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Jamaxi

Afastamento 

Acatando recomendação do Ministério Público do Estado do Acre (MPAC), ontem (02), pelo período da tarde, o prefeito Tião Bocalom (PP) determinou o afastamento do secretário de Saúde, Francisco Silva Lima, o Frank Lima, pelo prazo de 60 dias. O afastamento temporário foi recomendado porque o gestor da saúde estaria interferindo nos trabalhos da comissão processante que apura denúncias de assédio sexual e moral assacadas contra ele. 

Extensão 

Também foi afastada a diretora de Gestão da Secretaria Municipal de Saúde, Tatiana Mendes de Assis, pelo mesmo período, e exonerado um outro servidor, que também estaria atuando para prejudicar as investigações, a exemplo de Frank e Tatiana.

Companheiro de jornada 

O afastamento determinado por Bocalom não implica dizer que o secretário tenha contra ele fatos consumados que impliquem em sua culpabilidade diante das acusações de assédio sexual que lhes foram atribuídas. Tampouco significa dizer que o prefeito está sendo ingrato com o amigo ou precipitado em sua decisão, sopesando os laços de companheirismo entre eles que remontam anos.   

Reprise 

Sobre o fato envolvendo Bocalom e Frank Lima, vale lembrar ocorrência do início dos anos 90, registrada no governo federal.  Amigo do então presidente Itamar Franco, Henrique Hargreaves era o chefe da Casa Civil de seu governo. Poderoso, portanto, embora mantivesse no Planalto a mesma simplicidade que mostrava como alto funcionário do Senado – simplicidade que também era uma característica do senador e depois presidente Itamar.

Mulher de César 

Pois Hargreaves já era o principal ministro do governo há um ano e um mês quando surgiram vagas acusações contra ele. Dizia-se que, tendo em vista suas funções no Senado, era impossível não saber ou mesmo não ter participado do enorme desvio de verbas públicas que a CPI do Orçamento desvendava. Os adversários políticos aproveitaram para atacar Itamar e Hargreaves, levantando a suspeita de corrupção.

Exemplos 

Hargreaves fez então o que todos os administradores públicos e pessoas com responsabilidade de Estado deveriam fazer nessas circunstâncias: pediu exoneração do cargo, para preservar o presidente e não interferir nas investigações. E Itamar fez o que todos os presidentes deveriam fazer: aceitou imediatamente o pedido de exoneração.

Volta por cima 

Três meses e alguns dias depois, nada havia sido encontrado contra Hargreaves. As suspeitas eram infundadas e as acusações eram levianas. Ele, então, voltou à chefia da Casa Civil, onde ficou até o fim do governo de Itamar. Saiu e voltou por cima. 


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Boca no trombone 

Um ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ) no período em que ele foi deputado estadual no Rio afirmou que entregava 80% do salário de R$ 7.326 que recebia para a advogada Ana Cristina Valle, então mulher do presidente Jair Bolsonaro. Flávio é acusado de operar um esquema de “rachadinha” e foi denunciado pelo Ministério Público do Rio (MP-RJ) por organização criminosa, peculato, lavagem de dinheiro e apropriação indébita. 

Ficha 

Cristina, por sua vez, é investigada por um suposto esquema de funcionários fantasmas e “rachadinha” na época em que foi chefe de gabinete do vereador do Rio Carlos Bolsonaro (Republicanos). A revelação foi feita pelo portal “Metrópoles”. 

Rotina 

É o segundo ex-assessor de Flávio que revela a devolução de salários. Em novembro do ano passado, O GLOBO mostrou que Luiza Souza afirmou ao MP-RJ que era obrigada a devolver mais de 90% do que recebia. Ela apresentou extratos bancários para comprovar que, entre 2011 e 2017, repassou R$ 160 mil para Fabrício Queiroz, que também atuou o gabinete e é outro alvo da denúncia dos promotores que atinge Flávio.

O personagem

Marcelo Luiz Nogueira de Santos, que esteve lotado no gabinete de Flávio na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) entre 2003 e 2007, diz que devolveu, ao todo, cerca de R$ 340 mil, e que a prática era condição para a manutenção do emprego. 

Operacionalização 

Os valores, segundo ele, eram sacados e repassados em espécie. De acordo com Nogueira, outros funcionários dos gabinetes de Flávio e Carlos também repassavam a Ana Cristina os valores — a missão de arrecadar os recursos teria ficado depois com Queiroz. Segundo ele, Flávio, Carlos e Jair Bolsonaro tinham conhecimento do que ocorria. “Das pessoas que não trabalhavam, que eram só laranjas, ela (Ana Cristina) ficava com praticamente tudo. Só dava uma mixaria para usar a conta e o nome da pessoa — disse o ex-funcionário em entrevista ao portal”.

Fachada 

Também ao “Metrópoles”, o ex-assessor afirmou que Ana Cristina é a real proprietária da casa onde mora atualmente, no Lago Sul, região nobre de Brasília  — ela diz que o imóvel é alugado. Segundo Nogueira, a advogada firmou contratos de gaveta com dois laranjas, que aparecem como titulares do negócio, com o intuito de não chamar a atenção. A nova moradia da ex-mulher do presidente, no entanto, foi revelada há uma semana pela revista “Veja”.

O passado manda lembranças 

Nogueira trabalhou na casa em Brasília entre fevereiro e junho deste ano e vem deste período a terceira acusação contra Ana Cristina. Ele afirmou ao Ministério Público do Trabalho (MPT) que trabalhava sem carteira assinada, que a situação era análoga à escravidão e que recebia um salário inferior ao que havia sido combinado (R$ 1,3 mil no lugar de R$ 3 mil). Antes, ele já havia trabalhado na casa de Ana Cristina em Resende, no sul do estado.

Velho novo problema 

A Diocese de Rio Branco decidiu voltar a suspender os atendimentos realizados no Hospital Santa Juliana, em Rio Branco, por meio de um convênio com o governo acreano, por causa de uma dívida que já se aproxima dos R$ 6 milhões. Em ofício enviado ao governo, a diretoria de administração de Obras Sociais da Diocese informou que a suspensão se dará a partir deste próximo dia 6 de setembro.

Rombo

O total geral da dívida em aberto desde agosto de 2020 até o momento é de R$ 5.663.939, 67. A interrupção do convênio celebrado entre a Diocese e a secretaria de estado de saúde do Acre (Sesacre) abrange os atendimento de alta complexidade hospitalar e ambulatorial e atendimento de pacientes com Covid-19. A suspensão do convênio estará firmada até que os valores referentes às parcelas em atraso sejam quitados.

Colapso

“Não há mais capacidade. Não temos condições financeiras e operacionais em dar continuidade aos referentes serviços devido aos frequentes atrasos que culminaram em dívidas com médicos, anestesistas, fornecedores e prestadores de serviços”, sustenta a igreja em ofício.

Os valores são de serviços de assistência de alta complexidade e procedimentos de custo elevado, como diária de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), cirurgias cardíacas, ortopédicas e exames. Embora a Diocese tenha optado por suspender os atendimentos, a direção afirma que nenhum dos serviços pactuados no convênio foi paralisado até agora. “No entanto, a inadimplência do Estado prejudica regular a prestação do serviço, causando o desequilíbrio econômico e financeiro do convênio”, informa o documento.

De acordo com o ofício, até agora a maior parte dos serviços não foi paga, fazendo com que a Diocese passe a dever altos valores ao fornecedor de Órteses, Próteses e Materiais Especiais (OPME) e marca-passos utilizados na realização de cirurgias cardíacas. “Solicitamos que sejam quitadas com urgência os valores”, diz o comunicado enviado à Sesacre.

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