Prefeito da segunda maior cidade do Acre foi cassado por tentar comprar a candidatura de um vereador do município durante as eleições de 2016
O prefeito da cidade de Cruzeiro do Sul, no interior do Acre, Ilderlei Cordeiro (PP), teve o mandato cassado, na tarde desta quarta-feira (12), durante sessão on-line realizada pelo Tribunal Regional Eleitoral do Acre (TRE-AC). O vice dele, Zequinha Lima (PP), também teve o mandato cassado, respectivamente.
O G1 tentou entrar em contato com Ilderlei Cordeiro e com o advogado dele, Hilário de Castro Júnior, mas até a última atualização desta reportagem não teve retorno.
Eles são investigados por tentar comprar a candidatura de um vereador da cidade durante as eleições de 2016. A denúncia, na época, foi feita pelo candidato a vereador Clebisson Freire, que disse que recebeu proposta de trabalho do dirigente do PSDB e também receberia uma quantia de R$ 5 mil oferecida pelo prefeito do município na época, Vagner Sales.
Sete membros do TRE-AC decidiram, por unanimidade, pela cassação dos gestores municipais. A determinação é que ambos sejam afastados imediatamente dos cargos. Com isso, quem deve assumir é o atual presidente da Câmara de Cruzeiro do Sul, Clodoaldo Rodrigues (PP). Ele deve permanecer no cargo até que sejam realizadas as eleições municipais, que ocorrem em novembro deste ano.
Além isso, a corte decidiu que Cordeiro, Lima e Sales estão inelegíveis por 8 anos. Durante a sessão, a juíza-relatora do processo, Mirla Regina, explicou que só não vão ser realizadas novas eleições no município devido à proximidade do pleito em novembro.
Os sete votos foram dados pela relatora Mirla Regina, desembargador Elcio Sabo Mendes, a presidente do TRE, desembargadora Denise Bonfim, e dos juízes eleitorais Herley Brasil, Marcelo de Carvalho, Marcel Chaves e Tales Bordignon.
Em julho do ano passado Cordeiro já havia sido condenado em 1ª instância após a Justiça acatar um pedido do Ministério Público Eleitoral.
A polêmica envolvia o chefe de gabinete do executivo em Cruzeiro do Sul, Mario Neto, e um dirigente do PSDB, Edson de Paula, e tomou mais proporções depois da divulgação de um áudio então chefe do gabinete do executivo do ex-prefeito de Cruzeiro do Sul, Mário Neto, e o presidente do diretório do PSDB na cidade, Edson de Paula, que foram presos pela Polícia Federal, em agosto de 2016, sob suspeita de corrupção ativa, trabalhavam em favor prefeito.
Entenda o caso
O chefe do gabinete do executivo em Cruzeiro do Sul, Mário Neto, e o presidente do diretório do PSDB na cidade, Edson de Paula, na época, foram presos pela Polícia Federal, no dia 24 de agosto. De acordo com a denúncia, Neto estaria pagando candidatos a vereador para desistirem da candidatura com o intuito de apoiarem a chapa “Juntos por Cruzeiro”, do candidato Ilderlei Cordeiro, apoiada pelo prefeito Vagner Sales (PMDB).
A coligação “Juntos por Cruzeiro” era apoiada pelo PMDB e pelo então prefeito da cidade, Vagner Sales. A outra coligação, “Cruzeiro em Boas Mãos”, era encabeçada por Henrique Afonso, do PSDB.
As prisões ocorreram após o candidato a vereador Clebisson Freire denunciar que tentaram comprar sua candidatura fazendo com que ele desistisse em troca de R$ 5 mil, quantia que teria sido oferecida pelo prefeito do município. Freire disse ainda à época que teria recebido proposta de trabalho do dirigente do PSDB.
Para confirmar sua denúncia, o candidato reproduziu um áudio, que teria sido gravado no dia 22 agosto do ano passado, com mais de uma hora e meia de duração, em que é possível ouvir a articulação.