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Política

Parlamentares vão votar pedido de cassação de vereador que ameaçou agredir colega durante sessão no AC

Parlamentares vão votar pedido de cassação de vereador que ameaçou agredir colega durante sessão no AC

Sessão está marcada para a próxima terça-feira (19) mais de dois meses depois da comissão de ética aprovar o pedido de cassação do vereador. O caso aconteceu no dia 27 de janeiro durante uma sessão extraordinária na Câmara do Bujari, no interior do Acre

O pedido de cassação do vereador do PCdoB no Bujari, Gilvan Souza, vai ser votado em sessão na Câmara de Vereadores na próxima terça-feira (19). A sessão está marcada para às 17h e o ofício de convocação foi publicado no Diário Oficial da última quinta-feira (14), assinado pelo presidente da Casa, James do Nascimento.

A comissão de ética da Câmara do Bujari, no interior do Acre, aprovou o pedido de cassação do vereador em julho deste ano após ele ser indiciado por violência política contra a mulher ao ofender de forma machista e proferir ameaças contra a parlamentar Eliane Abreu (PP) durante uma sessão extraordinária na Câmara do Bujari, no interior do Acre, no dia 27 de janeiro. Na época, segundo Eliane, o colega parlamentar chegou a dizer que a agrediria.

O julgamento ocorre 70 dias após a comissão aprovar o pedido. A vereadora Eliane disse que está confiante que a justiça será feita pelos parlamentares e destacou que essa votação é emblemática para o estado.

“Eu espero que à justiça seja feita. É um processo que tem 300 páginas, que durou mais de 6 meses , e com a cassação do vereador mais mulheres se sentirão seguras para ingressar na política, tendo a certeza que esse tipo de agressão não ficará impune. Uma votação como essa nunca aconteceu no Acre e eu espero que sirva de exemplo, não só no Acre , mas para todo Brasil”, destacou.

O g1 também entrou em contato com o vereador Gilvan, que se limitou a dizer que na quinta tudo deve ser esclarecido. “Tenho a plena convicção e a certeza que tudo se encerrará na terça-feira. Vocês terão uma resposta.”

O que houve no dia

A parlamentar afirma que, durante a discussão de um projeto que retiraria o pagamento de gratificação a servidores municipais, ao qual ela era contrária, Gilvan Souza teria iniciado as ofensas. A parlamentar tentou contra-argumentar e a discussão seguiu até o momento que o vereador partiu para agressão verbal.

“Eu tentei com argumentos técnicos, mas não adiantou, ele dava socos na mesa. Depois de muitos socos na mesa, palavras de baixo calão e intimidação, ele partiu pra agressão e disse: ‘eu vou te quebrar’”, relatou a vereadora.

Segundo Eliane Abreu, o parlamentar apresentava sinais de embriaguez e só não conseguiu efetuar as agressões físicas porque foi contido por outro colega. Ela fez um boletim de ocorrência tanto na cidade do Bujari , como na especializada em Rio Branco.

Além do processo interno na Câmara, o caso também corre na Justiça. Em fevereiro, o vereador foi por violência política contra a mulher.

O que diz o vereador

Em fevereiro, em entrevista ao g1, o vereador afirmou que estava confiante e que os fatos narrados pela colega parlamentar não eram confirmados pela provas, o que contraria a tese da Polícia Civil.

“Em nenhum momento aconteceu isso. Agora o Poder Judiciário que vai analisar a situação e estou muito tranquilo, com a cabeça tranquila, cabeça erguida. A gravação do áudio que existe da sessão está na mão da polícia, está no Poder Judiciário e a verdade virá à tona e tenho certeza que vem muito rápida”, disse na época.

Questionado se reconheceu o erro na forma de se expressar ou se desculpou com a vereadora, o parlamentar disse que não errou em nenhum momento da sessão.

“Não me desculpei, porque não aconteceram os fatos que ela narrou, a imprensa está como um rolo compressor, mas tenho a cabeça tranquila do que aconteceu. Estou pronto para responder e com a cabeça tranquila”, destacou na época.

Caso não é inédito

Em 2021, a vereadora também chegou a apresentar uma denúncia semelhante contra Gilvan Souza. Durante uma sessão, ele a teria ofendido e ela prestou queixa. O fato acabou sendo resolvido dentro do código de ética da casa e o processo foi concluído com um pedido de desculpas.

“Sempre que há uma discussão, eu me coloco dentro da lei. Isso irritava ele e eu sentia essa rispidez. Da outra vez, ele me xingou, usou palavras bem ruins. Eu fui na delegacia, prestei queixa. No decorrer do processo, o presidente nos chamou para uma reunião e disse que tomaria uma providência dentro do código de ética. Ele [Gilvan Souza] me pediu desculpas e eu aceitei”, contou ao g1.