Ontem, 26, durante a solenidade de entrega de casas no loteamento Jequitibá, no bairro Portal Amazônia, em Rio Branco, o governador Gladson Cameli (PP) manifestou indignação com o fato da maioria das 90 máquinas pesadas repassadas pelo Estado para as prefeituras do interior do Acre estarem em situação de abandono, empilhadas em garagens e sucatas.
Sem conivência
Justificando sua indignação, o governador mostrou fotos armazenadas em seu celular, encaminhada por populares, onde restava denunciado o descaso. “Eu não vou deixar essas coisas se acabarem não. Tá com quase 3 anos que essas máquinas foram entregues e olha a situação delas”, repudiou o governador, mostrando as imagens aos presentes no ato de entrega das casas populares.
Providências
Diante do fato, o governador determinou, ainda ontem, que o Deracre recolhesse, com urgências, as máquinas e patrulhas mecanizadas que foram cedidas às prefeituras dos municípios e que se encontram paradas, sem nenhuma manutenção dos poderes municipais.
Cessão
Para relembrar, as máquinas foram cedidas a pedido de prefeitos de municípios que não contavam com escritório regional do Deracre e ficaram sob a responsabilidade da administração das municipalidades, que nunca fizeram, sequer, uma revisão ou manutenção. O estado ainda hoje estar a pagar o financiamento do maquinário cedido aos municípios.
Ação imediata
Em sua determinação, o governador mandou que o Deracre avaliasse toda a situação, recolhesse as máquinas, providenciasse o reparo e não devolvesse os equipamentos para as prefeituras que os deixaram sucateados. Cruzeiro do Sul e Feijó – municípios que têm escritório do Deracre - ficarão de fora dessa inspeção, assim como os municípios isolados de Jordão, Santa Rosa, Porto Walter e Thaumaturgo, que não foram aquinhoados com as máquinas.
Desdobramento
A presidente do Deracre, Sula Ximenes, já determinou que equipes do departamento façam um levantamento urgente e emergencial sobre o estado de cada máquina e providencie o transporte para Rio Branco, onde serão restauradas. Ela destacou que são equipamentos novos e que teriam longa vida útil pela frente, se não houvesse a suspeita de descaso com as máquinas.
Política
Ainda durante a solenidade de entrega de casas populares no loteamento Jequitibá, o governador Gladson Cameli convidou publicamente o deputado federal Eduardo Velloso (UB) para assumir a pasta de Relações Federativas, que seria recriada com status de Secretaria. O cargo em questão atualmente responde como Representação do Governo do Acre, com sede em Brasília.
Mix
A proposta de Cameli para essa acomodação política, mira três alvos: o primeiro é investir o deputado Eduardo Veloso, que recentemente reassumiu o mandato, na condição de um dos principais interlocutores do Governo Federal com o Estado do Acre, vez que o partido que abriga Velloso, o União Brasil, faz parte da coligação que dá suporte ao governo Lula.
Porte
O União Brasil é um dos maiores partidos do país, resultado da fusão entre PSL e DEM, e conta com uma bancada de 59 deputados federais, 7 senadores e atualmente ocupa três ministérios no governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT): Turismo, Comunicações e Desenvolvimento Regional.
Pano de fundo
O segundo alvo seria guindar o médico Fabio Rueda, seu suplente, que ocupou o cargo por 120 dias, à Câmara Federal. Rueda é irmão do presidente Nacional do União Brasil, Um dos maiores partidos do país, resultado da fusão entre PSL e DEM. O União Brasil conta com uma bancada de 59 deputados federais, 7 senadores e atualmente ocupa três ministérios no governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT): Turismo, Comunicações e Desenvolvimento Regional.
Disputa na capital
O terceiro alvo é carrear o apoio de Rueda e demais partidários na disputa de Rio Branco, que passaria a apoiar Alysson Bestene (PP), assim como desejam o senador Alan Rick e o deputado federal Coronel Ulysses Araújo. Apesar do convite público, Velloso ainda não se manifestou sobre a proposta, mas conversas devem acontecer nos próximos dias.
Suporte
O governo do Acre, por meio da Secretaria de Estado de Planejamento (Seplan), conseguiu junto a Comissão de Financiamentos Externos (Cofiex) a aprovação do Programa de Desenvolvimento das Cadeias Produtivas para Geração de Emprego no Estado do Acre (Procape), garantindo aproximadamente R$ 65 milhões do Fundo para Convergência Estrutural e Fortalecimento da Estrutura Institucional do Mercosul (Focem) para investimentos nas cadeias produtivas de suinocultura e avicultura do estado, gerando centenas de empregos e renda para a população acreana.
Integração
O Procape foi um dos oito projetos com foco na integração regional, na melhoria da qualidade de vida e na redução da desigualdade social de populações que vivem em regiões fronteiriças do Brasil com países do Mercosul que foram aprovados nesta quinta-feira, 25, pela Cofiex e irão receber recursos do Focem.
Critérios
A seleção de projetos foi realizada pela Cofiex e levou em consideração critérios como o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da região afetada, o potencial de redução das desigualdades regionais da política pública apresentada e o papel na integração física e social com os demais países do Mercosul. Criado em 2004, o Focem é o primeiro mecanismo de financiamento próprio dos países do Mercosul e tem o objetivo de reduzir as assimetrias do bloco e apoiar projetos de integração.
Foco
O Programa de Desenvolvimento das Cadeias Produtivas para Geração de Emprego no Estado do Acre tem o objetivo de promover o desenvolvimento socioeconômico sustentável, o aumento do emprego, trabalho e renda, e a redução da pobreza rural nas regiões do Alto e Baixo Acre por meio da expansão e fortalecimento das cadeias produtivas da suinocultura e avicultura junto aos mercados local, nacional e internacional.
Beneficiários
O Programa vai beneficiar de forma direta 1500 famílias de produtores rurais, com envolvimento estimado de 2625 mulheres e 1500 jovens entre as idades de 15 a 29 anos. O Acre é o 16º do país no ranking do Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM), com índice de desenvolvimento humano de 0,710, em 2021, considerado alto. Contudo, 21 dos 22 municípios têm IDHM baixo ou muito baixo, e 51% da população vive em situação de pobreza.
