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Política

Lei que prevê criação do hino oficial de Rio Branco é sancionada

Lei que prevê criação do hino oficial de Rio Branco é sancionada

Lei sancionada nesta segunda-feira (10) diz que composição deve ser inédita e remeter à trajetória histórica e às situações geográfica, econômica e sociocultural do município. Concurso para eleger melhor hino deve ser lançado nos próximos dias

Foi publicada nesta segunda-feira (10) a lei que dá providências para que haja a criação do hino oficial de Rio Branco, capital do Acre. De acordo com a normativa de nº 2.465, de 6 de julho deste ano, a letra do hino deve fazer referência “à trajetória histórica e às situações geográfica, econômica e sociocultural do Município”.

A lei é resultado da audiência pública que debateu a criação de um concurso cultural para definir o hino oficial da capital. A votação na Câmara dos Vereadores ocorreu no dia 13 de junho e, logo após, o projeto foi para sanção do prefeito Tião Bocalom (Progressistas).

Além das menções à história da capital, a letra e a melodia devem ser rigorosamente inéditas. “O hino oficial fará parte do acervo cultural e histórico do Município”, diz parte da lei.

Concurso

Um concurso para eleger o hino da capital deve ser lançado em até 30 dias após a publicação da lei no DOE como uma das providências a serem tomadas. A participação no concurso é aberta ao público em geral, sejam compositores ou não. A prefeitura deve formar uma comissão organizadora que vai definir como deve ser feita a apresentação dos materiais participantes.

O pagamento de premiações no concurso não é obrigatório, segundo a lei aprovada, e a decisão deve ficar a cargo da administração municipal, desde que apresentada a fonte de recursos.

“Tanto a letra como a melodia do Hino, deverão ser rigorosamente inéditos. A divulgação, no todo ou em partes, antes da divulgação oficial do resultado final, eliminará o participante”, diz o texto.

Discussões

Uma audiência pública na Câmara de Vereadores de Rio Branco no fim de maio discutiu o projeto. O autor, João Marcos Luz, convidou músicos, historiadores e representantes da administração municipal para debater de que forma a escolha de letra e música deveria ocorrer.

Para o diretor da Escola de Música Acreana, Afonso Portela, a escolha do hino oficial de Rio Branco significa um importante passo na representatividade da região, e deve levar em conta as características musicais da capital.

“Rio Branco é uma miscigenação, de todos os municípios do estado do Acre, e por isso o hino tem que ser representativo, de maneira que também valorize os nossos artistas”, afirma.

Sem hino

No aniversário de 140 anos da capital acreana no ano passado, o g1 levantou a questão de a cidade não ter um hino oficial. O historiador Marcos Vinícius Neves explica que o hino atribuído à cidade é, na verdade, uma música em comemoração ao centenário da colonização do Acre.

O hino foi composto por Sandoval Teixeira dos Santos com melodia de João César de Morais, que pertencia à Banda da Guarda Territorial. A música foi encomendada em 1982. “Eram ótimos músicos, o que não significa que eram ótimos compositores. Esse hino nunca pegou, nunca caiu no gosto da população, nunca teve repercussão”, contou Neves na época.

A música, composta por Sandoval Teixeira dos Santos, com melodia de João César de Morais, inclusive, é achada na internet como o Hino Oficial da Cidade de Rio Branco. O historiador Marcos Neves explicou ao g1 que, ao longo dos anos, houve a tentativa de fazer ajustes e melhorar a música, contudo, o projeto nunca foi para frente.

Neves participou da audiência e ressaltou que as discussões sobre a criação desse hino é de muita responsabilidade, por ser a escolha de um dos principais símbolos da cidade.

“Vai ter uma abrangência muito grande na formação de crianças, na consciência histórica dessa população, no desenvolvimento das ações de patrimônio histórico. Então, o que a muitos pode parecer um tema secundário, diria eu que, do ponto de vista social, cultural, e até mesmo político, é um tema extremamente importante”, disse.