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Política

Moro diz que vai destruir mensagens apreendidas com hackers

O ministro da Justiça, Sérgio Moro, contrariando o que disse no Senado, quando foi sabatinado por parlamentares

, afirmou, nesta quinta-feira (25), que as mensagens apreendidas com Walter Delgatti Neto, suposto hacker que teria repassado as conversas para o The Intercept, serão destruídas. A informação foi dada para o presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), João Otávio Noronha.

No material que o ministro quer que seja destruído estão as conversas que ele teve, na época que era juiz federal em Curitiba, com os procuradores da força-tarefa da Lava Jato, nas quais aparece dando ordens e agindo como parte da acusação e não como juiz do caso. “As mensagens serão destruídas, não tem outra saída. Foi isso que me disse o ministro e é isso que tem de ocorrer”, informou Noronha à Folha de S.Paulo.

Quando esteve no Senado para dar explicações sobre as conversas que foram divulgadas na imprensa, Moro defendia que elas fossem analisadas para verificar se havia algum tipo de adulteração.

“Pega o material e entrega para uma autoridade, sem prejuízo da publicação das matérias. Aí, vai se poder verificar por inteiro esse material, o contexto no qual ele foi inserido e principalmente verificar se esse material é autêntico ou não. Porque até agora não temos nenhuma demonstração da origem desse material”, disse na ocasião.

Fonte: Sul21

Herdeiro da OAS morre após infarto em audiência da Lava-Jato

Herdeiro da empreiteira OAS, Cesar Mata Pires Filho, de 40 anos, morreu nesta quarta-feira, pouco mais de duas semanas após ter sofrido um infarto enquanto prestava depoimento em uma audiência no âmbito da Operação Lava-Jato, em Curitiba. O pai dele, Cesar Mata Pires, um dos fundadores da empresa, também morreu após sofrer um infarto, em agosto de 2017.

A causa oficial da morte de Cesar Mata Pires Filho ainda não foi informada pelo hospital. Ele completaria 41 anos em setembro e estava internado desde o dia 8 de julho. Durante o depoimento, o juiz Luiz Antonio Bonat, que substituiu o ministro da Justiça, Sergio Moro, na 13ª Vara Federal de Curitiba, precisou deixar a sala de audiência e chamar a equipe médica da Justiça Federal. Em seguida, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) cuidou da transferência do empresário para uma unidade de saúde.

No dia seguinte à chegada ao Hospital Santa Cruz, em Curitiba, Cesar foi submetido a uma cirurgia para implantação de dois stents (uma espécie de endoprótese usada para desobstruir artérias). A operação foi bem-sucedida e o quadro do empresário foi considerado estável após o procedimento. A situação dele piorou nos últimos dias.

Cesar era acusado de corrupção na construção de um prédio da Petrobras em Salvador. A defesa alegava que não existem provas de que o empresário tivesse cometido crimes no caso. A Lava-Jato chegou a apreender diversos bens de luxo do empresário, como cinco relógios Rolex e dois veículos Porsche Cayenne. Quando ele foi preso pela operação, a fiança custou R$ 29 milhões.

A notícia da morte abalou profundamente a família, principalmente seus irmãos Antonio Carlos Mata Pires, que também atuou na construtora, e Fernanda Mata Pires Morari. Há pouco mais de um mês, Cesar tinha acabado de ter o seu primeiro filho homem. Ele também era pai de duas filhas, uma de cinco anos e outra de sete.

Cesinha, como era conhecido, teve uma criação rígida e foi preparado desde cedo por seu pai para assumir o império empresarial da OAS. Sua mãe, Tereza Magalhães, é filha do ex-senador Antonio Carlos Magalhães, seu avô materno.

‘Situação desesperadora’

Atualmente em recuperação judicial, a OAS tem acumulado sucessivas dívidas e corre risco real de falir. Interlocutores da empresa afirmam que o avanço das investigações, aliadas à crise financeira da empresa, abalaram fortemente a Cesar Filho nos últimos meses e eram fatores que teriam contribuído para seu infarto.

— Para um jovem de 40 anos, ter perdido o pai no meio de uma tempestade, ser processado pela Lava-Jato, com uma falência às portas e pressões de todos os lados, era uma situação desesperadora — afirma um deles.

Outros sócios e ex-diretores da OAS também têm enfrentado dificuldades. A começar pelo ex-presidente da empresa Léo Pinheiro, que está preso desde setembro de 2016 na carceragem da PF em Curitiba e, após longas negociações, conseguiu assinar um acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República, mas que até hoje está parado.

Fonte: O Globo