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Jamaxi

Entourage 

O jornal O Globo, edição de ontem, 29/03, fez ampla reportagem apontando as personalidades políticas que orbitam na esfera de ação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, elaborando estratégias e fazendo leituras do cenário político nacional.

Conselheiros 

Dentre os frequentes interlocutores do ex-presidente é listado o ex-governador ex-senador acreano Jorge Viana (PT). A matéria também dá conta que ex-ministros dos governos petistas são maioria no grupo que atualmente assessora Lula, que recuperou os direitos políticos após decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin, em 8 de março. 

Tempos modernos 

O noticioso carioca dá conta, ainda, que desde o começo da pandemia, Lula, que sempre foi adepto de conversas olho no olho e vive mais no mundo analógico, tem se rendido a reuniões por plataformas de internet e gastado mais tempo ao telefone. 

Estratégia 

Com 75 anos, ele faz parte do grupo de risco para a Covid-19 e tomou a primeira dose da vacina no último dia 13. Tenta fazer do apoio à prevenção um dos contrapontos em relação ao presidente Jair Bolsonaro, que já chamou o imunizante de “vacina chinesa” e disse que as pessoas poderiam virar “jacaré” como efeito colateral.

Auscultação 

Declina a reportagem que o ex-presidente busca os interlocutores para discutir temas específicos. Com a presidente do PT, a deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-PR), com quem também conversa diariamente, e com o deputado cearense José Guimarães, fala de política. Padilha, que é médico e foi ministro da Saúde no governo Dilma, passou a ser consultado quase diariamente no último ano por causa do novo coronavírus. Amorim, ex-ministro das Relações Exteriores, ajuda com as análises das questões internacionais.

Voz da razão 

Além de Gleisi e Guimarães, o senador Jaques Wagner (PT-BA) e o ex-senador Jorge Viana (PT-AC) falam com o ex-presidente por telefone quase toda a semana. Lula também costuma consultar ainda os governadores petistas Camilo Santana (Ceará), Rui Costa (Bahia) e Wellington Dias (Piauí). Dos três, Dias é o que tem acesso mais constante a Lula. Os governadores petistas do Nordeste têm se mobilizado para construir uma alternativa à compra de vacinas. O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), é mais um conselheiro frequente.

Respeito à legislação 

Em entrevista ao site acreano ac24horas, Jorge Viana confirmou sua constante interlocução com o ex-presidente, mesmo entes dele ter recuperado seus direitos políticos perante a justiça. “Eu converso com o Lula muito antes da decisão do STF. Acho que não é nem questão de inocentar o Lula. O Ministro Fachin tirou o Lula de todos os processos dizendo que ele estava lá em Curitiba e não era para está na mão do então juiz Sérgio Moro. O Ministro Fachin sempre foi tido pela opinião pública como um garantista da Lava Jato, ou seja, alguém que sempre contou com a Lava Jato, e ele determinou que todos os processos do Lula fossem zerados e que se tivesse alguma coisa para investigar, que fosse investigado em Brasília, não em Curitiba porque lá estava errado”. 

Perdas e danos 

Jorge Viana ainda salientou que, além da decisão monocrática do Ministro Fachin, existe, ainda, a decisão da 2ª turma do Supremo Tribunal considerando que o ex-ministro Moro foi parcial, ou seja, ele não agiu corretamente com o presidente Lula e tirou 500 dias da vida do presidente e isso está no processo”, explicou o petista.

Leitura 

No citado material jornalístico, Jorge enfatizou que a decisão do então juiz Sergio Moro “Foi um jogo de cartas marcadas”, cravou. “Nas conversas com o presidente Lula eu tenho tentado dizer que ele é uma das pessoas que pode pacificar esse país. O Bolsonaro está há três anos no governo e ele é sinônimo de problema. O Bolsonaro é a crise e acho que o Lula, que já foi presidente, que não fez perseguição, que ajudou todo mundo a prosperar, ele tem todas as condições de fazer a pacificação do país”, enfatizou JV ao afirmar que esteve com o ex-presidente na semana passada.

Interlocução frequente 

Viana ressalta que como agora Lula está reabilitado para as eleições, eles sempre tem conversado. “Ele sempre manteve um respeito por mim, independente de eu ter sido senador. Ele tem uma consideração grande pelo Tião Viana”.

Marcas do tempo

Questionado se Lula é o seu candidato a presidente, Jorge ponderou e pediu um pouco de calma e serenidade, enfatizando que é necessário esperar o processo do STF tenha fim. “É óbvio que foi uma decisão, para esse tipo de decisão foi algo que o Brasil inteiro ficou chocado, já que ele sempre decidiu junto com a lava jato. Eu tô falando o Ministro Fachin e ele numa canetada zerou os processos contra o presidente Lula e o reabilitou. Ele só cometeu um erro. Esse pedido, e às vezes as pessoas não estão informadas, foi feito há quase 5 anos pela defesa do presidente Lula, dizendo que ali não era o Foro para apreciar porque Curitiba não tinha conexão com Petrobras e nem com a Lava Jato. O único defeito dessa decisão é o prazo pois está sendo tomada muito tempo depois e isso gera um outro problema, quem é que vai devolver os 500 dias de liberdade do Lula perdeu e teve que pagar. Isso vai ser uma ação mais para frente”, enfatizou.

Novo retrato 

Para encerrar, Viana reforça que a eventual candidatura de Lula à presidência mexe com as estruturas políticas de todos os Estados e no Acre não seria diferente, porém o petista pede ponderação. “Vamos ter calma. O fato do Lula ser candidato, mexe com tudo, mas isso não quer dizer que o PT não possa apoiar alguém que não tenha ligações com o Bolsonaro no Acre em 2022. Eu posso ser candidato a governador, como posso ser candidato ao senado, mas a meta é montar chapas competitivas para deputado estadual e federal para ai sim conversamos sobre candidaturas majoritárias no Acre. Queremos nos aliar com pessoas que não tenham ligações com o Bolsonaro, esse é o foco principal. Vamos conversar com muita humildade”, disse Viana, que não existem conversas de eventual aliança com o senador Sérgio Petecão (PSD), cotado para ser candidato ao governo em 2022 contra o atual chefe do Palácio Rio Branco, Gladson Cameli.


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Caos 

O renomado médico Drauzio Varella estimou que Brasil, atualmente com 314 mil mortes por Covid-19, chegará aos 400 mil óbitos já no mês de maio. O oncologista alertou para a gravidade da situação de hospitais do País inteiro. Sem citar nomes, o oncologista também criticou políticos que negaram a gravidade da pandemia. De acordo com Varella, Jair Bolsonaro deveria pedir desculpas à nação e responder criminalmente pela atuação na pandemia. O relato foi publicado pelo jornal Valor Econômico. 

Nau sem rumo 

“Nesse ritmo, é questão de uns 70, 75 dias. Já no fim de maio, chegaremos às 400 mil mortes no Brasil. Como a saúde vai dar conta de uma coisa dessas? Impossível”, disse. “O controle da pandemia escapou ao alcance dos serviços de saúde. Ninguém tem ideia do caos que são as UTIs hoje. Colegas na linha de frente veem acabar os medicamentos para a intubação. Agora, imagina você acordar com um tubo na garganta, sem entender nada”, afirmou. 

Visão 

De acordo com o médico, “nossos hospitais entraram em colapso, todos eles, no país inteiro”. “E esse colapso não atinge só as pessoas com covid, mas também as que têm outras doenças”. 

“Vacinação? Esquece, é como se as vacinas não existissem [neste momento, para conter o agravamento da doença]. Pensa comigo, se você pega o vírus hoje numa festa, os primeiros sintomas virão cinco, seis dias depois. Aí você perde o olfato, fica enjoada, sente dor no corpo, a primeira semana vai ser mais ou menos bem para todo mundo. As complicações vão surgindo pelo oitavo, nono, décimo dia. Não se morre de cara... Em grande parte dos casos, a pessoa morre quatro semanas depois de pegar o vírus”, acrescentou.

O ‘X’ da questão 

Na entrevista, Varella disse que Bolsonaro “deveria aparecer diante da nação e pedir desculpas, dizer que estava completamente errado, e que é preciso fazer distanciamento social, coisa que ele não vai fazer. E esquecer essa bobagem de tratamento precoce”, disse. 

Penitência 

“Eu não queria falar com o presidente, não. Porque dizer a ele para pedir desculpas é muito pouco. Acho que ele tem que responder criminalmente pelo o que tem feito. Você não pode causar uma hecatombe, uma catástrofe dessa num país, e depois dizer: ‘olha, me desculpe, eu me enganei’”, complementou.

Cumplicidade

O médico também criticou o fato de várias lideranças políticas terem negado a gravidade da pandemia. “Negacionismo é uma palavra muito leve para caracterizar essas pessoas, isso é fingir que algo não existe. O que fizeram foi tomar atitudes para disseminar a epidemia. Agiram ativamente, comandados pelo presidente da República, que é o maior responsável por tudo o que estamos vendo”, disse.

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