Durante a sessão desta quarta-feira (23) na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), o deputado Edvaldo Magalhães (PCdoB) utilizou o pequeno expediente para repercutir dados recém-divulgados pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), que apontam crescimento significativo na renda da população mais pobre do Brasil em 2024.
Segundo o parlamentar, o estudo revela que a renda dos trabalhadores mais pobres cresceu 10,7% no ano passado, enquanto a dos mais ricos teve aumento de 6,7%. “A renda dos mais pobres cresceu quase 50% a mais do que a dos mais ricos. Isso é resultado direto das políticas sociais adotadas pelo governo Lula, em especial o reajuste de 44% nos programas sociais, como o Bolsa Família”, destacou.
O oposicionista rechaçou ainda o argumento de que programas sociais desestimulam o trabalho, citando dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), também presentes no estudo da FGV. “Em 2024, 75,5% das vagas com carteira assinada foram ocupadas por pessoas integrantes do Bolsa Família. Isso desmonta o preconceito de que o programa gera acomodação”, disse.
O parlamentar também ressaltou que a atualização nas regras do Bolsa Família permite hoje que beneficiários possam trabalhar formalmente sem perder imediatamente o auxílio, desde que a renda familiar não ultrapasse o teto estabelecido. “Isso criou um colchão de proteção social e permitiu um avanço real na renda dos mais pobres, contribuindo para a redução das desigualdades no país”, completou.
Críticas ao mercado financeiro
Em tom crítico, Magalhães repudiou declarações recentes de economistas ligados ao mercado financeiro que sugeriram o congelamento do salário mínimo por seis anos como forma de equilibrar as contas públicas. “Essa é a diferença entre quem quer desenvolver o Brasil e quem quer manter o fosso social. Congelar o salário mínimo é condenar milhões à estagnação”, afirmou.
Processo contra o governador
Ao final do discurso, o deputado comunicou que o processo contra o governador Gladson Cameli (Progressistas), no qual ele é réu, está oficialmente concluso para decisão da ministra relatora no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Ele afirmou que todas as tentativas da defesa de postergar o andamento processual foram negadas.
“Agora não há mais o que se fazer. O processo está pronto para ser julgado. Se for absolvido, a polêmica se encerra. Se condenado, muda o rumo da política no estado. Cabe à Justiça decidir e a nós acompanhar”, concluiu.