Durante sessão virtual desta terça-feira (02), o deputado Daniel Zen (PT) falou sobre os protestos que vêm ocorrendo na última semana em todo o mundo. O parlamentar destacou o caso de violência policial contra um jovem deficiente que teve seu quadro de saúde agravado após ser agredido por policiais no município de Plácido de Castro. Ele pede que os agressores sejam punidos.
Daniel Zen afirmou ser a favor do diálogo e da manutenção da ordem. Disse ainda que em toda corporação existem os bons e os maus e que, portanto, ainda que o jovem estivesse sem a máscara, fato que ocasionou a confusão, esse não seria um motivo para que ele fosse severamente agredido, de forma que seu quadro de saúde, que antes já era delicado, tenha piorado.
“O jovem foi abordado, pois estava sem máscara e deveria usar, então após um diálogo não muito amistoso ele foi espancado pelos policiais. Isso resultou num mal funcionamento de um chip colocado na cabeça dele para que tivesse maior qualidade de vida, uma vez que o mesmo sofre espasmos e o quadro se agravou. Não estou acusando a polícia, falo porque em toda corporação tem as maçãs podres, é preciso que a corregedoria haja exemplarmente”, pontuou.
O parlamentar ressaltou que a população não deve ter medo da polícia, mas sim respeito e carinho, e que atos de agressão como esse não têm justificativa. Também citou outros casos semelhantes, onde manifestantes que foram às ruas pedindo democracia e se opondo ao fascismo, foram tratados como marginais, enquanto aqueles que foram pedir a volta da ditadura, receberam tratamento totalmente oposto.
“Que inversão de valores é essa, onde se defende quem apoia ditadura e agride quem luta pela democracia? Estão deturpando as ideias. Temos visto protestos nos Estados Unidos após a morte de um homem negro por um policial branco, e como as manifestações tomaram conta de vários lugares mundo afora. Temos o caso do menino João Pedro, que estava brincando na sua casa e foi alvejado por uma ação desastrosa da polícia comandada pelo governador do Rio de Janeiro”, lamentou.
Zen destacou que 80% das mortes cometidas por policiais são contra negros, e que 75% dos homicídios no país também são de pessoas da mesma raça, o que corrobora com o histórico de racismo e tratamento desigual para com eles. “O Brasil, infelizmente, tem um histórico muito perverso de violência policial e assassinato de negros e pobres.”