Exibida recentemente pela emissora, a produção jornalística ‘Fronteira do Pó’ retrata as mazelas do tráfico de drogas nas regiões fronteiriças da Amazônia. Para Ulysses, o documentário expõe a realidade do narcotráfico no Brasil e mostra a ineficiência do governo federal em cumprir seu papel constitucional de combater os crimes transfronteiriços
O documentário ‘Fronteira do Pó’, produção jornalístico da Rede Record sobre as mazelas do tráfico de drogas nos rincões da Amazônia brasileira, receberá moção de aplausos da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado da Câmara. Requerimento nesse sentido foi apresentado nesta quarta-feira, 31, pelo deputado Coronel Ulysses (União–AC), vice-presidente do colegiado.
Ulysses ressalta que a homenagem à emissora se faz necessária porque o documentário retrata com propriedade as mazelas do narcotráfico no Brasil, notadamente nas regiões fronteiriças. Segundo o deputado do Acre, o documentário ‘Fronteira do Pó’ revela para a sociedade brasileira a verdadeira face do narcotráfico nos rincões amazônicos e o consequente aumento da violência e criminalidade na última década na região.
“Diversamente de outras produções jornalísticas do gênero – em especial da Rede Globo, onde a regra é o discurso sensacionalista e romancista e, sempre, apresenta o ‘traficante como vítima da sociedade e benfeitor da comunidade’ –, o jornalismo da Rede Record produziu um documentário objetivo, crível, apresentando a verdadeira face violenta do narcotráfico e suas consequências”, salienta Ulysses.
Para Ulysses, o programa ‘Fronteira do Pó’ apresenta, com exatidão, os fatos que permearam o interesse das duas grandes organizações criminosas em buscar as rotas amazônicas para o escoamento da produção andina de cocaína e, consequentemente, como as consequências do modus operandi adotado para conquista territorial por meio da violência impactou na sociedade local, em especial na juventude e no sistema carcerário.
“O documentário escancara a inércia do governo federal em combater o narcotráfico internacional, além de apresentar ao País o esforço inusitado realizado por alguns Estados em relação ao enfrentamento aos crimes transfronteiriços”, diz Ulysses.
Acre criou grupo especial de combate aos crimes transfronteiriços
No Acre, o governo estadual criou o Grupo Especial de Fronteira (Gefron) para conter os crimes transfronteiriços – tráfico de drogas, de armas, contrabando, descaminho, roubo de carros, dentre outros. O Gefron foi criado na gestão do então secretário de Segurança do Acre, Paulo Cezar Rocha dos Santos. À época, Ulysses atuava como gestor operacional da pasta. A criação do Gefron foi necessária dada à inércia do governo federal em cumprir sua missão constitucional de combate aos crimes transfronteiriços.
O documentário ‘Fronteira do Pó’ apresenta o depoimento de um ex-integrante de facção criminosa. Por meio dele, a produção da Rede Record apresenta sutilmente a lógica de justiça privada imposta pelo narcotráfico às comunidades da Amazônia, sujeitas ao seu domínio territorial, e mesmo, sem citar nomes, menciona a cooptação de vereadores, deputados estaduais e juízes por uma organização criminosa.
A produção jornalística ainda relata o crescente aumento da produção de cocaína na Bolívia e no Peru, bem como as principais organizações criminosas brasileiras passaram a ‘operar’ no território desses países.
Recentemente, Ulysses solicitou à Marinha a instalação de uma base de Fuzileiros Navais na região do Vale do Juruá, no Acre, para intensificar o combate a essas organizações criminosas que utilizam o território acreano para escoar cocaína produzida no Peru. Por escassez de recursos, a base, por enquanto, não será instalada, mas o Comando da Marinha informou a Ulysses que enviará um grupamento de fuzileiros navais para realizar operações sazonais de combate ao tráfico nos rios do Juruá.