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Política

Líder do povo Ashaninka no AC comemora nomeação de Sônia Guajajara como ministra dos Povos Originários

Líder do povo Ashaninka no AC comemora nomeação de Sônia Guajajara como ministra dos Povos Originários

‘É hora da gente recuperar e sonhar muito com o futuro’, disse líder em vídeo. Sônia tomou posso há dois dias

Em sua rede social, a liderança indígena do Povo Ashaninka, Francisco Piyãko, comemorou a posse de Sônia Guajajara (PSOL-SP) como ministra dos Povos Originários, pasta que criada no governo Lula.

Da aldeia da Associação Ashaninka do Rio Amônia (Apiwtxa), ele comemorou também o nome da nova presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), a advogada e deputada federal Joenia Wapichana. Aos 49 anos, ela será a primeira mulher indígena a assumir o comando do órgão.

“Soninha, queria dizer que estou muito feliz de você ser hoje a convidada para ser a nossa ministra dos povos originários, com certeza esse ministério está em boas mãos, também a nossa querida Joenia, um abraço. Vamos estar muito bem representados, pela primeira vez são duas mulheres indígenas, ocupando cargos importantes no Brasil. Obrigada, presidente Lula por ter chamado essas duas pessoas competentes e que nós todos dos povos indígenas estamos muito felizes por essas conquistas. Nós passamos tempos muito difíceis de ataque a nossos direitos, de violação mesmo. As nossas florestas praticamente foram destruídas, mas é hora da gente recuperar e a gente sonhar muito com futuro, que vai ser bem melhor”, disse.

indigena 002 webLula cumprimenta a nova Ministra dos Povos Originários, Sonia Guajajara, durante cerimônia de posse dos membros de seu gabinete, no Palácio do Planalto, em Brasília, em 1º de janeiro de 2023 — Foto: SERGIO LIMA / AFP

Quem é Sônia Guajajara

Guajajara é reconhecida internacionalmente pelas dezenas de denúncias que já fez à Organização das Nações Unidas (ONU), ao Parlamento Europeu e às Conferências Mundiais do Clima (COP) sobre violações de direitos dos povos indígenas no Brasil.

Neste ano, foi eleita uma das 100 pessoas mais influentes do mundo pela revista Time. Após a eleição, atuou na equipe de transição do novo governo, no núcleo dedicado aos povos indígenas.

A futura ministra se destaca também pelo ativismo ambiental, na linha de frente na luta contra projetos que ameaçam as florestas e os modos de vida dos povos indígenas.

Nascida em 1974 na Terra Indígena Araribóia, no Maranhão, Sônia é do povo Guajajara/Tentehar.

Filha de pais analfabetos, aos 15 anos foi cursar o ensino médio em Minas Gerais. É formada em letras e em enfermagem pela Universidade Estadual do Maranhão (UEMA), e fez pós-graduação em Educação Especial.

Em 2009, foi eleita vice-coordenadora da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (COIAB). Em 2013, tornou-se coordenadora executiva da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), onde passou a atuar no movimento indígena em âmbito nacional.