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Política

Dia do carteiro é marcado pelas dificuldades da pandemia e ameaça de privatização

Desde o início da pandemia no estado, há quase dois anos, os Correios se tornaram um dos serviços mais essenciais à população, principalmente na distribuição de medicamentos e outros. Mesmo com o esforço dos carteiros para que haja continuidade no fluxo de entregas, muitas são as dificuldades para combater a disseminação do vírus entre os profissionais que atuam tanto nas entregas externas, como nos serviços executados internamente. Com isso, as infecções aumentam cada vez mais.

No Dia do Carteiro, celebrado nesta terça-feira, 25, Suzy Cristiny, presidente do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios e Telégrafos do Acre (Sintect-AC), diz que a homenagem prestada pelo Governo Federal e Direção dos Correios foi a retirada de quase 50 garantias trabalhistas, ameaça de privatização que tramita no Senado, e cada vez menos empregados de carreira. O último concurso aconteceu em 2011.

“Devido a essencialidade do serviço, os carteiros não pararam em nenhum momento e muitos estão adoecendo cada vez mais pelo vírus devido a alta exposição e falta de recursos para se protegerem. Graças a Deus não perdemos ninguém, aqui, no Acre, mas a nível nacional tivemos muitas baixas irreparáveis. E o agravante de tudo isso é o número cada vez maior de novas pessoas infectadas na rotina de trabalho dos Correios. No fim, isso prejudica toda a população que precisa do trabalho”, fala.

Ela afirma que somente em um dos setores da empresa em Rio Branco, na última semana, teve a notificação de cinco resultados reagentes para doença em um total de 30 funcionários. Ela alerta que sem condições de trabalho e sem algumas medidas contra a doença a situação se agravará. Ela ainda critica o governo por insistir na privatização, pois ficou provada a essencialidade da empresa em todo território nacional. É a única empresa presente em todos os municípios, mesmo que outras empresas possam atuar em paralelo. 

“Cobramos providências e medidas eficientes junto aos Correios e o governo. Vários trabalhadores perderam familiares e fica a dúvida se a infecção veio por eles. É preciso proteger essa classe essencial e evitar que o colapso na Saúde não seja ainda maior nessa terceira onda”, finaliza Suzy.