Jefférson Barroso foi diretor de assistência social na prefeitura de Rio Branco e coordena o órgão desde setembro. Ele estuda medicina em uma universidade particular e diz conciliar as aulas com o cargo
Servidores da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) em Rio Branco alegam que o coordenador Jéfferson Barroso não cumpre devidamente o expediente no órgão e aparece poucas vezes no local, por conta da faculdade de medicina que ele cursa em tempo integral.
Barroso foi nomeado para o cargo em 18 de setembro e cursa medicina desde o início do ano em uma universidade particular de Rio Branco. Os funcionários argumentam que isso torna a nomeação inadequada, e reclamam que outros servidores de carreira poderiam ocupar o cargo, sem empecilhos de horários.
Além disso, servidores afirmam que o coordenador participou de uma reunião com parlamentares que teriam sido responsáveis por sua nomeação, o que causou desconforto nos servidores, que veem a indicação como política.
A Suframa é uma autarquia federal, vinculada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços. O órgão é responsável por gerir o modelo Zona Franca de Manaus.
Ao g1, Barroso negou que a faculdade seja um empecilho no cumprimento de obrigações do cargo na Suframa, e afirmou que tem conciliado as aulas com o trabalho na autarquia. Segundo ele, o órgão funciona de 7h às 19h, e que por isso os funcionários conseguem se dividir entre trabalho presencial e remoto. A reportagem também tenta contato com a superintendência de operações da Suframa, e aguarda retorno até esta publicação.
“Não há nenhum conflito com a carga horária, porque eles têm um plano chamado PGD, que é o trabalho híbrido. Então, eles trabalham um período na Suframa, e outro período em home office. A Suframa funciona de 7h da manhã, até 7h da noite. Então, eles se dividem. Uma turma trabalha pela manhã, outra pela tarde. Então, não há nenhuma incompatibilidade de horário, cumpro meu horário devidamente, e a Suframa, tecnicamente, por dia os funcionários trabalham 8 horas, e o plano de trabalho é dividido em compatibilidade”, afirma.
Barroso também ocupou o cargo de diretor de assistência social na prefeitura, até ser exonerado por Tião Bocalom em abril deste ano. Ele acrescenta que a maioria das aulas são no turno da noite, e que pediu dispensa de disciplinas que o tirassem do expediente.
O coordenador também nega que haja influência política em sua atuação, e ressalta que, antes de assumir o cargo, havia a expectativa de servidores de carreira para assumir a posição, e que por isso podem discordar de sua nomeação.
“A maioria das aulas são à noite. Também já pedi para deixar de fazer algumas disciplinas, para não causar conflito. É bom especificar que a Suframa é um órgão que funciona de 7h da manhã às 7h da noite, e nenhum funcionário fica essas 14 horas, o plano de trabalho permite essa adequação, e eu estou na mesma modalidade. O trabalho que eu exerço como técnico, não há nenhuma má fé. Existem duas forças políticas lá dentro que chegaram para a coordenadora anterior, e disseram que ficariam coordenadores. E eles poderão vir a ser um dia, não tenho dúvidas disso, porque são muito bons no que fazem”, diz.