

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Pulando n’água

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), disse a aliados que já desistiu de concorrer à Presidência da República e que sua decisão pode ser anunciada nesta quinta-feira (31). Doria passaria hoje o comando do governo estadual a seu vice, Rodrigo Garcia (PSDB), para concorrer ao cargo de presidente.

Reação 

Segundo noticia o jornal Folha de S. Paulo, Doria se sente abandonado pelo partido e este seria o motivo de sua desistência. Ele ainda se mostra insatisfeito com a tentativa do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, de sabotar sua candidatura para ser ele o presidenciável tucano. O anúncio de desistência pode ser, porém, uma tentativa de forçar a cúpula do PSDB a expressar apoio a seu nome.

Contrariedade 

O governador planeja apoiar Garcia para o governo do estado, abrindo mão da reeleição. Aliados ainda tentam demovê-lo da ideia. Garcia, por sua vez, se irritou com a decisão de Doria, já que agora ele não poderá assumir o controle do governo paulista.

Nova moldura 

Se confirmada mesmo, a decisão de Doria abrirá caminho para que o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, passe a figurar como o candidato do PSDB à Presidência da República.

A espreita 

Nessa semana, Leite anunciou que renunciaria ao cargo de governador gaúcho e permaneceria no PSDB para tentar se viabilizar como candidato da chamada “terceira via” ao Palácio do Planalto.

Bravata 

Jair Bolsonaro declarou que botaria a “cara no fogo” pelo ministro da Educação. Quatro dias depois, decidiu rifá-lo do governo. O pastor Milton Ribeiro não caiu por defeitos novos. Sua demissão é uma tentativa de aliviar as queimaduras na imagem presidencial.

Avarias 

As denúncias no MEC chamuscaram um dos pilares do discurso bolsonarista: a mentira de que o governo é imune à corrupção. O escândalo começou com suspeitas de tráfico de influência. Em poucos dias, descobriu-se a existência de um balcão de negócios na pasta.

Avareza

Dois pastores ligados ao ministro foram acusados de cobrar propina para agilizar a liberação de recursos. Um prefeito contou que o pedágio podia ser pago com um quilo de ouro (cerca de R$ 300 mil na cotação atual).

Teatro 

A revelação das negociatas deu início a um festival de hipocrisia. A bancada evangélica, que indicou o ministro, passou a exigir sua cabeça. O pastor Silas Malafaia, que orava de mãos dadas com Eduardo Cunha, fez discurso indignado contra a corrupção.

Vaidade 

No último dia no cargo, Ribeiro finalmente confessou uma heresia. Admitiu ter autorizado a produção de Bíblias com sua foto, distribuídas pelos pastores citados no esquema. Na carta de despedida, o ministro negou outros pecados que poderão ser julgados pela Justiça dos homens. Citando o nome de Deus, ele se disse interessado numa investigação “com profundidade”. Em seguida, tentou reescrever a história da própria demissão.

Terra arrasada

“Minha decisão decorre exclusivamente de meu senso de responsabilidade política e patriotismo”, afirmou. A frase contém duas falsidades. A decisão foi de Bolsonaro, e Ribeiro não caiu por ser responsável ou patriota. O pastor também jurou fidelidade ao presidente, por quem disse ter “respeito” e “gratidão”. Ele deixa para trás uma pasta arrasada, que terá o quinto ministro desde o início do governo.

Desejo confesso 

A corrupção é só uma face da crise na Educação. Antes de virar caso de polícia, a pasta já havia sido sequestrada pela guerrilha ideológica e submetida ao aparelhamento religioso. Na campanha de 2018, Bolsonaro disse que gostaria de invadir o prédio do MEC com um lança-chamas. Quatro anos depois, deixará a pasta reduzida a cinzas. Ninguém pode dizer que ele não avisou.

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