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Jamaxi

De volta ao aconchego 

O governador Gladson Cameli foi recebido ontem na sede do Diretório Estadual do Partido Progressistas, quando anunciou seu retorno à militância política da sigla. O retorno ocorre após mais de sete meses afastado, época em que Cameli optou pelo desligamento dos quadros progressistas para apoiar a candidatura da então prefeita Socorro Neri (PSB). No ato na casa dos progressistas, Gladson acenou com sua disposição de concorrer à reeleição em 2022, no que foi correspondido pela executiva regional. 

Prestigio 

A festa de reintegração contou com a presença de membros da executiva estadual, prefeitos, e a presidente da agremiação, senadora Mailza Gomes, além dos parlamentares estaduais da sigla, os deputados José Bestene, Gerlen Diniz e do presidente da Assembleia Legislativa, Nicolau Júnior, e ainda o prefeito Tião Bocalom.

Desatando nós

O retorno do governador Cameli ao partido que lhe abrigou durante toda sua militância política pretérita, põe de imediato na ordem do dia a questão da disputa da única vaga do senado para 2022, no que diz respeito a formatação da coligação majoritária, vez que a presidente do PP, Senadora Mailza Gomes, por exercer o mandato, é a candidata natural à reeleição, em que pese o posto ter sido conquistado pelo próprio governador em 2014, do qual ele se afastou em 2018 para assumir a governadoria do Acre. 

Cartaz

Fazendo prevalecer sua candidatura natural, Mailza fecha as portas para composições futuras com outros partidos na formatação do retrato majoritário, vez que o próprio Gladson já anunciou que a vice-governadoria será ocupada por alguém de sua extrema confiança, não estando, portanto, susceptível de acordos partidários. 

Detalhes

É bom lembrar que Mailza tem o amplo respaldo da executiva nacional do PP, mormente do presidente dos progressistas, o senador piauiense Ciro Nogueira. A força de Mailza já foi comprovada quando ela sustentou junto a executiva nacional a candidatura de Bocolom à prefeitura da capital, em que pese o governador rumar com a candidatura da socialista Socorro Neri, fato que culminou com o afastamento de Cameli da sigla. 

Dívida moral 

Além disso, não custa lembrar que em nome dos princípios éticos, existe o compromisso político do prefeito de Rio Branco, Tião Bocalom, em retribuir a fidelidade que lhe foi emprestada pelo senador Sérgio Petecão (PSD) quando da disputa da prefeitura da capital no ano passado, presente que Petecão foi figura de proa para o sucesso da campanha que levou o paranaense ao paço da rio-branquense e também colocou a esposa, Marfisa Galvão (PSD) para compor a chapa com Bocolom na condição de vice. Petecão é anunciado como candidato ao governo em 2022. 

Dança das cadeiras 

A propósito das eleições de 2022, o governador Gladson Cameli (PP), em doses homeopáticas, vem tirando da estrutura do governo os ocupantes de cargos comissionados que orbitam sob a influência de Sergio Petecão. Nos últimos dias, na Sepa (Secretaria de Estado de Produção e Agronegócio), por exemplo, rodaram três indicações de Petecão, inclusive o filho de Solino Matos, assessor de Petecão desde a época que o senador exercia mandato na Assembléia Legislativa. Antes, Gladson já houvera exonerado o diretor geral do Detran, o economista Luiz Fernando. 

Nova ordem 

Ainda como parte desse novo momento político do governo Cameli, o ex-diretor nacional de Programas do Incra e ex-superintendente do órgão no Acre, Raimundo Sabonete, vai assumir o cargo de diretor-técnico da Secretaria de Produção e Agronegócio (Sepa) no lugar do agrônomo e servidor de carreira do setor, Nilton Bayma Craveiro, indicado do senador Sérgio Petecão (PSD).

Padrinho político 

Sabonete assume o cargo, considerado estratégico e um dos mais importantes da Sepa, por indicação do presidente da executiva do MDB no Acre, deputado federal Flaviano Melo, que já tem sua mulher Luciana Videl como diretora na secretaria. A ida de Sabonete para a Sepa é mais um sinal do embarque emedebista no governo decidido pela executiva do próprio partido há quase um mês. O MDB deve ocupar vários cargos na Sepa nos próximos dias na capital e interior.

Confiança é tudo!

Sobre a candidatura à reeleição de Gladson Cameli, ele está coberto de razão ao fazer anunciar que o nome que comporá sua chapa como vice em 2022 sairá de sua escolha, tendo como parâmetro básico a confiança guardada por ele em relação ao personagem aquinhoado.

Judas

Tomemos como exemplo o caso do vice-presidente Michel Temer. Ontem, a imprensa fez alardear que o ex-deputado Eduardo Cunha (MDB), ex-presidente da Câmara dos Deputados, confidenciou em trecho de seu livro “Tchau, Querida: O Diário do Impeachment”, a ser lançado em breve, que o vice-presidente Michel Temer já tramava, nos bastidores, as articulações para golpear a ex-presidente Dilma Rousseff três meses antes do processo que culminou com o impeachment. 

Conspiração 

Presidente da Câmara à época, Cunha descreve a atuação de Temer e a negociação de cargos para o novo governo com partidos do centrão, antes mesmo da abertura do processo, no começo de dezembro daquele ano. O livro será lançado neste sábado (17). Preso desde outubro de 2016, ele se defende de acusações de corrupção e lavagem de dinheiro, pelas quais já foi condenado em três processos. Em março de 2020, Cunha obteve direito à prisão domiciliar. 


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Boca limpa 

A suspeita de que Jair Bolsonaro sabia que o senador Jorge Kajuru (Cidadania-GO) divulgaria conversa que teve com ele no sábado (10) foi reforçada no STF (Supremo Tribunal Federal) depois que se constatou que, em 6 minutos e 20 segundos de um bate-papo supostamente reservado, o presidente da República não falou palavrões.

Urbanidade 

Os primeiros trechos da conversa foram divulgados no domingo (11). Eles mostravam um presidente moderado, sem dizer uma única palavra de baixo calão. Só um dia depois Kajuru revelou a integridade do diálogo. E então Bolsonaro apareceu chamando o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) de “bosta”.

Boca suja 

Um palavrão apenas, no entanto, foi considerado insuficiente para afastar as suspeitas de que o presidente se controlou porque sabia que a conversa poderia vir a público. Bolsonaro é conhecido por usar com naturalidade palavras de baixo calão. No jantar com empresários em São Paulo, na semana passada, ele disparou várias delas e chegou a chamar o governador de São Paulo, João Doria, de “vagabundo, caralho”.

O homem e o estilo 

Na reunião ministerial que foi divulgada no ano passado por ordem do STF depois da demissão de Sergio Moro do Ministério da Justiça, Bolsonaro repetiu 43 palavrões e xingamentos, como “putaria”, “estrume”, “filho da puta” e “vai pra puta que o pariu, porra”.

Fio condutor 

O convencimento geral entre magistrados e políticos, portanto, segue sendo o de que a conversa foi vazada com conhecimento de Bolsonaro, como diz o próprio Kajuru. Ela ajudaria a estruturar a narrativa bolsonarista de que o presidente é vítima de perseguição e de que o universo político joga com duas medidas: uma para emparedá-lo e outra para poupar governadores, prefeitos e ministros do STF. 

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