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Política

Desembargadora Eva Evangelista é homenageada na Aleac por trajetória de excelência no Judiciário Acreano

Desembargadora Eva Evangelista é homenageada na Aleac por trajetória de excelência no Judiciário Acreano

A Assembleia Legislativa do Acre (Aleac) prestou uma homenagem especial na manhã desta quinta-feira, 29 de agosto, à desembargadora Eva Evangelista de Araújo Souza, em reconhecimento à sua notável carreira e às contribuições significativas ao Judiciário acreano. A homenagem que foi proposta pelo deputado Pedro Longo (PDT) contou com a presença de Juízes, membros da Defensoria Pública, da Procuradoria do Estado, do Ministério Público, e do governador Gladson Cameli (Progressistas).

A solenidade foi marcada por discursos emocionados e demonstrações de respeito e admiração à desembargadora. Atuante desde a década de 70, Eva Evangelista foi a primeira mulher a receber a investidura de juíza no Acre.

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Ao dar início a cerimônia, o presidente em exercício do parlamento acreano, deputado Pedro Longo destacou a importância do evento. O parlamentar fez questão de ressaltar sua admiração e respeito pela desembargadora Eva Evangelista. Ele mencionou a longa convivência com a magistrada, destacando que “falar da desembargadora Eva é, talvez, como falar de uma amiga, de uma pessoa plenamente conhecida e reconhecida pela sociedade acreana”.

Com quase 50 anos dedicados à magistratura, Longo sublinhou a capacidade única da desembargadora de se reinventar ao longo das décadas. “Ela começou com a máquina de escrever, acompanhou a digitalização e hoje é uma das maiores incentivadoras. Isso é algo difícil de encontrar em qualquer lugar do país”, afirmou.

O parlamentar também lembrou das diversas fases profissionais da desembargadora Eva Evangelista, enfatizando seu compromisso com a sociedade e com a justiça. “Ela vai muito além das suas obrigações judiciárias para se dedicar à nossa sociedade, sempre presente nos municípios, perguntando como a justiça pode se fazer mais efetiva. Por tudo isso, essa homenagem é mais que merecida”, disse.

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A presidente do Tribunal de Justiça do Estado, Regina Ferrari, ressaltou a trajetória pioneira de Eva Evangelista, que se tornou a primeira mulher juíza e desembargadora do Acre, enfrentando desafios desde o início, como “subir as barrancas do rio descalça, carregando sandálias na mão”. “Com uma liderança marcante, especialmente no combate à violência contra a mulher, a desembargadora se tornou um símbolo de justiça e inclusão”, frisou ela. A presidente do TJ comparou a magistrada à “cutia na floresta”, uma figura que, com sua habilidade única, semeia novos começos. “A desembargadora Eva Evangelista é a saneadora de tantas castanheiras pelo nosso Estado”, concluiu, enfatizando o impacto duradouro de seu legado.

Em seu discurso, o governador Gladson Cameli (Progressistas), destacou o legado da magistrada como “jurista, esposa, mãe e avó”, e sublinhou que, apesar de estar encerrando sua carreira na magistratura, “não vou falar que a senhora está se aposentando”. Eu vou dizer que a senhora está andando até logo”. Cameli ressaltou ainda que Eva Evangelista ainda tem muito a contribuir com o estado e afirmou que sua luta em defesa da dignidade e respeito ao gênero feminino foi uma de suas “grandes missões”. O governador também expressou sua gratidão pessoal e familiar, lembrando que “meu tio Orleir Cameli, onde estiver, também está aplaudindo esse momento” e desejou que Deus continue guiando a desembargadora nessa nova fase de sua vida.

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Em seguida, o presidente da Associação dos Magistrados do Acre, Gilberto Barros, ressaltou a relevância da contribuição da desembargadora para a justiça acreana. “Sua atuação firme e equilibrada sempre foi uma inspiração para os magistrados do nosso Estado. Gilberto Barros refletiu ainda sobre o início da carreira de Eva Evangelista em 1975, quando uma jovem idealista ingressava na magistratura acreana, sem imaginar o imenso legado que deixaria ao longo de quase cinco décadas de serviço. “Estamos falando da nossa decana, da desembargadora Eva Evangelista”, destacou, antes de compartilhar um vídeo em homenagem à trajetória da magistrada.

Já a Defensora Pública Geral do Acre, Simone Santiago, destacou a profunda inspiração que a magistrada representa para as mulheres do Acre. “A senhora é uma mulher que inspira grandemente as demais mulheres, não apenas no Estado do Acre, mas em todas as esferas sociais”, afirmou. Ela lembrou com carinho da presença ativa da desembargadora nas comunidades indígenas e em casamentos coletivos, sempre oferecendo palavras sábias e de incentivo.

Eva Evangelista, visivelmente emocionada, agradeceu pela homenagem e reforçou seu compromisso com a justiça. “Este reconhecimento é resultado de anos de dedicação, mas também de um trabalho em equipe, onde cada membro do Judiciário desempenha um papel fundamental para que a justiça seja efetiva e imparcial. Estou imensamente feliz e grata com tudo que ouvi neste plenário hoje. Agradeço aos deputados, ao governador do Acre, a todos os magistrados, a todos que me acompanharam nessa caminhada, e sem dúvida, a toda a minha família. Gratidão”, disse.

A desembargadora fez ainda um apanhado de toda sua trajetória e das ações que realizou desde o início da sua atuação no sistema judiciário do Acre. A magistrada também destacou a importância da humildade e da conexão entre as pessoas como pilares fundamentais para a sustentabilidade da sociedade. Segundo ela, “a humildade deve ser o pilar da nossa sustentabilidade, da nossa sustentação, da sustentação da sociedade”, ressaltando que as relações interpessoais precisam ser aprofundadas. Ela enfatizou que “quanto mais nós estivermos conectados com o outro, interligados, nada mais somos do que elos, desrelaxados”.

Evangelista também abordou as dificuldades enfrentadas pelas mulheres em posições de destaque, mencionando que, muitas vezes, seus direitos de expressão são interrompidos. Ela agradeceu o reconhecimento durante o evento e ainda mencionou que, apesar das adversidades, sempre esteve focada em seu trabalho: “Eu estava tão ocupada trabalhando que não tive tempo de perceber o preconceito que poderia existir pelo fato de ser mulher”.

Ao final da solenidade, a desembargadora foi agraciada no centro do plenário, com uma Moção de Aplausos pelos 49 anos de serviços prestados ao judiciário do Estado do Acre.