Projetos de lei preveem abono salarial de R$ 1 mil a servidores efetivos e altera artigo de lei para autorizar venda ou transferência de lojas no Aquiriy shopping
Os vereadores de Rio Branco aprovaram, por unanimidade, o Projeto de Lei que regula o abono salarial de R$1 mil para funcionários efetivos e ativos do quadro da prefeitura da capital. A votação ocorreu na noite dessa quarta-feira (21) em sessão extraordinária na Câmara Municipal.
O PL passou pela Comissão de Constituição e Justiça e de Finanças e obteve parecer unânime para aprovação com as emendas sugeridas.
Outra proposta do Poder Executivo que foi aprovada na Câmara foi o Projeto de Lei Complementar que altera as regras do Shopping Aquiri, mantendo os lojistas como concessionários.
O projeto derruba de vez o artigo da lei que regulamenta as atividades dos lojistas do Shopping Popular em Rio Branco. O artigo 17 da Lei Complementar 92/2020 impedia os lojistas de vender ou transferir as lojas montadas dentro do estabelecimento. Agora, com a aprovação, esse artigo foi derrubado para que essa movimentação seja autorizada, caso seja o desejo do empreendedor.
Desde o final de novembro, o artigo está suspenso de forma temporária. Porém, para a lei ser mudada oficialmente, o PL precisa passava pelos vereadores.
Conforme a Câmara, essa proposta foi aprovada com 14 votos a favor e somente um contra, que foi da vereadora Dra. Michelle Melo.
“Vamos alterar uma injustiça muito grande que tem no projeto inicial da criação do shopping, que era exatamente o artigo 17 que dizia que no momento que entrasse uma empresa para ter a gestão, eles perderiam o direito de poder vender o espaço que já tem ali há 10,15, 30 anos ou passaram para um familiar. Há poucos dias eu vi isso e achei uma injustiça muito grande e a gente precisava quebrar essa injustiça voltar novamente o direito deles e aí preparamos o projeto de lei. A Procuradoria já deu o parecer ok, que está correto, então agora vamos passar para a Câmara para aprovar uma nova lei, derrubando essa lei antiga que tomava o direito dos nosso concessionários no shopping”, afirmou o prefeito de Rio Branco, Tião Bocalom.
Lojistas reclamam de aluguel
Desde o começo de novembro, a gestão do Shopping Popular, em Rio Branco, passou a ser de responsabilidade da Elit Participação e Patrimônio LTDA e Bocalom diz que tem tentado negociar o valor do aluguel, que tem sido uma queixa dos comerciantes. Desde a inauguração do shopping, há dois anos, a prefeitura tem isentado os empreendedores.
Adevaldo da Silva Oliveira, lojista no shopping desde a inauguração, diz que o valor praticado, na visão dele, é muito alto.
“A gente pede que a administração veja o nosso lado, porque a gente não tem condições de pagar um valor desse que está sendo absurdo para a categoria. A gente pede uma intervenção da prefeitura para que possamos ter outra visão, outra oportunidade de conversar com o prefeito para que possamos diminuir o preço. Pede a intervenção do poder municipal para que a prefeitura possa ver a situação nossa aqui, que está sendo cobrado R$ 100, que é um absurdo, não temos condições de pagar essa quantia por metro quadrado”, conta.
Ele reclama ainda do movimento no shopping e diz que a administração precisa apostar em algo que atraia mais o público para o estabelecimento.
“Em relação às vendas, não tem como falar que está boa, a gente vende sim, mas não tá boa, porque tem gente que não sabia do shopping aqui, não tem marketing para o shopping. Falta suporte, a gente precisa de uma lotérica, de um banco, algo que traga a população para vir visitar o shopping Aquiry, precisa vir visitar o shopping e sair satisfeito. Precisa de um atrativo para a população conhecer o shopping, porque é um prédio excelente.
Marly Soares da Conceição, lojista há quatro anos, disse que a cobrança da taxa fica muito complicada para quem trabalha no local.
“Tá muito difícil, estão cobrando uma taxa altíssima, abusiva, essa empresa chegou, não fez uma análise e estamos aqui sem ter o que fazer, correndo atrás de nossos direitos, queremos melhorias, queremos pagar sim, mas um valor justo. Precisamos de ajuda, nós queremos diminuir a taxa, estão cobrando R$ 100 o metro quadrado. Estamos lutando e vamos tentar fazer alguma coisa”, destaca.
Empresa e Prefeitura negociam
O prefeito Tião Bocalom disse que, sobre os valores cobrados, tem mantido diálogo com a empresa.
“A regulamentação dizia que o preço máximo era de R$ 100 e o preço mínimo era de R$ 50 e nossa equipe conversou com a empresa, chamou os representantes também e chegamos a um ponto onde baixou para R$ 28 o mínimo e o máximo de R$ 73 o metro quadrado, então abaixamos bastante isso daí e a gente vai continuar. A prefeitura, mesmo que o shopping esteja à disposição da empresa privada, vai estar sempre com os lojistas discutindo essas coisas aí porque nós não queremos injustiça no shopping, porque como é que vai pagar um aluguel caro se eles não conseguem vender a quantidade que precisam”, disse.
Elit Participação e Patrimônio LTDA, que gerencia o shopping atualmente, informou que não cobra R$ 100 no metro quadrado com relação ao aluguel e que não pode manter a isenção dada aos lojistas, pois precisa manter alguns serviços do local.
“A empresa tem estado sempre em conversa com os lojistas e mais uma vez decidiu rever os valores dos aluguéis de acordo com análise de localização, fluxo de andares e corredores. Sendo assim, os valores foram estabelecidos de forma proporcional para cada ponto de box e quiosques ficando o valor do m² máximo R$ 73,58 e o mínimo R$ 28,30. Ressaltamos que ainda estamos em conversa com os lojistas. O proprietário da empresa estará aqui em Rio Branco para mais uma conversa e assim tentar chegar a um acordo com relação aos valores. Salientamos ainda que empresa tem várias obrigações dentro do edital a serem cumpridas tais como: Implantação de câmeras de segurança em todos os pavimentos, implantação de internet via Wi-fi para lojistas e visitantes do Aquiri Shopping, construção de uma parede de escalada dentre outras atividades para fomentar as vendas”, destaca.