Em longo desabafo nesta terça-feira, 24, o deputado Luís Tchê (PDT) chegou a chorar quando acusava o secretário da Casa Civil, Ribamar Trindade, de jogar para sua responsabilidade erros que comete em seu gabinete.
Além disso, Tchê afirma que Ribamar criou a figura de um segundo líder do Governo, já que o governador nega que tenha pedido a sua substituição do cargo na Aleac, embora a Secretaria de Comunicação já tenha publicado nota autenticando a decisão governamental.
“Agora nós temos um líder do governo da Casa Civil, do Ribamar, que é o Gehlen, e outro do governador”, comentou ao relatar o diálogo que teve com o governador. De acordo com o deputado, na segunda-feira ele recebeu em sua casa o secretário de Relações Políticas e Institucionais, Alysson Bestene.
“O secretário veio me comunicar que havia uma mudança de rumos no Governo. Passei todo o dia de ontem querendo falar com o governador e tivemos inclusive uma reunião aqui na Casa. Hoje, antes de subir na tribuna recebi uma ligação do governador. Quando atendo, ele me chama de ‘meu líder’ e eu digo, não sou mais seu líder. No que ele diz que não, que não houve mudança. Assim que ele descer ao chão hoje vou falar com ele”, comentou Tchê. O governador estava viajando para Rio Branco depois de participar da Semana do Clima, em Nova Iorque.
O deputado esclareceu que não está brigando para ser o líder do Governo e seu desabafo deve-se apenas ao fato de Ribamar Trindade estar querendo imputar-lhe a culpa pelos vetos à redação da LDO enviada pela Casa Civil para a Aleac. “Foi um serviço malfeito. Nunca fomos pedir nada ao govenador que não fosse republicano. Fomos tratar dos versos no Palácio, o governador deu a palavra para todos os Poderes e não poderíamos voltar atrás. Pedi ao chefe da Casa Civil que retirasse os vetos, mas ele não me atendeu. Resolveu viajar atrás do governador. Ele não é poliglota e nem entende do que está sendo discutido lá”, ironizou, em alusão aos debates sobre aquecimento global.
De acordo com Tchê, Ribamar abandonou o posto para viajar com o governador. “Nós estávamos vivendo uma crise na Saúde, crise na Educação e debatendo vetos num projeto do Executivo. Eu sou deputado de quatros mandatos, não sou criança, não custava chamar e olhar no olho, não precisava ser humilhado da forma como me humilhou. A política é cíclica. Ele ganhou o primeiro round, ainda tem o segundo, o terceiro... Quando o governador chegar em terra nós vamos conversar e vou acatar o que ele disser”, concluiu.