“Um homem de muitas virtudes e, sobretudo um grande visionário”. Assim o governador Gladson Cameli referiu-se ao radiotelegrafista aposentado, escritor e microempresário Edson do Vale Sidou, falecido aos 88 anos na manhã deste domingo, 27, em Cruzeiro do Sul.
Pessoa ilustre no Vale do Juruá, Edson Sidou foi acometido de uma gripe forte, teve de ser internado na UTI do Hospital do Juruá e não resistiu.
Dos adjetivos do governador também compartilha toda a sociedade cruzeirense, reconhecendo Sidou como um homem de muitos talentos e de uma elegância incomum, mas principalmente de uma humildade que sempre marcou a grandeza de seu coração.
Chegou a ensaiar um discurso por ocasião da homenagem que receberia do governador Gladson Cameli, no grau de cavaleiro da Ordem da Estrela do Acre, no aniversário de 115 anos de Cruzeiro do Sul com o seguinte teor: “Quando ainda criança e pobre na saudosa Eirunepé onde, nasci em 1930, [no dia 20 de dezembro] jamais poderia pensar que em algum dia, idoso e ainda pobre aos 88 anos, pudesse sequer presenciar uma cerimônia desse nível, quanto mais estar junto a tantas pessoas nobres, envolvido nesse véu de dignidade, recebendo das mãos de vossa excelência a mais alta condecoração do Estado, concedida a civis e militares que de algum modo se destacaram em suas atividades, tornando-o digno dessa comenda”.
E continuou: “Me sinto apenas como um simples servidor com o sentimento do dever cumprido, como dizia o pensador e filósofo Georde Herbert: “A consciência do dever cumprido, infunde em nossa alma uma doce alegria”. Dessa forma, quero simplesmente apresentar os meus agradecimentos, primeiro a Deus, a vossa excelência, como também ao Acre através desta cidade tão querida de Cruzeiro do Sul que há 67 anos me acolheu com muita alegria, carinho e dignidade”.
Amazonense de Eirunepé, Edson Sidou foi fotógrafo, radiotelegrafista e microempresário.
Em 2013, lançou ‘Páginas da Minha História’, obra que narra a saga de um técnico de rádio e televisão que chegou a Cruzeiro do Sul e lá adotou o município como sua própria terra. No momento, ele escrevia o seu segundo livro, que provisoriamente tinha como título ‘Caminhada da Vida’.
Na Serviços Aéreos Cruzeiro do Sul trabalhou como radiotelegrafista e montou a primeira roda gigante de Cruzeiro do Sul. Por 20 anos trabalhou na Diocese de Cruzeiro do Sul. Adquiriu um seringal e tornou-se proprietário de uma drogaria. Além da comenda da Ordem da Estrela do Acre, foi agraciado com o título de cidadão acreano e cruzeirense.
O velório está sendo realizado no Centro Social Adiles Nogueira Maciel, da Associação Comercial de Cruzeiro do Sul, na Rua Rui Barbosa, 356, Centro.