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Farra

Farra

De olho no início da campanha eleitoral, deputados federais que buscam se reeleger deram um upgrade na autopromoção bancada com dinheiro público. Um levantamento feito pelo Site Metrópoles (https://www.metropoles.com) mostra que a deputada acreana Jéssica Sales (MDB) é uma das campeãs em gastança na Câmara Federal, onde parlamentares gastaram nada menos que R$ 31,5 milhões com despesas relacionadas à divulgação de seus mandatos entre janeiro e junho deste ano.

Canela fina 

Listada dentre os líderes da farra da cota parlamentar com autopromoção, Jéssica Sales (MDB), aparece no período com gastos na ordem de R$ 213,5 mil, e Bilac Pinto, do União Brasil de Minas, com R$ 210 mil. Ao apresentar suas prestações de contas à Câmara, os dois justificaram o gasto da maior parte dos recursos com notas de pagamento por inserções publicitárias em rádio, sites, material gráfico e espaço nas redes sociais.

Mistério 

Intriga também, em relação a Jéssica Sales, o fato que ela para produzir material gráfico sempre recorre a empresas estabelecidas fora do Acre. No exercício do presente mandato, a deputada gastou mais de meio milhão com impressos. Ocorre que a população acreana nunca viu a distribuição desse material produzido pela parlamentar para divulgar as suas atividades parlamentares.

Impulsão 

Segundo apurou o site, o aumento dos gastos no primeiro semestre de 2022 tem relação com o calendário eleitoral. Em ano de eleição, os parlamentares não podem usar verba pública para propagandear seus mandatos nos quatro meses que antecedem o pleito.

Serviços 

Entre os serviços contratados pelos deputados federais com a verba destinada a seus gabinetes estão inserções em rádio e TV, impulsionamento de postagens nas redes sociais, outdoors e até os tradicionais panfletos.

Panfletagem 

Com a impressão de panfletos, quem mais gastou recursos da cota parlamentar no primeiro semestre deste ano foi o deputado Glaustin da Fokus, do PSC de Goiás. Foram R$ 110 mil na produção de 350 mil folders para “prestação de contas de emendas”.

Como antigamente

Congressistas que se elegeram na onda do bolsonarismo, marcada pela campanha ostensiva nas plataformas digitais, também se renderam à velha panfletagem. É o caso, por exemplo, do deputado Hélio Lopes, do PL do Rio de Janeiro, um dos aliados mais próximos do presidente Jair Bolsonaro. Conhecido como Hélio Negão, ele gastou R$ 96 mil no mês de maio para produzir 197 mil folders para divulgar as ações de seu primeiro mandato. O volume de panfletos é quase cinco vezes maior do que o que ele contratou em anos anteriores.

Companhias e excentricidades 

Desta vez, Helio Lopes decidiu contratar uma gráfica em Brasília cujo dono já foi preso acusado de integrar uma quadrilha que fraudava certidões de cartório para obter vantagens em empréstimos bancários. O também bolsonarista Bibo Nunes, do PL do Rio Grande do Sul, gastou R$ 75,5 mil para rodar 50 mil exemplares de uma revista com propaganda de suas ações para os gaúchos. Já José Nelto, do PP de Goiás, o quarto deputado que mais gastou com divulgação de atividade parlamentar, despendeu R$ 55 mil de dinheiro público para rodar seu próprio jornal. Já o deputado Weliton Prado, do Pros de Minas Gerais, declarou que gastou a maior parte dos R$ 166,9 mil comprando espaços de propaganda nos intervalos de programas populares de um canal de TV local.

Mamata 

Pelo regimento interno da Câmara, cada um dos 513 deputados tem direito a uma cota parlamentar mensal que varia de R$ 30 mil a R$ 45 mil, dependendo do estado de origem, para custear as atividades de mandato, como passagens aéreas, hospedagens e alimentação. O gasto excedente de um mês pode ser compensado por despesas menores nos meses seguintes. 

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Chumbo desperdiçado 

Dados inéditos de uma pesquisa de opinião do instituto de pesquisa Genial/Quaest mostram que o efeito dos benefícios eleitoreiros ainda é pequeno para Jair Bolsonaro. A propensão de votar nele, por causa da elevação do valor do Auxílio Brasil, aumenta pouco entre os mais pobres e até diminui entre os que não querem nem Bolsonaro nem Lula. 

Efeitos 

Já com a queda dos impostos sobre combustível, há um aumento da propensão de votar em Bolsonaro entre os mais ricos. “O que o governo queria, que era conquistar a renda baixa, não parece que vai conseguir o tanto que ele precisa. Mas com o ICMS ele consegue mobilizar uma turma que, mais ou menos, já é dele”, diz o cientista político Felipe Nunes.

Efeitos 

Mesmo sendo residual, o que a pesquisa da Genial/Quaest mostra é que o pouco avanço que Bolsonaro consegue com essas medidas pode levar a disputa para o segundo turno. “Hoje o que pode acontecer é o eleitor do Bolsonaro ficar mais feliz com o Bolsonaro, o eleitor do Lula ficar na mesma, e o eleitor dos outros ter menos chance de votar no governo. Ele não consegue mobilizar os pobres e não consegue mobilizar os nem-nem. Tem efeito, mas é, mas é pequeno, diz Nunes.

Pesos e medidas 

Entre os que ganham até dois salários mínimos, 25% dizem que as medidas aumentam a propensão de votar em Bolsonaro. Mas 29% dizem que não aumenta e 43% acham que nada muda. Na pergunta sobre o efeito do ICMS, 33% dos pesquisados dizem que aumenta a chance de votar em Bolsonaro, 31% dizem que diminui, e, 31%, que não faz diferença. Entre os de renda de cinco salários mínimos ou mais, há um entusiasmo com essa medida da gasolina. Sai de 34% para 43% a chance de votar em Bolsonaro. 

Percepção 

Outro dado importante: 57% acham que as medidas foram tomadas para ganhar a eleição e 38% acreditam que são uma tentativa de melhorar a vida das pessoas. No eleitorado de Lula, 78% acham que é para ganhar a eleição e 16% acreditam que é para melhorar a vida das pessoas. Veja os gráficos abaixo. “O efeito pode levá-lo ao segundo turno, mas não é o suficiente para virar o jogo. Dez por cento dos eleitores que hoje estão com Lula dizem que aumenta a chance de votar em Bolsonaro. Isso é compatível com a queda de quatro pontos de Lula no geral, mas o que tem acontecido é que, ao mesmo tempo que Bolsonaro tira votos de Lula, Lula tem atraído votos dos outros candidatos”, analisa o cientista político Felipe Nunes.

Disseminação 

O nível de conhecimento sobre o aumento do auxílio e a redução do ICMS dos combustíveis é alto. Portanto, o efeito já deveria estar sendo sentido. No eleitorado que ambos querem conquistar, dos outros que ainda estão na disputa e dos que já estão desistindo, os dados não favorecem Bolsonaro. Com o aumento do Auxílio, 15% dos eleitores desses candidatos dizem que cresce a chance de votar em Bolsonaro, mas 30% dizem que diminui, e 54% afirmam que é indiferente. No ICMS, para 23% aumenta, 28%, diminui, e, para 46%, não faz diferença.

Artilharia 

Outra bomba foi jogada agora pela equipe econômica de Bolsonaro para tentar mudar o humor do eleitor de baixa renda. Será absolutamente nocivo, mas pode ter efeito eleitoral, que é o consignado do Auxílio. Um especialista em finanças conta que os grandes bancos não entrarão porque sabem que é inadmissível. Mas hoje os correspondentes bancários viraram empresas grandes e, junto com as financeiras, já estão assediando os muito pobres. “Os juros são de 80% ao ano, e o risco para a financeira é zero, já que há desconto na fonte, garantido pelo Tesouro. É o crime perfeito. O dinheiro vai direto para a Faria Lima” diz Felipe Nunes. 

Covardia 

Ainda pela leitura do cientista político Felipe Nunes,  os miseráveis serão achacados pelas financeiras e pelos correspondentes bancários, em dívidas a juros escorchantes. O governo fez isso para que os muito pobres tenham a sensação de bem-estar na hora do voto. É política econômica sem qualquer escrúpulo.

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