Os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário do Estado do Acre condecoraram, nesta quinta-feira, 22, o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Ilmar Galvão, durante solenidade realizada no Salão Branco da mais alta corte do país, em Brasília (DF).
Aos 91 anos de idade, Galvão foi agraciado com a Ordem da Estrela do Acre, no grau Grã-Cruz, a mais alta honraria concedida pelo governo do Estado. A insígnia foi entregue pelo governador Gladson Cameli e pelo secretário-chefe da Casa Civil, Jhonatan Donadoni, que é o chanceler da Ordem.
Em seu discurso, o governante destacou que a condecoração é concedida a personalidades que, por sua atuação destacada, dignas do respeito do povo acreano, contribuíram para o desenvolvimento do estado ou protagonizaram atuações decisivas em prol da população. Cameli lembrou ainda a trajetória honrada bem-sucedida de Galvão, assim como os excelentes serviços prestados pelo ex-ministro ao Acre e ao Brasil.
Governador Gladson Cameli entregou a Galvão a comenda da Estrela do Acre, grau Grã-Cruz. Foto: Diego Gurgel/Secom
“Ministro Ilmar Galvão, a entrega dessa insígnia no grau Grã-Cruz da Ordem da Estrela do Acre a Vossa Excelência faz justiça à figura de sua nobre autoridade, que, ao conhecer e vivenciar nossa realidade, sempre se pautou pelo bem ao Estado do Acre e sua população, assim como sua memorável atuação em defesa da justiça e da sociedade brasileira”, enfatizou.
“Por todo o seu compromisso com Acre e o Brasil, o nosso profundo agradecimento. Assim como o brilho de uma estrela no firmamento não se apaga, o seu trabalho e exemplo seguem orientando cidadãos e profissionais de nosso estado e de todo o país, com referência de postura, carreira e ser humano”, completou Gladson.
Em seu discurso, governante acreano destacou trajetória honrada e agradeceu o ex-ministro pelos excelentes serviços prestados ao Acre e ao Brasil. Foto: Diego Gurgel/Secom
O filho de Ilmar, Marcelo Galvão, leu o discurso de agradecimento em nome do pai e da família. “Em boa verdade, sua exitosa carreira não pode ser compreendida sem a decisiva influência do Estado do Acre, onde pôde conhecer e muito aprender com a nobreza, a constância e o valor do mais longínquo povo amazônida. Povo que, como poucos, lutou bravamente para fazer parte desta república, em longa batalha, cuja história foi tinta com sangue de seus heróis”, afirmou.
Na oportunidade, o ex-ministro também recebeu a medalha da Ordem do Mérito Judiciário, grau Grã-Cruz, e a comenda da Ordem do Mérito Legislativo. As condecorações foram entregues, respectivamente, pela presidente do Tribunal de Justiça do Acre, desembargadora Regina Ferrari, e pelo presidente da Assembleia Legislativa do Acre, deputado Luiz Gonzaga.
Ilmar Galvão ao lado da esposa, a acreana Terezinha Lavocat Galvão, e do governador Gladson Cameli, durante homenagem no Salão Branco do STF, em Brasília (DF). Foto: Diego Gurgel/Secom
O presidente do STF, ministro Luís Roberto Barroso, prestigiou o evento e aproveitou o momento para homenagear Ilmar Galvão. “Estamos todos aqui para reverenciar sua belíssima carreira na magistratura e agradecer pelos longos e bons serviços prestados ao país e em especial, a este Supremo Tribunal Federal”, pontuou.
Biografia
Nascido em Jaguaquara (BA), Ilmar Galvão é casado com a acreana Terezinha Silvia Lavocat Galvão e pai de cinco filhos. Formou-se em Direito em 1963, na Universidade do Brasil, atual Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). No ano seguinte, mudou-se para o Acre, onde exerceu as funções de diretor da Organização e Controle da Secretaria de Estado de Planejamento e de presidente do Banco do Estado do Acre (Banacre), e integrou a diretoria do Conselho Regional da Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Acre, entre outros cargos.
Galvão ingressou na magistratura em 1967 e fez história ao se tornar o primeiro juiz federal do Acre. Além disso, também foi juiz do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-AC). Em 1985, foi nomeado ministro do Tribunal Federal de Recursos. Em junho de 1991, Ilmar tornou-se ministro do Supremo Tribunal Federal. Entre 1997 e 1999, assumiu a presidência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Em abril de 2001, Galvão foi eleito vice-presidente do STF. Por diversas vezes, na ausência do ministro Marco Aurélio Mello, ocupou interinamente a presidência da mais alta corte brasileira. Em 2003, aposentou-se, após atingir a idade-limite para permanência no cargo.