Quem vive do campo sabe: tem época que o dinheiro entra direto, e tem época que o bolso aperta. Para os produtores de açaí, castanha-do-brasil e cacau, a entressafra pode ser um período difícil – mas um novo projeto de lei quer mudar isso. O PL 1461/2025, do deputado acreano Eduardo Velloso, cria um Seguro Entressafra para garantir uma renda mínima a esses agricultores quando a produção cai.
A lógica é parecida com a do seguro-desemprego: o valor do benefício será calculado com base no que o produtor ganhou nos últimos 12 meses, ajudando a segurar as contas até a próxima safra. E o melhor? O dinheiro virá de multas ambientais aplicadas pela União – ou seja, sem criar novo custo para os cofres públicos.
“Muitas famílias dependem totalmente dessas culturas. Quando a safra acaba, elas ficam sem alternativa. Esse seguro vai dar um respiro financeiro e evitar que as pessoas abandonem a produção por falta de condições”, defendeu Velloso. Para receber, o produtor precisará comprovar que trabalha com açaí, castanha ou cacau e que realmente enfrenta a queda de renda típica da entressafra.
A medida pode ser um alívio sobretudo para a região amazônica, onde essas culturas são essenciais para a economia local. Se aprovado, o Seguro Entressafra pode começar a valer já neste ano – e, quem sabe, servir de modelo para outras cadeias produtivas no futuro.