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Jamaxi

Barulho 

O fato político da semana no Acre, sem sombra de dúvidas, foi e será a ação repressiva envolvendo o triste episódio ocorrido ontem, segunda-feira, contra garis, margaridas e roçadores da Prefeitura de Rio Branco. 

Abordagem

A ação foi protagonizada pela Polícia Militar do Acre, após solicitação do Gabinete Militar do prefeito Tião Bocalom (PP) e a brigada militar empregou a Tropa de Choque para liberação do portão de entrada. “Em nenhum momento foi empregado qualquer outro meio que pudesse trazer sequelas aos manifestantes”, realça o Comandante da Polícia Militar do Acre, coronel Paulo Cesar Gomes da Silva. 

Ineditismo 

Ocorre que os policiais jogaram spray de pimenta contra os trabalhadores que postulavam, tão somente, o recebimento de dois meses de salários atrasados, excrescência gerada com apenas três meses da administração do progressista Bocalom.

Feliz ano velho!

Sobre a falta de pagamento dos trabalhadores responsáveis pela limpeza da cidade, que, em média, ganham um salário mínimo (R$ 1.100,00), a ex-prefeita Socorro Nery (PSB), em mensagem no facebook, foi ao ponto: “entreguei a prefeitura com 72 milhões de recursos próprios em conta, de saldo. Então, além das receitas deste ano, ainda tem esse extra que deixei do ano passado”.

Saudades

Adiante: “Não deixei atrasar salário de nenhum trabalhador. Minha gestão, pelo contrário, pagou religiosamente em dia, incluindo os salários de dezembro e décimo terceiro.  A zeladoria é uma despesa essencial e continuada, com dinheiro já assegurado no orçamento anual da prefeitura”.

Dinheiro, legalidade e competência 

Por fim: “Dinheiro tem e legalidade também. Não recebi qualquer denúncia de irregularidade na execução desses contratos. Se existissem teriam sido apuradas e corrigidas, dado o zelo com que conduzi a gestão.  Nada justifica esse dia triste e lamentável! ”

Lástima 

Sobre o episódio, o ex-governador, ex-senador e ex-prefeito de Rio Branco Jorge Viana (PT) e o ex-prefeito Marcus Alexandre (PT), emitiram nota conjunta condenando a ação desencadeada a partir da solicitação da equipe de Tião Bocalom (PP): “Não pode ser minimizada a gravidade da desastrada ação da Prefeitura de Rio Branco, com corresponsabilidade do Governo do Estado, pelo uso desproporcional de força contra garis, margaridas e roçadores que protestavam pacificamente em frente à Secretaria de Zeladoria do Município”.

Justeza 

E seguem: “Objeto do protesto, o atraso de até dois meses do pagamento destes trabalhadores essenciais para a qualidade de vida na cidade e para a saúde da população, ainda mais quando temos um grave surto de dengue sobreposto à pandemia do novo coronavírus, é grave indicativo de incompetência gerencial e descompromisso público tanto da Prefeitura quanto do Estado”.

Ação excessiva 

Ainda: “O uso do gás de pimenta contra trabalhadores, que buscavam respostas aos atrasos de salários, demonstra o uso demasiado da força em detrimento às boas práticas de gestão para o caso: como a mediação e o diálogo. Faltou compaixão, sobrou repressão! ”

Tempos idos!

Adiante os ex-gestores pontuam: “Quando cuidamos de Rio Branco, valorizamos os garis, margaridas e roçadores, aos quais expressamos aqui nossa solidariedade diante da violência, da humilhação e da desvalorização funcional que sofrem agora. Também entendemos que tão grave fato não pode ‘ficar por isso mesmo’”.

Entendimento 

Mais à frente: “Dentro da realidade do tempo de nossos mandatos, buscamos promover o trabalho conjunto da Prefeitura com o Governo, mas sempre para otimizar a capacidade de trabalho do Poder Público em favor das pessoas, nunca para esse tido ‘de parceria de força’ contra os mais humildes.

Apuração total

Por fim: “Reafirmamos que a gravidade do feito pela Prefeitura de Rio Branco com corresponsabilidade do Governo do Estado não pode ser minimizada, cobrando denúncia e apuração pelas instituições competentes”.

Repúdio 

Por seu turno, o deputado estadual e líder da oposição na Assembleia Legislativa do Acre, Edvaldo Magalhães (PCdoB), fez um post no Twitter a respeito da infausta ocorrência. O parlamentar repudiou a forma truculenta adotada pelo prefeito Tião Bocalom (PP) e o secretário de Zeladoria, Joabe Lira.

Critérios 

Edvaldo disse que “ao invés de pagar os trabalhadores, a Zeladoria chama a polícia. Garis e Margaridas, gente simples e trabalhadora merecem flores. Receberam cassetete e gás de pimenta”, lamentou o deputado ao cobrar uma posição mais firme dos órgãos de controle para que intervenham no caso.

Explicação 

Ainda em relação ao episódio, o Cel. Ezequiel Bino, Chefe do Gabinetge Militar do Município, lançou nota deitando explicação: “Em relação ao fato ocorrido nessa segunda-feira, 15, no portão da Secretaria Municipal de Zeladoria e Cidade (SMZC), o Gabinete Militar do Município esclarece que houve a necessidade da intervenção da Polícia Militar porque alguns trabalhadores que faziam manifestação, impediam a saída de outros funcionários que não aderiram ao protesto e precisavam realizar o serviço de limpeza nas ruas de Rio Branco”.

Argumentos 

Ainda: “A abordagem da Polícia Militar foi de forma a acalmar os ânimos dos manifestantes que estavam exaltados e pretendiam impedir que o trabalho da Zeladoria ocorresse normalmente. Por isso, em algum momento houve a necessidade do uso de espargidor de pimenta para dispersar os manifestantes. O Gabinete Militar do Município reitera o compromisso de zelar pelo cidadão e pela ordem pública”.

Princípios 

Tecendo considerações sobre o fato, posto que envolveu a Polícia Militar, o governador Gladson Cameli, comandante em chefe da instituição, disse que, por princípios, não coaduna com atos a margem da lei: “O Governo do Estado do Acre e eu não compactuamos com nenhuma desordem ou abuso contra qualquer profissional, sejam eles garis, policiais militares ou qualquer integrante de classe trabalhadora”.

Foco

Adiante: “Lamento que, em plena expansão da pandemia da Covid-19 no Estado, pessoas mal-intencionadas aproveitem a fragilidade do momento para desqualificar autoridades e pais de família que atuam na defesa de seus direitos e no cumprimento de suas funções junto à sociedade. O respeito à democracia é também respeito à vida e às leis”, finalizou. 


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O bicho vai pegar! 

O PSOL (Partido Socialismo e Liberdade) quer criar uma CPI para apurar ‘rachadinhas’ da família Bolsonaro. A bancada na Câmara dos Deputados vai apresentar um pedido para apurar possíveis ações de corrupção praticadas pela família do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

Revelações 

Para recordar, ontem o portal UOL publicou reportagens que mostram que a quebra de sigilos bancário e fiscal de pessoas e empresas ligadas ao senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) revela indícios de que o esquema da ‘rachadinha’ também ocorria nos gabinetes do pai, o presidente Jair Bolsonaro, quando este era deputado federal, e do irmão, o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ).

Pratos limpos 

O material exclusivo do portal reverberou e foi um dos assuntos mais comentados no Twitter. O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Marco Aurélio Mello afirmou que era “tudo lamentável, para dizer o mínimo”. E defendeu que “prevaleça a verdade” e não a “política pela política”.

Elementar 

“O homem público está sempre na vitrine e o estilingue funciona. Isso é republicano. Que o seja construtivo, para ter-se o Brasil sonhado. Que prevaleça sempre a verdade e não a política pela política”, disse Marco Aurélio Mello.

Família da pesada!

Instado a comentar a divulgação do material jornalístico, o ex-ministro e ex-governador do Ceará Ciro Gomes (PDT) escreveu no Twitter que “todo dia aparecem novas evidências dos crimes de corrupção da quadrilha Bolsonaro!”.

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