Na sessão desta quarta-feira (21), a tribuna da Assembleia Legislativa do Acre (Aleac) voltou a ser palco de intensos debates sobre o escândalo envolvendo a MedTrauma, empresa responsável pela ala de traumatologia e ortopedia do Pronto-Socorro de Rio Branco. A empresa foi apontada pela Controladoria Geral da União (CGU) de superfaturar procedimentos, totalizando um montante de mais de R$ 9 milhões.
Em seu discurso, o deputado Edvaldo Magalhães (PCdoB) destacou a importância da transparência e democracia no processo de investigação, ressaltando: “É normal o ‘mutirão’ de boa vontade do governo de anunciar uma espontaneidade que não houve com a presença nesta casa de vários integrantes do escalão do governo, sempre acho que a presença do governo nesta casa é importante, mas sabemos a motivação”, observou.
O parlamentar enfatizou a necessidade de continuidade do debate e da participação de órgãos importantes, como a Controladoria Geral da União, o Tribunal de Contas do Estado do Acre, o Ministério Público Estadual e o Ministério Público Federal, afirmando: “Esta casa não deverá certamente proibir que a Controladoria Geral da União venha aqui apresentar o seu trabalho acerca do problema da MedTrauma. Ela precisa vir, porque toda moeda tem o outro lado, o outro rosto”, disse.
O oposicionista também expressou preocupação com a repercussão do caso na sociedade, citando o exemplo da divulgação no programa Fantástico e a subsequente falta de ação efetiva por parte do governo: “*Esse assunto da MedTrauma passou no Fantástico domingo e passou segunda, terça, e hoje voltei a olhar o Diário Oficial e não havia nada. O chefe da Casa Civil disse ontem aqui que tinha sido determinada a abertura de processo administrativo para apurar vários aspectos daquela matéria e daquele contrato e não publicaram e até agora, nada foi publicado”, enfatizou.
Magalhães concluiu seu discurso afirmando que a Aleac precisa dar prosseguimento ao assunto. “O debate foi presidido ontem pelo deputado Pedro Longo, com apoio do deputado Afonso Fernandes, demonstrando um esforço conjunto para garantir uma discussão ampla e transparente sobre o assunto. E essa casa precisa dar prosseguimento a essa discussão”, finalizou.