Durante a sessão ordinária desta quarta-feira (23), na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), o deputado Emerson Jarude (Partido Novo) voltou a ocupar a tribuna para alertar sobre a gravidade dos indicadores sociais do Estado, com ênfase especial na educação e no aumento da pobreza extrema. Segundo ele, o Acre tem enfrentado um agravamento da crise social, com reflexos diretos na vida das famílias mais vulneráveis.
Jarude lembrou que, em pronunciamento recente, já havia destacado a má colocação do Estado no ranking de educação do Centro de Liderança Pública (CLP), onde o Acre aparece na 26ª posição, à frente apenas do Amapá. “Naquele momento, eu trouxe um dado alarmante, mostrando que nosso estado estava entre os piores do Brasil em educação. Agora, infelizmente, a situação se agravou ainda mais”, disse.
O parlamentar destacou a divulgação de um novo levantamento do CLP, que aponta o Acre como o estado com o maior número de famílias vivendo abaixo da linha da pobreza em todo o país. Para ele, esse dado não pode ser tratado como um número frio, mas como um reflexo direto da realidade enfrentada por milhares de acreanos. “Isso impacta na vida do João, que precisa pular refeições por não ter o que comer, e na vida da Dona Maria, que passa horas em filas para conseguir atendimento médico. E o pior é que isso interfere no futuro das nossas crianças, que não conseguem romper esse ciclo através da educação”, lamentou.
Jarude criticou ainda, a ausência de políticas públicas eficazes que possam reverter esse cenário e classificou a situação como resultado de um projeto político que vem se perpetuando há anos. “A miséria e a pobreza no Estado do Acre não são um destino. Elas têm sido um projeto. Quando a gente analisa os dados desde 2012, percebe que a extrema pobreza vem sendo mantida ano após ano, independente da gestão que está no poder”, afirmou.
O parlamentar apresentou uma sequência de dados históricos para embasar sua crítica: “Em 2012, a taxa de extrema pobreza era de 14%. Em 2013, foi 13%. Em 2014 e 2015, 11%. Em 2016, 15%. Em 2017, 16%. E assim sucessivamente. Isso mostra que não se trata de um problema pontual, mas de uma continuidade de políticas públicas falhas”.
Ao final de seu discurso, Jarude fez um apelo para que o governo do estado volte sua atenção às reais necessidades da população, com prioridade para a educação e o combate à pobreza. “Se não tivermos coragem de encarar esses dados com seriedade e promover mudanças estruturais, continuaremos condenando gerações inteiras a viverem na miséria”, concluiu.